Com 45 anos de história, o hotel Laje de Pedra busca renovação e se torna o primeiro Kempinski da América do Sul

De 1978 até hoje, muito da história do país aconteceu nas dependências do edifício modernista, que se renova para uma nova fase no turismo nacional

Foto: Divulgação

Ao completar 45 anos de história, o Laje de Pedra, no Rio Grande do Sul, investe em renovação para uma nova fase da hotelaria nacional. Eleito algumas vezes o melhor do Brasil, o hotel foi, por décadas, ícone da efervescência cultural e cenário de expressivos eventos sociais históricos, como a assinatura do Tratado do Mercosul, de 1992, que aconteceu em suas dependências.  

 

Durante 15 anos, também foi palco da Festa Nacional do Disco, recebendo nomes como Roberto Carlos, Nara Leão, Milton Nascimento, Belchior, Alcione, Nana Caymmi, Gonzaguinha, Nelson Gonçalves e mais uma centena de grandes figuras da MPB.  De forma geral, os eventos artísticos também contribuíam com o lançamento de artistas e bandas que se tornaram grande sucesso nacional, como Kid Abelha e Barão Vermelho, de Cazuza. 

 

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Era nesse local, à beira do Vale do Quilombo, que grandes nomes da música brasileira se encontravam. Artistas como Tom Jobim e Chico Buarque, que em 1986, durante o 14º Festival de Cinema de Gramado, em um encontro “secreto”, tiveram a inspiração para compor a música “Anos Dourados”, trilha sonora da minissérie que estava para estrear na TV. Tom estava na região para uma apresentação e acabou ficando hospedado no hotel. Chico estava na cidade acompanhando a então esposa, Marieta Severo, que ganharia o Kikito de melhor atriz daquele ano. Foi então que o Bloco B do Laje de Pedra virou palco para os dois amigos cariocas.  

 

De 1978 até hoje, muito da história do país aconteceu nas dependências do famoso prédio em arcos debruçado aos pés do Vale do Quilombo, jogando luz sobre a pequena cidade serrana de Canela, no Rio Grande do Sul. Apenas um breve resumo de tudo que o Laje de Pedra já foi — e que busca voltar a ser ao elevar o padrão de hospedagem como o primeiro Kempinski da América do Sul.  

 

Agora, o Kempinski Laje de Pedra, une a bandeira europeia à determinação de três empresários brasileiros dispostos a recolocar Canela e os Campos de Cima da Serra no coração do mapa do turismo mundial. Com o projeto de revitalização e ampliação anunciado em 2021, o ambicioso retrofit, que mantém as características modernas do prédio esboçado pelo arquiteto gaúcho Edgar Graeff, está chamando a atenção.  

 

Com uma estratégia que envolve residências com serviço hoteleiro para além da hospedagem, o Kempinski Laje de Pedra já conta com R$ 300 milhões em negócios fechados no primeiro ano de vendas. Dividido em três fases, o projeto de R$ 800 milhões e Valor Geral de Vendas previsto de R$ 1,8 bilhão está na etapa 1 das obras, prevista para ser entregue em meados de 2026.  

 

Foto: Divulgação

 

“O Laje de Pedra deu projeção nacional para a região com sua excelência em hotelaria e destino”, relembra José Paim de Andrade Júnior, um dos sócios da LDP Canela, em nota oficial para a imprensa. “E agora algo especial está acontecendo por lá novamente”, ressalta o empresário, que toca o empreendimento junto com José Ernesto Marino Neto e Márcio Carvalho, em parceria com a bandeira alemã. 

 

O empreendimento vai operar no modelo sob medida, ou seja, de acordo com o tempo de uso, e será administrado 100% pela Kempinski, que oferece um pool de serviços reconhecidos internacionalmente. As residências sofisticadas permitem acesso a uma comunidade exclusiva e um hub de serviços e experiências únicas enraizadas na enogastronomia, na cultura, na história e na identidade local. 

 

Ao sediar o primeiro Kempinski da América do Sul, Canela e os Campos de Cima da Serra se juntam a um seleto portfólio de destinos turísticos selecionados na Europa, na Ásia, no Oriente Médio e na África. A valorização das características naturais arquitetônicas da região é o ponto de partida do projeto que leva assinatura da Perkins & Will, com paisagismo de Sergio Santana e interiores de Patricia Anastassiadis. 

 

Por Beatriz Calais