Conheça o inédito Ferrari Purosangue, primeiro SUV da marca

Até a marca italiana mais mítica se rendeu à moda dos SUVs

Foto: Divulgação

A Ferrari acaba de lançar um SUV no Brasil. A frase, que parecia impensável há alguns anos, já é realidade desde o fim de novembro de 2023. Foi quando a Via Itália, representante oficial da marca italiana no país, anunciou a chegada do Ferrari Purosangue, que tem fila de espera mundial de dois anos.  

 

O carro foi revelado na Itália em 2022, depois de anos de especulação. A ideia de que a fabricante italiana poderia ter um SUV ficou mais quente depois que sua rival, a Lamborghini, lançou o Urus no fim de 2017. A Porsche, outra marca europeia “sagrada” no reino dos carros esportivos, já havia se rendido à fórmula em 2002. 

 

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Foram duas décadas para tal ousadia, que é uma mina de ouro. Mas, claro, na Ferrari tudo é muito mais exclusivo. Tanto que o Purosangue não é exatamente um SUV, como o Porsche Cayenne, mas sim um crossover – algo que mistura um cupê de quatro portas com as características de um veículo utilitário esportivo. 

 

Outro paradigma quebrado é que se trata do primeiro carro de quatro portas da marca italiana. Com ele, a montadora do Cavallino Rampante passa a explorar um nicho de mercado que salvou as finanças da Porsche há 20 anos e que conta, cada vez mais, com marcas de luxo e esportivas, como a Rolls-Royce, a Bentley e até a McLaren em breve. 

 

(Divulgação)

 

Apesar disso, a Ferrari não tem pretensão de tornar o Purosangue um best-seller. Muito pelo contrário: o SUV da marca terá produção anual limitada, justamente para ser exclusivo. E também para se distanciar da concorrência de modelos como Porsche Cayenne, Lamborghini Urus e Aston Martin DBX 707. 

 

A missão do Purosangue é muito mais complexa do que a dos carros citados. No caso da Porsche, o Cayenne chegou para fazer dinheiro mesmo. No caso do Purosangue, dinheiro é apenas consequência de um carro que, ok, aceitou entrar no jogo dos SUVs (carros mais elevados e, teoricamente, menos estáveis em curvas), mas que não pode pôr em dúvida os principais valores da marca: dirigibilidade excepcional, potência extrema e exclusividade máxima. 

 

Não basta ter 7 milhões de reais para comprar a supermáquina; o filtro de clientes é muito mais complexo. Por isso, mesmo que os puristas torçam (ainda mais) o nariz para o design do Purosangue, não há como negar que ele é legítimo. Começa pelo design, que traz linhas encontradas nos esportivos atuais da fabricante, como o SF90, o Roma e o 288 GTB. 

 

Na parte frontal, os faróis de LED são integrados às entradas de ar, enquanto as portas traseiras têm abertura invertida e maçanetas embutidas. O capô é longo, para abrigar um motor V12 tradicional. Na parte traseira, as lanternas (também de LED) são interligadas por uma barra horizontal. Isso era típico dos SUVs, mas atualmente até carros populares usam esse elemento visual. 

 

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O porte do SUV italiano é semelhante ao do Porsche Cayenne. São 4,97 metros de comprimento, 2,02 metros de largura e 1,58 metro de altura. O porta-malas tem 437 litros de capacidade, e o modelo leva até quatro pessoas. Quem diria que um Ferrari seria ideal para passear com a família? Pois o Purosangue é. 

 

No interior, traz linhas minimalistas e comandos voltados ao motorista, além de um painel digital. Como o foco do modelo é a dirigibilidade, a central multimídia fica restrita ao passageiro, e não centralizada, como de costume na maioria dos carros. Essa foi uma medida interessante para diferenciar o Purosangue da manada. 

 

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Sob o capô dianteiro, ele faz jus à fama da marca e traz um conjunto para nenhum fã colocar defeito. Um motorzão 6.5 V12 aspirado de 725 cavalos de potência e 716 Newton-metros de torque. Tecnologia híbrida ou elétrica? Não, pelo menos por enquanto. 

 

Acoplado ao motor, a Ferrari pegou emprestado de seus carros da Fórmula 1 um câmbio automatizado de dupla embreagem com oito marchas. A tração é integral nas quatro rodas, com diversos modos de condução que ajustam eletronicamente a distribuição de tração para oferecer sempre o melhor desempenho possível. 

 

Com tudo isso, o carro tem números dignos de um superesportivo. Segundo a montadora, o Purosangue acelera de 0 a 100 km/h em apenas 3,3 segundos e chega a 310 km/h de velocidade máxima. Com o perdão da comparação, são números próximos aos do mítico Ferrari F40, que era mais rápido em velocidade máxima (320 km/h), só que mais lento no 0 a 100 km/h (3,9 segundos). 

 

O modelo já está disponível para reservas na única concessionária da marca no Brasil, localizada na cidade de São Paulo. O preço parte de 7,5 milhões de reais, mas varia bastante devido às inúmeras possibilidades de personalização. 

 

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É possível, por exemplo, escolher entre várias tonalidades de pintura externa, materiais de revestimento do painel e dos bancos – e até mesmo a cor das costuras e detalhes de acabamento, além de diversas opções de rodas. Com isso, o céu é o limite, e cada carro é praticamente único. 

 

Além disso, é necessária certa paciência para levar um Ferrari Purosangue para a garagem aqui no Brasil. Ao confirmarem a reserva do SUV superesportivo, os futuros compradores entram não na fila brasileira, mas em uma fila mundial de clientes, que atualmente tem a duração de dois anos. Isso se deve justamente ao fato de o modelo ter a produção limitada e muitos pedidos em vários países, especialmente do Oriente Médio e da Europa. 

 

Por Sergio Quintanilha | Matéria publicada na edição 133 da Versatille