Com mostras individuais e eventos grandiosos que prometem transmitir arte e design por todos os cantos da capital paulista, os primeiros meses do ano estão repletos de opções culturais para o lazer em São Paulo. Confira, a seguir, o que em 2024 quando pensamos em arte: 

 

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Semana de Design de São Paulo reunirá mais de mil criativos e marcas em 130 locais da cidade e promoverá cerca de 200 ações  

 

 

Entre 14 e 24 de março, a capital será novamente palco da DW! Semana de Design de São Paulo, maior festival do setor na América Latina e o terceiro maior do mundo. Nesta 13ª edição, o evento se desdobrará em mais de 100 diferentes locais, contemplando quase 200 ações espalhadas em oito distritos: um digital e sete físicos, distribuídos em diversas regiões da capital. Com mais de mil criativos de diferentes segmentos, a expectativa de público da DW! SP 2024, que tem ações majoritariamente gratuitas, é de cerca de 50 mil visitantes. 

 

Fomentando a valorização de espaços públicos emblemáticos, o evento promoverá ações especialmente segmentadas no Centro de São Paulo, onde haverá ocupações inéditas de edificações históricas. Na Galeria Metrópole, por exemplo, a Arena de Conteúdo, patrocinada pelo Senac-SP, promoverá intervenções nos espaços múltiplos do edifício, que também acolherá outras duas ações: a ocupação Design na Metrópole, com marcas e criadores autorais, e a exposição “Um Lugar”, promovida pelo Prêmio Salão Design, reunindo peças de 60 designers contemporâneos entre os melhores do Brasil. 

 

Concebida em 2012 pelo empresário Lauro Andrade, a DW! SP sempre elege uma temática diferente em cada edição. Em 2024, a água será o grande destaque, uma vez que o evento ocorre durante a semana do Dia Mundial da Água (22/03). Inspirada no tema, a identidade visual da feira foi assinada pela arquiteta, designer gráfica e educadora Maria Claudia Levy Figliolino. 

 

Quando: de 14 a 24 de março de 2024 

Acompanhe a programação completa no site oficial do evento: dwsemanadedesign.com.br 

 

Instituto Tomie Ohtake recebe a exposição “Água Pantanal Fogo”, promovida pelo Documenta Pantanal 

 

 

A maior planície alagável do planeta tem ocupado o noticiário não por sua biodiversidade e beleza exuberante, mas pelo risco de desaparecimento sob a ameaça da seca e do fogo. Desde 2020, quando o bioma foi atingido pelos piores incêndios de sua história, que consumiram quase 30% de sua extensão, os episódios de risco de repetição da tragédia não foram poucos. Uma das maiores iniciativas para combate às chamas é o Brigadas Pantaneiras, programa do SOS Pantanal que será o grande beneficiário da arrecadação de recursos por meio da exposição e venda de seis quadros dos fotógrafos Lalo de Almeida e Luciano Candisani.  

 

As obras fazem parte da mostra “Água Pantanal Fogo” que, com curadoria de Eder Chiodetto, contempla 80 obras e ficará em cartaz no Instituto Tomie Ohtake até o dia 12 de maio. A mostra tem patrocínio do Itaú e da CSN. As seis imagens à venda na exposição, com renda totalmente revertida em prol das Brigadas Pantaneiras, foram doadas por Lalo e Luciano, que são apontados pelo curador da exposição – Eder Chiodetto – como verdadeiros “cronistas visuais”.  

 

Quando: de 07 de março a 12 de maio  

Onde: Instituto Tomie Ohtake – Av. Faria Lima 201 (Entrada pela Rua Coropé, 88) – Pinheiros SP 

 

Galeria Lume apresenta a exposição individual “Ensaio sobre o ingovernável”, de Kilian Glasner 

 

 

Em sua nova mostra, Glasner traz desenhos que evidenciam a crise climática, tema cada vez mais em foco mundialmente. Partindo de uma extensa pesquisa e imersão na natureza, Kilian Glasner inaugurou sua individual “Ensaio sobre o ingovernável” na Galeria Lume no dia 09 de março. Com curadoria de Paulo Kassab Jr., a mostra revela o próximo passo na produção de Glasner, com obras recém produzidas inspiradas em suas experiências recentes nas proximidades da cidade de São Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte.  

