Por dentro do TW Guaimbê, uma hospedagem aconchegante em Ilhabela

No TW Guaimbê Exclusive Suites, a hospitalidade faz com que os hóspedes não tenham vontade de deixar a propriedade

Foto: Divulgação

Após uma viagem de três horas de carro entre a cidade de São Paulo e Ilhabela, no litoral norte do estado, quem entra na recepção no TW Guaimbê Exclusive Suites é atendido por uma obra impactante, que até chega a ser artística, mas completamente natural. Bem de frente para a porta de entrada, há uma grande janela com vista para o horizonte, onde a cor do mar espetacular deixa claro a qualquer visitante: Ilhabela tem muito a oferecer.  

 

A ilha possui 40 praias, que são distribuídas em 130 quilômetros de costa, além de dezenas de cachoeiras que complementam o cenário paradisíaco. São inúmeras as opções de trilhas e passeios de barco para conhecer os tesouros locais. Já no centro, onde bares, restaurantes, lojas e sorveterias formam um espaço charmoso e boêmio, existe uma infinidade de alternativas para quem não recusa momentos gastronômicos.  

 

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Há muito a se fazer no destino – isso é um fato. No entanto, embora seja possível montar um roteiro sem lacunas e tempo hábil para descanso, Ilhabela também é ideal para quem busca relaxar e vivenciar um pouco de paz. Após o check-in no TW, descendo as escadas para conhecer melhor a hospedagem, a agitação da rotina paulistana foi evaporando aos poucos e sumindo no ar.  

 

Tudo isso graças ao verde presente em todo o trajeto, ao aroma reconfortante que os espaços exalam e ao som do mar ao fundo. A decoração também ajuda a reforçar a calmaria do ambiente. A área comum, uma passagem obrigatória para quem está hospedado em qualquer uma das 16 suítes, é uma sala com sofás, poltronas, obras artísticas, livros e revistas escolhidas a dedo para a ambientação.  

 

Foto: Beatriz Calais

 

O resultado transmite um sentimento de aconchego, como se, por um instante, o hóspede estivesse em uma bela casa de praia intimista e muito bem decorada. Grande parte do mérito é da arquiteta Suzana Schermann, que também cercou o TW de plantas nativas, caminhos de pedras e espelhos-d’água em um projeto planejado pelo conceituado paisagista Alex Hanazaki.  

 

Depois de conhecer a sala, bastam alguns passos para chegar à área externa e dar de cara novamente com o protagonista da região: o mar. Nesse espaço, tudo está direcionado à beleza da Praia do Julião, que é pouco habitada e passa um ar de paradisíaca. Sauna, piscina e restaurante possuem vistas privilegiadas, sendo possível aproveitar o hotel sem perder o contato com a natureza. Mas, para quem realmente quer colocar os pés na areia, há acesso à praia com estrutura de cadeiras e guarda-sóis.  

 

Primeiras impressões são formadas rapidamente após essa breve caminhada, mas há quem diga que só é possível conhecer um local de verdade depois de provar as comidas oferecidas por lá. Chegar ao hotel na hora do almoço tem seu ponto positivo – e, dessa vez, a positividade ficou por conta da recepção com uma moqueca feita pelo chef Vinícius Nagão, responsável pelo restaurante Cabana.  

 

Foto: Beatriz Calais

 

Na cozinha, que faz parte da estrutura da hospedagem, com café da manhã (incluso na diária), almoço e jantar, o foco é oferecer uma releitura contemporânea da gastronomia local caiçara. Todos os ingredientes utilizados são frescos, priorizando o consumo de pequenos produtores locais e produções artesanais, de forma que incentive e valorize o trabalho dos moradores da ilha.  

 

Além disso, na busca por trazer cada vez mais os alimentos orgânicos para os preparos, o TW desenvolveu uma pequena horta no espaço do deque, onde se encontram algumas pancs (plantas alimentícias não convencionais), como a folha de batata-doce, chamada de mangará. Os esforços resultam na percepção de uma comida fresca e leve. Ideal para o clima da ilha – com sol mesmo no inverno, período em que a Versatille visitou a hospedagem.  

 

Após o almoço, a entrada no quarto reforçou o sentimento de aconchego. Todas as suítes possuem algum contato com o mar (mesmo que seja lateralmente), e o cômodo não perde a magia quando as janelas e sacadas são fechadas. Móveis, luz e aroma trabalham para gerar conforto e propiciar um bom descanso durante a estadia.  

 

Creio que esse foi um dos grandes focos da viagem: por mais que outras experiências tenham sido demonstradas – como o luau e jantar à beira-mar, que pode ser requerido por hóspedes em busca de uma comemoração especial –, a ideia transmitida pelo TW foi a de que é possível desligar a mente e se reconectar em um destino a apenas três horas de São Paulo.  

 

Conforto, gastronomia e natureza estão disponíveis em livre demanda para os hóspedes. Mas, para quem quer aproveitar a viagem para conhecer melhor a ilha, também há algumas dicas para uma rápida fuga pelos restaurantes e bares do centro.  

 

Enfim… ostras e mais ostras  

 

Foto: Divulgação

 

Mais do que autoexplicativo, o subtítulo acima apresenta uma das melhores surpresas da visita à Ilhabela: o bar Enfim Ostras, comandado por Felipe Casertani, biólogo e especialista em aquicultura marinha. Hoje empresário, Casertani esteve presente em uma tarde de sol no TW para apresentar seu trabalho aos que estavam por lá. Com uma mesa farta de ostras e ovas para incrementar a iguaria, ele falou um pouco sobre seu restaurante, que atua com dois pilares: bar e eventos.  

 

“Trabalhamos com o serviço móvel para eventos e, há um ano, abrimos o bar de ostras aqui na vila. Está sendo muito bem recebido pelas pessoas. Especificidade é uma tendência. Entregar o seu melhor em algo é mais valioso do que tentar de tudo”, ressaltou o biólogo. “Minha especialidade é ostra. Não é um restaurante, mas sim um bar de ostras. Não tem chef, e a ostra não é uma entrada. Ela é o prato principal. A grande protagonista.”  

 

Para ele, o sucesso fica por conta da qualidade da iguaria, que é fresca e possui um cuidado digno de profissionais que entendem do assunto. “Ela não pode ser aberta de qualquer forma, por exemplo. Você não pode cortar uma carne boa de qualquer jeito, e com a ostra é assim também. Ela não pode ser fracionada e precisa chegar à boca do cliente com um efeito de cápsula. Ele mastiga e aí sim sente uma explosão de sabor na boca. Caso a gente rompa a carne antes dessa degustação, o efeito não acontece. É uma questão meio molecular”, explica.  

 

O aprendizado de Casertani sobre o trato das ostras tem relação com seu estudo de aquicultura, especializado no cultivo de moluscos. Além disso, ele sempre gostou do sabor da iguaria. Chega a ser uma paixão de DNA, visto que hoje o bar é tocado ao lado de sua família. Os antepastos servidos com as ostras são feitos por seu pai, que explora sabores como sardella com aliche e pimentão, azeitonas pretas, berinjela e queijos diversos.  

 

Já os pães artesanais são adquiridos de pequenos produtores da ilha. Para beber, diversidade de vinhos, espumantes, saquês e até cervejas. Tudo promete ir bem com as ostras, a depender da harmonização proposta. “Ostras são iguarias all win. Quando estão boas, são imbatíveis”, conclui. 

 

por Beatriz Calais | Matéria publicada na edição 132 da Versatille