Da plateia do cinema ao protagonismo nas telas: capa da Versatille, Romulo Arantes Neto fala sobre sua trajetória

Romulo Arantes Neto conta sua trajetória, que parte da paixão pelos filmes, passa pelo desafio de se aceitar como ator e chega ao sucesso nas atuações

Foto: Maurício Nahas 

“Quando eu me apaixonei por cinema como espectador, foi ali que comecei a admirar muito a profissão de ator. Isso foi mais ou menos no início da adolescência. Eu fiquei viciado no cinema”, fala Romulo Arantes Neto sobre o momento em que soube qual era a carreira de seus sonhos. O que o impactou, ressalta, foi justamente o desejo de transmitir às pessoas a mesma sensação que ele sentia ao contemplar os filmes. “Até hoje eu embarco como espectador. Vou muito ao cinema. Para mim, é uma forma de sair um pouco da nossa realidade.” 

 

Seu começo nas artes cênicas foi ao fazer o teste para a edição de 2007 da novela Malhação, da Globo, quando trabalhava como modelo. Depois de aprovado, parou de modelar a fim de focar 100% aquele projeto e sua carreira de ator: “Era muito mais difícil do que eu imaginava. O formato de novela é muito puxado, tem muito texto, e o personagem que eu ganhei foi protagonista. Então, eu comecei a estudar muito”, relembra. 

 

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O artista recorda sua atuação na peça Rock in Rio – O Musical, de 2013, no papel que mudou a sua vida. Na época, ele se encontrava em uma situação difícil, depois de ter passado quatro anos e meio na Record e ter negada uma possível renovação de contrato com a emissora: “Fiquei na pindaíba durante um ano. Quando eu não tinha mais nada de grana, pintou essa oportunidade. Fiz quatro etapas de teste, em que cantei, dancei, dei mortal para trás, fiz de tudo um pouco e ganhei um personagem pequeno”.

 

Segundo o ator, foi justamente esse papel de menor destaque que deu início a uma transformação interna, extrapolou para o mundo exterior e definiu o rumo de sua trajetória: “Um novo ciclo se abriu na minha vida, em que pude me aceitar como ator. No meu início de carreira, eu tinha várias inseguranças, e acho que o processo de se aceitar nessa profissão é a consequência de muita vivência e de uma jornada interna, que é muito individual”. Apesar de não ter tido o protagonismo, Romulo conta que conseguiu brilhar em vários momentos e, assim, recebeu um convite de teste para uma novela da Globo, por meio da indicação de um amigo presente em um dos espetáculos. 

 

Desde então, o ator tem se destacado tanto no cinema quanto na televisão e seguido novos caminhos de sucesso até mesmo em projetos em inglês apesar de não abandonar as produções que o acolheram desde o início. Em breve, ele fará uma participação em Fuzuê, atual novela das 7 da Rede Globo, após ter feito uma pausa em atuações nesse formato, e vai protagonizar o filme Meu Cunhado é um Vampiro, comédia nacional que estreia na Netflix, no fim deste ano.  

 

Romulo conversou com a Versatille sobre sua trajetória, inspirações e curiosidades. Confira a seguir. 

 

Versatille: Você já pensou em seguir outra profissão? 

Romulo Arantes Neto: Com certeza. Eu queria ser economista. Amo números e matemática. Eu acho que eu puxei o lado paterno e o materno. Os dois sempre tiveram esse lado sensível e dos números. Realmente é uma dicotomia [o talento artístico e de raciocínio lógico]. São muito extremos, totalmente opostos. 

 

V: Qual é o papel mais desafiador que já teve de realizar?  

RAN: O vilão Fernandinho, no filme Mais Forte que o Mundo, sobre a história de José Aldo, primeiro campeão peso-pena do UFC. Foi muito difícil e doloroso chegar nele. É um personagem com uma carga dramática muito intensa e pesada, e muito interessante por sua complexidade. Foi o primeiro vilão que interpretei no cinema. 

 

 

V: Como foi a experiência de atuar na nova coprodução internacional da Globoplay com a Sony, Rio Connection? 

RAN: Foi o máximo, porque eu sempre tive o sonho de atuar em inglês e também aquele desejo de trabalhar em Hollywood. Eu também amo línguas, sou pirado nisso. Falo o básico de francês, italiano e espanhol e fluentemente inglês. A experiência foi superdesafiadora porque foi a primeira vez que eu realmente atuei do início ao fim num projeto em inglês. Eu tinha feito uma ponta em Hollywood, mas esse foi um trabalho completo em uma grande produção. A história se passa nos anos 1970, são três mafiosos que se encontram.  

 

V: Você gostaria de fazer outras produções internacionais? 

RAN: Sem sombra de dúvida. Eu quero muito. Falta agora organizar um pouco a carreira, estruturar, pegar agente fora do Brasil e fazer essa ponte. O que falta é tempo, né?! 

 

V: Você tem algum hábito que acredita ajudar em suas atuações? 

RAN: O hábito de ter consciência corporal. Eu pratico muito esporte, fiz muito yoga na minha vida e amo dançar. Eu acho muito importante, por exemplo, tocar no corpo inteiro antes de entrar em cena para senti-lo e deixá-lo vivo. Se você não sentir, fica travado e não consegue passar tanta verdade.  

 

V: Qual é o seu lugar favorito no mundo e por quê? 

RAN: Onde estiver o meu lar. Nesse caso, agora que eu estou de mudança, é do lado da minha mulher. 

 

 

V: No Instagram, você compartilha bastante posts praticando atividades esportivas. Qual é a importância do esporte na sua vida? 

RAN: Para mim, é vital. É terapia, felicidade, endorfina e a rota de fuga de possíveis depressões. É salvação. 

 

V: Além do esporte, o que mais gosta de fazer quando não está em gravação? 

RAN: Viajar. Sou completamente viciado em viagens. O lugar que eu mais gostei de visitar nos últimos anos foi Copenhague, na Dinamarca. Também fui para o litoral do Chile e fiquei apaixonado. É um destino especial, tem muita coisa para conhecer. E Nova York é um lugar que mora no meu coração, porque realmente é onde tudo acontece.  

 

V: Como você se conecta com a moda? Tem algum estilo com o qual você se identifica mais? 

RAN: Eu me conecto com a moda por meio da minha paixão por estética. Amo design, decoração, arquitetura, e a moda está nessa bossa toda. Eu acho que a moda é também a forma como você se apresenta para o mundo, como você se comporta. E não só isso, mas é você com você mesmo. Acredito que você adentra mundos utilizando certas peças e ativa quem você é em uma semana específica ou a energia que você quer acessar. Sobre o estilo, eu gosto de misturar o clássico com um pouco do moderno. Sempre aprecio alguma coisa vintage, clássica, e cores mais sóbrias para poder ter acessórios com cores mais vibrantes. 

 

V: O que inspira você? 

RAN: A natureza me inspira. Eu sou muito conectado com o mar, com o verde, com o ar limpo e puro. Eu fui criado muito assim, meus pais me levaram muito para a natureza desde cedo, e eu pratico muitos esportes ao ar livre. Então, me sentir linkado à natureza é o que me inspira a continuar e me alimenta muito.  

 

texto: laís campos

direção criativa e styling: luis fiod

fotografia: maurício nahas 

assistente de fotografia: vanessa gomes (4039) e humberto felga

grooming: juliana boeno

produção de moda: zeca ziembik, otavio sohn e zeni sachs 

vídeo: pedro vitor conde 

camareira: bete moraes 

produção executiva: andré bona (vega creative productions)

assistente: ingrid petronila 

tratamento de foto: danilo fujocka