 

Em sua quarta exposição individual na Galeria Lume, o artista mergulha na vastidão da natureza selvagem, abordando elementos como mares turbulentos, tempestades em formação e representações meteorológicas. A mostra retrata a aspereza das dunas e a fúria dos mares ao longo do extenso litoral potiguar, oferecendo uma profunda reflexão sobre a essência imponente e indomável da natureza. 

 

Quando: de 09 de março a 27 de abril  

Onde: Galeria Lume – Rua Gumercindo Saraiva, 54 – Jardim Europa, São Paulo – SP 

 

Galeria Lume recebe a exposição instalativa “Flutuações”, de Amalia Giacomini 

 

 

É por meio da capacidade de reconstruir e atribuir um novo sentido ao espaço através da geometria que a artista Amalia Giacomini cria “Flutuações”, uma exposição instalativa que também toma o espaço da Galeria Lume desde o dia 09 de março. Com curadoria de Paulo Kassab Jr., a artista ocupa o espaço expositivo II da galeria com uma instalação e esculturas de parede produzidas como novos ensaios originados a partir de sua série de 2020, “Catenas”. 

 

Amalia explora e constroi suas obras de forma livre, incorporando elementos de seu repertório de vida, desde sua formação em arquitetura, até a afinidade por temáticas como matemática, biologia e história da arte. Na mostra, a artista retoma o conceito de catena, que na matemática é a denominação da curva formada por um fio ou corrente flexível, de densidade constante em todo seu comprimento, suspenso unicamente por seus dois extremos, sendo submetido apenas à força da gravidade. 

 

Quando: de 09 de março a 27 de abril  

Onde: Galeria Lume – Rua Gumercindo Saraiva, 54 – Jardim Europa, São Paulo – SP 

 

MIS inaugura exposição inédita “A tragédia do Holocausto: a vida de Julio Gartner​”  

 

 

O MIS – Instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo – remonta a história do Holocausto a partir de março, com uma exposição sensorial inédita, elaborada em dois atos. A mostra, que abriu ao público no dia 09, leva aos visitantes o registro histórico da Segunda Guerra Mundial e do terror impelido ao povo judeu a partir da construção de ambientes, locais e cenários marcantes que compõem a trajetória do personagem central, o sobrevivente Julio Gartner, desde sua adolescência até a chegada ao Brasil. Polonês radicado no Brasil, ele faria 100 anos em 2024. 

 

No primeiro andar, “A tragédia do Holocausto: a vida de Julio Gartner” apresenta o que foi o Holocausto por meio da história real de Gartner. Já no segundo ato da mostra, há uma homenagem especial a alguns personagens denominados “Anjos do Holocausto”, cidadãos comuns que se dedicaram à ajuda de judeus perseguidos e presos – dentre eles o alemão Oskar Schindler, o britânico Nicholas Winton e a brasileira Aracy Guimarães Rosa. 

 

Quando: de 09 de março a 21 de abril  

Onde: Museu da Imagem e do Som – MIS  – Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo 

 

Ao completar 20 anos de atuação no mercado de arte, Galeria Estação abre a agenda de 2024 com a mostra coletiva “Mulheres por Mulheres” 

 

 

Por mais que já esteja em cartaz desde 22 de fevereiro, ainda há tempo para conferir os últimos dias desta mostra importante para a agenda cultural de 2024 da Galeria Estação — que completa duas décadas de atuação neste ano. Idealizada pela colecionadora e galerista Vilma Eid, a mostra coletiva “Mulheres por Mulheres” é, de acordo com a própria Vilma, “uma homenagem às mulheres artistas com quem venho trabalhando, divulgando e que fazem parte da nossa história e pelas quais tenho grande admiração”. 

