Panerai aposta no modelo Submersible Elux LAB-ID, uma edição limitada de 150 peças

Jérôme Cavadini, COO da marca de alta relojoaria, conversou com a Versatille e deu detalhes exclusivos da novidade

A história da Panerai é marcada por sua ligação com a luz. Inovadora e pioneira, a empresa patenteou, em 1966, a Elux, um marco para o campo da luminescência – na época, empregada em painéis uniformemente luminosos, um instrumento superutilizado pela Marinha italiana.

 

Sempre em busca de inovação, por meio do Laboratorio di Idee, a relojoeira anunciou o Submersible Elux LAB-ID, após quase nove anos de pesquisas: “O projeto mais longo que já concluímos. Na mentalidade geral, uma complicação é um turbilhão, um calendário perpétuo, mas, quando lançamos algo assim, são formas de reinventar o que já existe. No caso do Submersible, nós não tínhamos nada”, conta Jérôme Cavadini, COO da Panerai. Confira, na sequência, a entrevista exclusiva.

 

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Versatille: O que acredita ser a parte mais desafiadora de seu cargo, especialmente numa indústria repleta de lançamentos e variedade de marcas?

Jérôme Cavadini: Eu diria que é achar as pessoas certas e mantê-las motivadas e felizes no trabalho. É um ecossistema único, porque entre Genebra e o Cantão do Jura, você tem todas as marcas de relógios, fábricas, os fabricantes e os fornecedores. É uma área pequena, e está tudo ali. É definitivamente uma competição quando pensamos em recursos humanos. Mas é um desafio legal.

 

V: Como foi o backstage do lançamento do Submersible Elux LAB-ID?

JC: Em primeiro lugar, é o mais longo projeto que já concluímos. Foram quase nove anos entre a primeira ideia e o resultado. Foram anos trabalhando nisso, uma jornada longa e das mais difíceis que já tivemos. Na mentalidade geral, uma complicação é um turbilhão, um calendário perpétuo, mas, quando lançamos algo assim, são formas de reinventar o que já existe. No caso do Submersible Elux LAB-ID, nós não tínhamos nada. O ponto-chave foi fazer um relógio que imediatamente já é reconhecível como um Panerai, com algumas características presentes, como os materiais inovadores, resistente a profundidades, e luminescente.

 

V: Quais são as funcionalidades mais importantes desse modelo?

JC: O mais importante, para ser bem sucinto, é a integração da função powerlight. É ela ser poderosa para iluminar o seu relógio por 40 minutos, sem ter que dar corda no movimento. Se você tivesse que listar só uma, é um relógio que converte a energia mecânica em iluminação/energia elétrica, sem uma bateria. A questão durante o projeto era se nós éramos bons o suficiente, intelectualmente e tecnicamente, para fazer isso acontecer. Ninguém fez isso antes. No fim do processo, temos 40 patentes novas registradas.

 

V: E as características estéticas, o que pode destacar?

JC: Quando você olha de dia, é como um modelo Submersible, exceto pelo fato de a sua caixa ter 49 milímetros. É impressionante, um relógio grande. Os pinos e detalhes também são maiores, com um objetivo além do estético: é preciso criar energia para utilizá-la.

 

V: Quantas pessoas trabalharam focadas na concepção do modelo?

JC: Do começo ao fim, dois profissionais estiveram presentes em todos os anos. Acredito que, ao total, foram umas dez pessoas.

 

V: Como está a recepção do público?

JC: São apenas 150 peças, que serão entregues ao longo dos próximos três anos. As primeiras dez unidades chegam em outubro de 2024. Os pedidos vieram de clientes que já conhecem a marca e possuem relógios. Os mercados top 3, tanto para tais encomendas como para a Panerai em geral, são: EUA, México e Hong Kong, em ordem de grandeza.

 

V: O que a Panerai focará, nos próximos cinco anos?

JC: São muitos pontos. Nós revalidamos o contrato de Jean-Marc Pontroué, o nosso CEO. Decidimos também trabalhar em pontos como materiais crus novos, misturas, novos movimentos e inovação.

 

Por Giulianna Iodice | Matéria publicada na edição 135 da Versatille

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