Olhos atentos em 2024: 5 artistas para acompanhar ao longo do ano

A colunista Bianca Boeckel destaca 5 mulheres em plena ascensão no mercado da arte

Patrícia Baik (Foto: Reprodução Instagram)

Reflexões sobre ancestralidade, jornadas migratórias e a relação do homem com o meio ambiente são alguns dos temas que permeiam as pesquisas dos artistas que chamarão a atenção do público no próximo ano. Para esta coluna, coletamos indicações de galeristas e curadores de uma seleção de nomes que estão em plena ascensão no mercado e/ou que serão ainda mais consagrados em 2024 o recorte destaca artistas brasileiras mulheres ou não binárias.   

 

Patrícia Baik: Interessada em investigar identidade e as próprias vivências como filha de imigrantes sul-coreanos, ela cria delicados e misteriosos desenhos e pinturas divididos em três tempos, marcados pelo corte do próprio cabelo. Linhas finas e jogos de luz e sombra são transportados para vários suportes, numa constante busca por entender as reverberações dos deslocamentos e a procura por identidade e pertencimento das gerações seguintes após processos migratórios. Entre cenas lúdicas e profundas, Baik explora o signo da casa e as promessas de conforto, alento e acolhimento.   

 

 

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Maria Macêdo: Indicada ao Prêmio Pipa 2022, a artista, educadora e pesquisadora cearense nasceu em 1996, num distrito chamado Quitaiús. Por ter crescido em uma família de agricultores e retirantes, Macêdo mergulha, por meio de sua pesquisa e seu trabalho, na questão do êxodo rural como desapropriação de terras. Produz vídeos, pinturas, instalações e performances a partir da ciência da mata; de suas vivências como mulher preta e nordestina; e de sua relação com o labor.  

 

 

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Vívian Caccuri: Paulista radicada no Rio de Janeiro, é uma artista multimídia que trabalha as reverberações do som a partir dos contextos social e político. Parte de tecnologias analógicas e digitais para criar instalações, desenhos, objetos, vídeos, performances e trilhas sonoras imersivas, que traduzem as sensações daquele que vê de fora. A artista mostra que, passeando por várias intenções, em todas elas a música leva à catarse e materializa essa visão em objetos de parede de larga escala, utilizando tramas sintéticas, pintura e bordados.  

 

 

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Rosana Paulino: Presente nas últimas Bienais de Veneza e São Paulo, a artista apresenta um trabalho centrado em torno de questões sociais, étnicas e de gênero, concentrando-se nas mulheres negras do Brasil e nos vários tipos de violência sofridos por essa população, devido ao racismo e ao legado duradouro da escravatura. Paulino explora o impacto da memória nas construções psicossociais, introduzindo diversas referências de sua história na do Brasil.  

 

 

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Anna Maria Maiolino: Icônica, a artista possui um corpo de trabalho que abrange décadas e com impacto que transcende barreiras. Anna carrega em sua história a Itália, a Venezuela e o Brasil. Ela será premiada com um Leão de Ouro na Bienal de Veneza, que marca a sua estreia no evento, com uma nova obra de grande porte, contínua à sua série de esculturas e instalações de barro. Adriano Pedrosa, curador, comenta: “Esta decisão é particularmente significativa, dado o título da exposição, centrada em artistas que viajaram e imigraram entre o norte e o sul, a Europa e além, e vice-versa. Nesse sentido, a minha escolha recai sobre mulheres artistas extraordinárias e pioneiras, que também são migrantes e que encarnam de muitas maneiras o espírito de ‘Stranieri Ovunque Foreigners Everywhere’”.  

 

Por Bianca Boeckel, curadora e consultora de arte | Matéria publicada na edição 133 da Versatille