“São quatro pilares: qualidade, funcionalidade, design icônico e inovação”, diz Karl Kieliger sobre a Victorinox

Em entrevista exclusiva, o general manager Latam falou sobre o seu trabalho na Victorinox, marca conhecida por seus canivetes e relógios

(Foto: Divulgação)

Karl Kieliger está há 19 anos na Victorinox, seis deles no Brasil (entre 2011 e 2017). Atualmente, diretamente do México, é general manager Latam, posição assumida em janeiro de 2022. Em passagem por São Paulo, conversou com a Versatille: “Temos muita coisa para fazer na marca, e isso me motiva, mesmo após tantos anos na empresa. São muitos projetos, muitos interesses. O trabalho é interessante”. Confira, na sequência, trechos da entrevista.

 

Versatille: Como manter a tradição da Victorinox, atualizando-se e simultaneamente preservando sua herança? 

 

Karl Kieliger: Para nós, o canivete é o produto-chave, e tudo o que fazemos, de outras categorias, é importante que tenham os valores do canivete. São quatro pilares: qualidade, funcionalidade, design icônico e inovação. Qualquer outro produto tem que ter essas características em sua base. O que sempre buscamos é ter os detalhes do canivete no design dos produtos, por exemplo, de forma que tenha uma conexão entre eles. É o produto “embaixador”, todo mundo conhece, mas queremos lançar outros itens que são companheiros no dia a dia dos clientes.

 

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V: As outras linhas continuam em expansão? 

 

KK: Sim, vemos muito potencial em aumentar o portfólio de produtos. O canivete, na América Latina, é o produto principal; já no Brasil, o que mais vendemos é o relógio – globalmente, é o terceiro mercado mais importante para o segmento de relógios.  

 

V: O bom posicionamento da Victorinox em território nacional foi um trabalho que começou em sua gestão? 

 

KK: Não, é algo anterior. Nós chegamos ao território nacional em 1998, mas sempre tivemos pensamento no longo prazo. Passamos a oferecer um ótimo serviço para clientes e lojistas, e, com tudo isso, crescemos. E hoje estamos muito orgulhosos do nosso posicionamento. Foi um degrau de cada vez.  

 

V: Qual é a maior diferença entre os mercados brasileiro e mexicano? 

 

KK: A distribuição é diferente. Lá, nós temos lojas de departamentos grandes, e o principal é estar presente nelas. Aqui, nós temos shoppings com lojas, que são monomarcas ou relojoarias e joalherias. O segmento de lifestyle é muito forte no Brasil, e isso acaba auxiliando muito a marca, pois os brasileiros se preocupam com a estética e a beleza.  

 

V: Qual é sua trajetória morando em países da América Latina? O que mais gosta do continente? 

 

KK: Eu comecei a trabalhar no Peru, para outra empresa, muito jovem. Mas então voltei para a Suíça e fiquei seis anos na Victorinox de lá, mas avisei que estaria disposto a mudar de país, e então surgiu uma vaga no Brasil, na posição de diretor comercial. Atualmente, não penso mais em voltar para a Europa, porque meu trabalho na América Latina é muito mais interessante, tem muito a fazer. Outro motivo são as pessoas, que são motivadas e apaixonadas pela marca e querem crescer. É um ambiente muito legal para nós.  

 

V: Quais são as medidas sustentáveis implementadas pela marca? 

 

KK: Dentro da fábrica, onde é possível, usamos material reciclável, e também madeiras locais. No processo de lixar os canivetes, tem muito pó, e nós reutilizamos isso. A Europa sempre esteve muito na frente com implementação da sustentabilidade e preocupação com o meio ambiente. Também temos uma linha de malas feita inteira de material reciclável – para isso, temos uma parceria com a Sony, pois eles nos oferecem o necessário para fazer o material Sorplas, que é um policarbonato reciclado.  

 

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V: Qual é a maior vantagem de trabalhar numa empresa familiar? 

 

KK: No meu caso, é a proximidade com os donos. E sou muito orgulhoso de trabalhar para pessoas assim, que são éticas e possuem os pés no chão.  

 

Por Giulianna Iodice | Matéria publicada na edição 129 da Versatille