O estilista Ricardo Almeida assinará a alfaiataria da delegação da Seleção Brasileira que irá embarcar para Doha em 19 de novembro para a disputa da Copa do Mundo, no Catar. Este é o segundo mundial que conta com a parceria entre o designer e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Para a Copa da Rússia, em 2018, o objetivo era resgatar o tempo em que elegância e performance caminhavam juntas. Agora, o foco é exaltar o estilo e a identidade da comissão técnica e dos jogadores. A busca pelas melhores matérias-primas disponíveis no mercado e o perfeccionismo no desenvolvimento de novos moldes e shapes, aliados ao conforto e à estética autoral, são alguns dos elementos que destacam o trabalho do estilista.

 

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Segundo Ricardo Almeida, a evolução da parceria ocorreu por conta da união de tradições e valores entre “equipes” que são especialistas em seus segmentos. “Assim como a seleção tem seus jogadores que treinam em busca do melhor resultado em campo, nosso trabalho é firmado no incentivo e na dedicação máxima em tudo o que nos propomos realizar. Dia após dia, inconformismo, técnica, ajuste fino e paixão são elementos que nos levam à perfeição”, diz.

 

Para conceber os 75 trajes sob medida, o designer contou com um time de mais de 50 pessoas. A confecção das peças, tanto no âmbito de estilo quanto de produção, apresentou desafios para desenvolver com maestria um traje cujo caimento e modelagem sanassem as necessidades das diversas proporções do corpo dos atletas. Para chegar à perfeição, foram feitas quatro ou cinco provas com todos os jogadores e demais membros da equipe. O resultado quebrou a seriedade convencional da alfaiataria masculina, imprimiu a identidade espirituosa dos jogadores e criou uma solução para que a vestimenta se adequasse ao clima quente e desértico da região.

 

 

“Moda é um reflexo comportamental da sociedade; após a pandemia, as roupas ficaram mais soltas e o conforto passou a ser um ponto essencial na decisão de compra. Para criar, é necessário levar em consideração a atmosfera do momento. No caso desse projeto, tudo foi feito ‘a quatro mãos’. Quando a nova parceria foi definida, conversamos e estabelecemos juntos qual seria a direção a seguir: homenagear o país-sede e trazer símbolos que remetessem à cultura brasileira”, comenta Almeida.

 

Da mesma forma que em 2018, o look dos atletas terá detalhes diferentes daqueles presentes nas roupas da comissão técnica. Os jogadores vestirão uma camisa de linho com gola Mao e uma echarpe de algodão leve com trama aberta – referência aos lenços masculinos da região (ghutra) –, porém com formato de uso ocidental. Já a comissão manteve o estilo clássico, com camisa de algodão com microdesenho xadrez e gravata de seda.

 

 

A estampa paisley, ícone nas peças de Ricardo Almeida, está presente no forro do terno. Feita de viscose e desenvolvida exclusivamente para a ocasião, ela reúne elementos culturais dos dois países e do futebol, representando outra etapa fundamental na criação da identidade do costume. “As duas bandeiras são compostas de elementos geométricos. A estética do Catar encontra as peças da arte indígena e da natureza brasileira, juntamente com as taças dos Mundiais e bolas de futebol. Uma estampa rica em detalhes e homenagens ao país-sede”, diz o estilista.

 

Além do encontro de soluções para um terno contemporâneo e elegante e dos tributos presentes em todos os detalhes, o aspecto final impecável da alfaiataria só foi possível por conta da expertise de quase 40 anos de Ricardo Almeida e de seu método exclusivo de modelagem. Além disso, a autenticidade das composições foi gerada por meio da extensa pesquisa das referências artísticas, arquitetônicas e urbanísticas e da paisagem desértica do Catar.

 

“Ricardo Almeida é um dos maiores nomes da moda brasileira, e nos orgulha realizar essa parceria com esse ícone da alfaiataria nacional. O resultado ficou ótimo, e tenho certeza de que a delegação brasileira estará bem representada e elegante na chegada ao Catar para a disputa da Copa do Mundo, em novembro”, conclui o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.