Conheça 6 restaurantes paulistas que exploram os sabores da formiga-saúva

Seja no menu degustação, seja no drinque ou na sobremesa, a iguaria amazônica oferece extrema versatilidade

Quem já provou a iguaria diz que o gosto é parecido com capim-limão (Foto: Divulgação)

Em algum momento da infância, todos escutaram a mesma falácia: formiga faz bem para a visão. Não há nenhuma origem comprovada para essa frase, mas pesquisadores indicam que ela provavelmente foi inventada para que crianças não rejeitassem alimentos invadidos por insetos – como doces, que atraem as formigas por conta do açúcar.

 

A reviravolta sobre o assunto, no entanto, é que, embora tudo isso não passe de uma brincadeira – e talvez as formigas não possam salvar as vistas desgastadas –, comer insetos realmente pode fazer bem para a saúde. Um relatório publicado em 2013 pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) até recomenda o consumo de insetos. Um dos motivos para isso é a riqueza de proteínas. As próprias formigas têm 47% de proteína em sua composição biológica.

 

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Nas grandes capitais do país, não é muito comum consumir esses animais, mas o Brasil é grande demais para abrigar apenas um padrão gastronômico. Na região amazônica, por exemplo, muitas pessoas possuem esse hábito. O inseto mais consumido é a formiga-saúva, que geralmente é servida com farofa, caldo de tucupi e lagostim. Quem conhece a iguaria diz que o gosto é parecido com capim-limão, demonstrando grande versatilidade e combinando com diferentes tipos de comida.

 

A adaptabilidade fez com que muitos restaurantes paulistas decidissem explorar os sabores da formiga-saúva. Para quem não conhece a iguaria, talvez este seja o momento de provar.

 

Confira, a seguir, seis restaurantes paulistas que possuem a famosa formiga no cardápio.

 

Metzi

 

(Divulgação)

 

No Metzi, ela pode ser encontrada no prato de siri-mole com palmito e formiga-saúva-limão. No entanto, como o siri-mole é um produto de temporada, na falta da iguaria o restaurante o substitui pelo peixe carapau – em um tempurá de fubá de milho crioulo e com a cabeça do peixe frita para finalizar o prato, que custa R$ 68. A época ideal para apreciar um bom siri é durante a troca de casca, quando o clima está quente. No inverno, não se encontra mais a casca mole para usar na cozinha.

 

Banzeiro

 

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Reconhecido pelo guia Michelin e por seu histórico na reprodução da cozinha regional amazônica, o Banzeiro de São Paulo é bem direto na execução do prato com formigas. Para quem quer experimentar a iguaria, talvez essa seja a opção mais natural. Como entrada, o restaurante oferece a formiga-saúva com espuma de mandioquinha em seu cardápio. O prato custa R$ 26.

 

D.O.M.

 

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Para o D.O.M., de Alex Atala, a formiga-saúva é tão especial que faz parte do menu degustação do premiado restaurante. Inspirado pela tradição alimentar de algumas etnias indígenas da região amazônica – especialmente dos baníuas –, o prato com a iguaria é o “formiga, manga e papaia”, que promete oferecer uma explosão de sabores. Para viver essa experiência, o menu degustação do D.O.M. custa R$ 690 por pessoa.

 

Amazo

 

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No Amazo, restaurante especializado em comida peruana, há dois pratos que exploram o sabor da formiga-saúva – para aqueles que querem uma experiência ainda mais imersiva, é possível até harmonizar as duas opções do local. O cebiche AMA.ZO, que custa R$ 78, apresenta pedaços de peixe marinados em molho de pimenta amarela e cozidos na parrilla sobre folha de banana, manteiga de carne-seca peruana, patacones de banana-da-terra e formigas-limão. Já o drinque amazônico, como foi batizado, é feito de pisco infusionado com formigas, cachaça, xarope de amêndoas, limão, angostura, folhas e flores de jambu. A bebida custa R$ 42.

 

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Nanmi

 

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Não é só na capital paulista que se encontra diversidade gastronômica. Em São Carlos, cidade a cerca de duas horas e meia de São Paulo, o restaurante Nanmi – com foco em culinária amazônica e brasileira – possui duas opções com formiga em seu cardápio. A formiga crocante é uma entrada servida em uma combinação composta de queijo coalho, banana-da-terra e flores comestíveis – como a folha de capuchinha – e finalizada com um fio de melaço. Tem o valor de R$ 31. De sobremesa, a formiga-saúva pode ser encontrada na sequência de brigadeiros. A formiga vai no topo do brigadeiro de brûlée de capim-santo, em uma sequência de sabores de tapioca com coco, cupuaçu com castanhas-do-pará, cachaça de jambu e farinha uarini. A “doce” experiência custa R$ 42.

 

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AE! Cozinha

 

(Divulgação)

 

O AE! Cozinha, que propõe uma experiência de redescobrimento gastronômico por meio de potentes sabores extraídos de cada ingrediente, também não podia deixar de explorar a iguaria amazônica. Em seu cardápio, a formiga está presente no prato com batata-doce, alho-poró assado, fonduta de queijo tulha, macadâmia, bottarga defumada e formiga-saúva-limão, por R$ 49.

 

Por Beatriz Calais