  

Em seu olhar curatorial, Vilma selecionou 47 obras – entre telas e esculturas – de oito mulheres: a gaúcha Conceição dos Bugres (1914-1984); a pernambucana Elza de Oliveira Sousa (1928-2006); as mineiras Izabel Mendes da Cunha (1924-2014), Maria Auxiliadora Silva (1935-1974) e Noemisa Batista dos Santos (única artista viva da coletiva); a baiana Madalena dos Santos Reinbold (1919-1977); a goiana Mirian Inêz da Silva Cerqueira (1938-1996); e a paulista Zica Bérgami, (1913-2011). Além dos trabalhos dessas artistas, telas da pintora Yara Dewachter que retratam as homenageadas também irão compor a mostra em um diálogo visual enriquecedor com o legado delas. Vale conferir!  

 

Quando: de 22 de fevereiro a 16 de março  

Onde: Galeria Estação – Rua Ferreira Araújo, 625 – Pinheiros, São Paulo 

 

MASP apresenta a mostra “Francis Bacon: a beleza da carne”

A partir da curadoria de Adriano Pedrosa e Laura Cosendey (com assistência de Isabela Loures), “Arte na moda: MASP Renner, Francis Bacon: a beleza da carne” pretende destacar como Francis Bacon, com sua pintura inovadora e impactante, abriu caminhos para a presença queer na cultura visual. Cobrindo mais de quatro décadas de trabalhos do artista, a mostra apresenta obras de Bacon desde os anos 1940 até 1980. São diversas obras do artista, provenientes de mais de 20 museus internacionais e coleções particulares. A exposição integra o ano dedicado às Histórias da diversidade LGBTQIA+ no MASP.  

 

Quando: de 22 de março a 28 de julho

Onde: 1° andar do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP – Avenida Paulista, 1578 

 

Ainda no MASP, a mostra “Mário de Andrade: duas vidas” também integra o ano dedicado às Histórias da diversidade LGBTQIA+  

 

 

Com curadoria de Regina Teixeira de Barros e assistência de Daniela Rodrigues, “Mário de Andrade: duas vidas” será a primeira exposição a tratar do olhar queer do colecionador a partir de uma seleção das obras de arte e imagens sacras por ele reunidas — hoje sob a guarda do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo. A exposição será composta, majoritariamente, por desenhos e gravuras, sendo alguns apresentados pela primeira vez ao público, bem como um conjunto de fotografias captadas por Mário em suas viagens ao norte e nordeste do Brasil entre 1927 e 1935. Complementam a mostra retratos do crítico realizados por pintores de quem era próximo, além de documentos e fotografias dele próprio. A mostra também faz parte do ano dedicado às Histórias da diversidade LGBTQIA+.  

 

Quando: de 22 de março a 09 de junho  

Onde: Mezanino do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP – Avenida Paulista, 1578 

 

“Sombras-Luzes: identidade na diáspora japonesa no Brasil” estreia no Museu da Imigração e traz questionamento identitário de descendentes de japoneses no Brasil 

 

 

O Museu da Imigração (MI) – instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo – inaugurou, no dia 23 de janeiro, a exposição “Sombras-Luzes: identidade na diáspora japonesa no Brasil”, das artistas Cristina Suzuki e Claudia Kiatake. 

  

A sombra é um elemento importantíssimo para a cultura japonesa, sobretudo no período Edo, em que o Japão fechava seus portos para estrangeiros. No ensaio “Em louvor da sombra”, escrito em 1933 por Junichiro Tanizaki, o autor analisa a presença e valorização da sombra dentro do teatro, da arquitetura, da arte e do cotidiano japonês, além de interpretar a presença da luz no Japão como a entrada da cultura ocidental. Nesse contexto, as artistas se debruçam sobre a dualidade e a ambiguidade desses dois elementos contrastantes como metáfora de duas culturas que entram em confluência. Ao se estabelecer no Brasil, a cultura japonesa adicionou aspectos à sua subjetividade – além do japonês, surgia algo novo. 

 

Quando: de 23 de janeiro a 05 de maio  

Onde: Museu da Imigração – Rua Visconde de Parnaíba, 1.316 – Mooca – São Paulo/SP 

 

Galeria Frente abre mostra “A realidade máxima das coisas” 

 

 

Dedicada à importante presença de artistas nipo-brasileiros na cena cultural, a Galeria Frente apresenta a exposição “A realidade máxima das coisas”, que abre ao público no dia 16 de março. Com cerca de 70 obras, a mostra tem curadoria de Jacob Klintowitz e celebra a arte de onze artistas que deixaram o país do Sol Nascente e dedicaram suas vidas e suas criações nas artes no Brasil. 

