Ilustrações minimalistas em paredes entregam arte e inspiração
A admiração dos detalhes é a chave do estilo que vem conquistando o interior dos ambientes
Por Maria Alice Prado
Certamente, você já consumiu muita arte nesta quarentena – seja ouvindo seu álbum favorito por horas, maratonando dezenas de séries ou observando as pinturas da decoração da sua própria casa. Embarcamos em um estilo que está cada dia mais tomando conta dos ambientes: as ilustrações minimalistas em paredes. Sua missão? Entregar ainda mais arte pra você se inspirar.
A arte preenche vazios tanto para quem cria tanto para quem a contempla. As pinturas e ornamentos clássicos estão agora dividindo o espaço com desenhos feitos diretamente em parede – e os traços com tendências minimalistas são parte do sucesso. Kalina Juzwiak, a Kaju, arquiteta e designer brasileira, trabalha há seis anos com esse estilo singular de expressão.
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Kaju afirma que “a arte em parede tem um poder de impacto e transformação do ambiente muito maior do que um quadro, por exemplo”. Os desenhos são desenvolvidos em total conexão com a individualidade de cada espaço a ser ilustrado. O fato de as criações serem imóveis é que entrega a beleza peculiar dessa arte para as outras – uma vez que você deixa o ambiente em que os desenhos estão, você não os tem mais. “O estilo é efêmero e feito exclusivamente para o momento e o espaço”, completa a artista.
As linhas são trabalhadas à mão livre, ou seja, manualmente e sem necessidade de qualquer outro tipo de artefato, como decalques. A estética dessa linguagem traz elegância por meio do acabamento mais fino e delicado, e até a adição de cores aos desenhos é sutil. É uma forma de expressão que permite a fluidez dos pensamentos e sentimentos do artista.
A assimetria dos desenhos é combinada com a ideia de expansividade, “uma direção que extrapola barreiras porque são superfícies grandes, onde existe todo um movimento que é muito maior e muito mais sensorial do que trabalhar em uma superfície pequena e com limites”, nas palavras de Kaju.
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Os temas são ilimitados, já que boa parte das criações é abstrata. Kaju gosta de produzir figuras humanas desconstruídas, por considerar o impacto no olhar divertido: “As pessoas veem que tem algo ali, mas precisam continuar olhando, procurando, entendendo, e levam um tempo para perceber que existem inúmeros detalhes em cada linha. Nada é óbvio”. A concentração nos inúmeros traços conecta emocionalmente o espectador à obra e o afasta do ambiente externo – pode ser até mesmo um exercício meditativo.
A melhor parte é que, assim como qualquer arte, você também pode fazer; a experimentação é poderosa e válida para todo mundo. A criatividade e a arte contemplam sensações, intenções positivas e ainda se relacionam com a prática valiosa do silêncio. “Não existe técnica para começar. Assim como as crianças que se expressam livremente, o primeiro passo é perder o medo de errar e simplesmente experimentar”, finaliza Kaju.
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Fotos: Kalina Juzwiak