BMW i4: um carro elétrico com alma de esportivo tradicional

O inédito – e imperdível – BMW i4 chega ao Brasil em duas versões: tradicional e M50, para marcar o meio centenário da Divisão M

Foto: Divulgação

Faz 50 anos que a BMW nos presenteou com os carros da Divisão M. A letra vem de Motorsport, e, nessas cinco décadas, a marca alemã não decepcionou. Os BMW M são, de fato, carros que podem ir para uma pista de corridas, devido a seu acerto esportivo. Isso significa suspensão mais dura, direção mais firme e direta, pneus mais largos e baixos, centro de gravidade rebaixado, freios poderosos e muita potência no motor.

 

Mas agora a BMW e a indústria automobilística estão num momento de disrupção. O que funcionou no século 20 e nas duas primeiras décadas do século 21 talvez não funcione mais. O novo paradigma é o carro elétrico. Dentro desse panorama, muitas marcas apostaram em carros híbridos, que combinam o motor a combustão interna com a motorização elétrica.

 

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Mas, para ser mesmo um carro dos novos tempos, é preciso ser puramente elétrico. E foi pensando assim que a BMW fez suas apostas mais altas. Recentemente, lançou o impressionante BMW iX, que atingiu um patamar de tecnologia jamais almejado pelo pioneiro BMW i3. Depois veio o iX3, que é uma adaptação do SUV X3 M Sport. E agora a novidade é o BMW i4, inédito carro elétrico, que tem uma plataforma própria e não é uma adaptação da Série 4.

 

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O BMW i4 estreou no Brasil em duas versões, sendo que uma delas é a M50, para marcar o meio centenário da Divisão M. Antes mesmo de iniciar as vendas, já dirigimos o BMW i4 M50 no Circuito Panamericano, no interior do estado de São Paulo, e ele mostrou que um carro 100% elétrico pode, sim, ser 100% empolgante, como eram (e ainda são) os BMW M a combustão.

 

O BMW i4 M50 é um gran coupé muito charmoso e tem um comportamento dinâmico espetacular. A arrancada no modo Launch Control é fortíssima – ele vai de 0 a 100 km/h em apenas 3,9 segundos. A aceleração é tão brutal que, se o motorista não arrancar já com a cabeça bem encostada no banco e firme, chega a ficar zonzo, pois a cabeça é empurrada violentamente para trás. O carro também demonstrou ótima performance em pista molhada, inclusive numa freada forte na chuva, sem desvio de trajetória, tamanha a eficácia dos freios e dos sistemas eletrônicos do conjunto.

 

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O melhor é que o BMW i4 M50 entrega a melhor esportividade que se espera de um carro elétrico com ronco que lembra um motor V8. O BMW Iconic Sounds Electric produz o som por dentro e por fora do i4. O carro ruge de forma grave e passa ao motorista a sensação de estar dominando uma fera. E está! Afinal, são 544 cavalos de potência e 795 Nm de torque, divididos em dois motores (um dianteiro e um traseiro), capazes de levar o i4 a 225 km/h de velocidade (limitada eletronicamente).

 

Não é difícil esquecer que se está dirigindo um carro elétrico. Mas é bom lembrar. Afinal,  como todo carro elétrico, se o motorista ficar muito tempo tirando o máximo dos motores, não há bateria que seja capaz de entregar grande autonomia. Na homologação da BMW, o i4 M50 mostrou ser capaz de rodar até 510 km, pois a capacidade da bateria é grande (80,7 kWh). Para quem prefere um carro mais comportado, a BMW oferece o i4 “normal”, com apenas um motor elétrico. Nesse caso, são “apenas” 340 cv e 430 Nm, com aceleração de 0 a 100 em 5,7 segundos e 590 km de alcance. Na compra do BMW i4, tanto na versão eDrive40 quanto na versão M50, o cliente receberá dois carregadores elétricos – um de 22 kW para usar em casa ou no escritório e outro de 11 kW, pensado para a casa de campo ou de praia.

 

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Claro que há uma boa diferença de 100 mil reais entre as duas versões. Enquanto o BMW i4 eDrive40 (com um motor) sai por 496.950 reais, o BMW i4 M50 custa 596.950 reais. O prazer ao dirigir é mais intenso na versão M. O i4 tem suspensão esportiva, o controle de tração funciona dez vezes mais rápido, a transferência de potência entre os motores ocorre em apenas 15% do giro da roda e o sistema One Pedal Driving é inteligente, ligado aos dados de navegação. O habitáculo traz duas telas acopladas – uma de 12,3” para o painel digital e outra de 14,9” para a multimídia, além do interessante conceito de “simplicidade inteligente”, ou seja, com menos botões, mas não sem botões. No total, o gran coupé elétrico oferece uma extensa lista de 40 itens de assistência ao motorista.

 

Visualmente, o BMW i4 mescla um pouco do Série 3 com as linhas do Série 4 e do esportivo M3. A carroceria sedã tem charmosos vidros sem molduras. Na dianteira, os faróis são afilados e o desenho do que seria a grade é bem agressivo. O para-choque traseiro tem detalhes esportivos e um difusor de ar no centro. Entre os vários itens disponíveis no BMW i4, destacamos o Parking Assistant Plus e Reversing Assist (refaz em marcha a ré os últimos 50 metros percorridos pelo veículo).

 

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Já o BMW Comfort Access 2.0 destrava e acende luzes de boas-vindas quando o motorista se aproxima do carro e tranca o veículo quando ele se afasta, sem necessidade de encostar na chave. Ele também permite abrir o porta-malas através da aproximação do pé no para-choque traseiro. O sistema de som é da marca Harman Kardon, com 17 alto-falantes e 464 W de potência.

 

Com um porta-malas de 470 litros e cockpit com console elevado, pensado para atender às necessidades do motorista, o BMW i4 M50 é um automóvel familiar que tem tudo para se constituir num dos carros elétricos mais desejados do Brasil. Poucos veículos conseguem reunir o melhor de dois mundos: o dos carros elétricos com a sensação de dirigir dos tradicionais esportivos da Divisão M. 

 

Por Sergio Quintanilha | Matéria publicada na edição 129 da Versatille