 

Ao adentrar a mostra, os visitantes poderão observar as diferentes nuances, traços, formas e tons nas obras dos artistas Jorge Mori, Flávio Shiró, Kazuo Wakabayashi, Manabu Mabe, Megumi Yuasa, Takashi Fukushima, Tikashi Fukushima, Tomie Ohtake, Tomoshige Kusuno, Yutaka Toyota e Tsugouharu Foujita, que compõem o elenco da exposição.  

 

Um dos destaques, e em celebração ao seu centésimo aniversário – o artista faria 100 anos esse ano – Manabu Mabe (1924-1997) tem forte presença nessa mostra. Ao lado dele, a única artista mulher da exposição, Tomie Ohtake (1913-2015), tem seis trabalhos selecionados para a mostra, todos pinturas sobre tela. 

 

Quando: de 16 de março a 01 de junho 

Onde: Galeria Frente – R. Dr. Melo Alves, 400 – Cerqueira César, São Paulo – SP 

 

“O Elefante e a Safira” é a primeira exposição individual de Renato Rios na Galeria Estação 

 

 

Bacharel em Artes Visuais pela Universidade de Brasília, sua cidade natal, Renato Rios reside em São Paulo desde 2016. Na capital paulista, foi assistente da escultora Laura Vinci e do pintor Paulo Pasta, duas grandes inspirações para sua formação artística. Aos 34 anos, com uma expressiva produção que já acumula sete celebradas mostras individuais, além de prêmios e participação em diversas coletivas, o jovem artista emplaca agora sua nova exposição, “Renato Rios: O Elefante e a Safira”. Com abertura no dia 25 de março, a mostra individual, composta de 38 obras entre pinturas de pequeno, médio e grande formatos, marca a primeira colaboração de sua representação pela Galeria Estação.  

 

No andar térreo da Galeria Estação, Rios expõe telas que propõem um estudo cromático voltado aos universos vegetal, mineral e animal. Nas paredes laterais do mezanino estarão dispostos dois polípticos com o caráter de instalação, Serestas I e II, compostos de 24 pequenas pinturas que, segundo o artista, são como “bandeirinhas que sugerem uma partitura musical de cores”. Unindo esses elementos duas grandes pinturas estabelecem uma poética de unidade com o conjunto de imagens.  

 

Quando: de 25 de março a 30 de abril  

Onde: Galeria Estação – Rua Ferreira Araújo, 625, Pinheiros, São Paulo – SP 

 

SP – Arte realiza sua 20ª edição 

 

 

Em abril, uma das mais importantes feiras de arte da América Latina, a SP – Arte, retorna a São Paulo para a sua 20ª edição. De 03 a 07 de abril, o Pavilhão da Bienal recebe diversos expositores, entre galerias de arte nacionais e internacionais, estúdios de design, editoras, instituições culturais e espaços independentes.  

 

Quando: de 03 a 07 de abril  

Onde: Pavilhão da Bienal – Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – Ibirapuera, São Paulo 

 

Flávia Junqueira explora as diversas camadas do universo lúdico em nova exposição na Zipper Galeria 

 

 

Com uma instalação imersiva que transita entre o fantástico e o estranho, a artista visual Flávia Junqueira, apresenta “Rêverie”, sua nova exposição em cartaz a partir de 21 de março, na Zipper Galeria. No centro desse espetáculo, flutuando a dois metros do chão, um carrossel imponente paira como uma visão retirada dos sonhos. Pesando uma tonelada, ele desafia a gravidade, girando suavemente no espaço, em um ambiente espelhado, transportando os visitantes para um universo onde a realidade se mistura com o fantástico. De acordo com Flávia Junqueira, o propósito da instalação é convidar o espectador a um olhar mais profundo de si mesmo, de sua própria trajetória e da relação com as múltiplas camadas de suas próprias memórias da infância. 

 

Quando: de 21 de março a 27 de abril  

Onde: Zipper Galeria – Rua Estados Unidos, 1494, São Paulo 

 

Por Beatriz Calais