O “Rockdown” de Mc McCartney: o que o astro tem feito durante a quarentena

Isolado em sua fazenda, o cantor britânico produz sozinho o último álbum da trilogia inaugurada em 1970, durante a separação dos Beatles

Por Natália Rangel 

 

O ex-beatle Paul McCartney enfrentou o dramático processo de separação da banda mais famosa do planeta ao mesmo tempo que produzia seu primeiro álbum-solo, McCartney, lançado há 50 anos. Em 1980, em outro momento de ruptura e mudança de rota – logo após o fim da icônica banda The Wings –, o roqueiro britânico lançou o segundo disco da trilogia: McCartney II. Ambos nasceram de imersões musicais profundas do artista, sozinho, em estúdios caseiros, onde criou novos repertórios em tempos de mudança.

 

No próximo dia 11 de dezembro, Paul lança o último capítulo dessa trilogia com pinceladas autobiográficas: McCartney III, seu 18º álbum (o mais recente foi Egypt Station, de 2018). Confinado em sua fazenda com a família no condado de Sussex, na Inglaterra, o artista transformou seu lockdown em rockdown – ou made in rockdown, como descreve na apresentação do álbum.

 

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Durante a pandemia, Paul refugiou-se no estúdio, onde escreveu canções, gravou vocais e tocou uma diversidade de instrumentos – até bateria –, criando e revisitando composições antigas ou inacabadas. Utilizou equipamentos célebres, como seu baixo Hofner em formato de violino e um Mellotron (um tipo de teclado) dos estúdios Abbey Road usado pelos próprios Beatles. “Eu desenterrei tudo o que deixei inacabado com o passar dos anos e finalizei diversas músicas”, conta Paul.

 

Seu único e principal parceiro nesse novo trabalho foi o tempo, artigo valioso que é escasso nas temporadas oficiais, com agendas apertadas e longas turnês internacionais. “Há uma variedade enorme de sentipor natália rangel mentos reunidos neste trabalho, mas é tudo sobre liberdade e amor”, disse Paul em entrevista à revista Loud and Quiet. “Trata-se de viver um dia de cada vez. Este álbum sou eu”, definiu.

 

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Entre os destaques, a faixa “Deep Deep Fee ling”, sobre amor, com oito minutos de duração, e a raridade “When Winter Comes”, última música gravada (e não finalizada) com George Martin, nos anos 1990, recentemente encontrada por Paul em seus arquivos.

 

Rock e pandemia
Ao longo do ano, os líderes das bandas U2 e Rolling Stones também divulgaram músicas inéditas inspiradas pela pandemia.

 

Em março, o vocalista da banda irlandesa U2, Bono Vox, quebrou o jejum dos últimos três anos e lançou nas redes sociais uma canção inédita, que reflete sobre os desafios da pandemia e o isolamento social. “Let Your Love Be Known” foi divulgada no St. Patrick’s Day, celebração tradicional irlandesa que foi cancelada neste ano devido ao surto de coronavírus.

 

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Em abril, os Stones surpreenderam os fãs com uma nova música, “Living in a Ghost Town”, composta para o novo álbum do grupo, que começou a ser gravado em estúdio em março e foi interrompido devido à pandemia. Rock melancólico e comovente, a canção retrata a vida durante o lockdown. “Divulgamos antes porque sentimos que era muito apropriada, tinha uma sintonia profunda com o momento”, explicou Keith Richards à revista Rolling Stone.

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