Nos guardanapos, nos quadros das paredes e no cardápio do Boucherie, novo restaurante de São Paulo, um termo aparece escrito com insistência: “le quartier”. Para os que não sabem francês, a curiosidade é atiçada, fazendo com que o Google Tradutor seja aberto para uma rápida pesquisa e descoberta curiosa: “le quartier”, afinal, significa “vizinhança”.

 

À primeira vista, a relação entre a palavra e o restaurante pode não fazer sentido, mas basta observar o espaço por um instante para entender seu uso constante. Na Rua Professor Tamandaré Toledo, no Itaim Bibi, o Boucherie está na mesma casa do Chez Claude, tradicional restaurante de comida francesa, e do Bar du Quartier, ambos comandados pelos chefs Claude e Thomás Troisgros. Os guardanapos estão certos: o espaço é a vizinhança gastronômica dos Troisgros.

 

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Buscando aumentar essa vizinhança, não é de se estranhar a chegada do Boucherie em São Paulo após 12 anos de sucesso no Rio de Janeiro. Considerado o primeiro restaurante no Brasil cujo conceito é a escolha de um grelhado com rodízio de acompanhamentos, já estava na hora de a casa pousar na capital paulista.

 

Inaugurado no fim de junho, o restaurante oferece grelhados fixos com sugestões de cortes especiais do dia, incluindo carnes bovinas, suínas e pescados. Todos eles são acompanhados de um molho à escolha (barbecue, bordelaise, chimichurri, bernaise, ao poivre ou dijon), além de batata crisp e farofa panko.

 

 

Já as guarnições são servidas em rodízio e podem variar de acordo com o dia. As grandes apostas são: chuchu gratinado com queijo gruyère, quiabo refogado com tomate, risoto de quinoa e purê de polenta com agrião – embora esses sejam os destaques, fica uma citação especial ao purê de maçã com maracujá, uma verdadeira explosão de sabores para quem gosta de agridoces.

 

“No Boucherie, prezamos por receitas descomplicadas e afetivas”, conta Thomás. As entradas e sobremesas, por exemplo, seguem essa proposta: clássicos executados com a melhor seleção de ingredientes. Entre as especialidades estão os pastéis de filé-mignon, o steak tartare da tia Madeleine, o croquete de carne, o mousse de chocolate e o petit gâteau de doce de leite.

 

“Ainda temos de sentir o mercado paulistano, mas vamos começar com acompanhamentos que não podem sair do cardápio carioca por conta da aceitação do público”, completa o chef, que já percebe grande empolgação dos novos clientes.

 

 

Com 46 lugares, o espaço do restaurante está cheio mesmo durante a semana. Para quem só consegue conhecê-lo de sábado ou domingo, as mesas são concorridas. De qualquer forma, vale a pena encaixar uma visita à mais nova casa da vizinhança Troisgros em São Paulo.

 

Por Beatriz Calais