Lady Diana: os marcos da nobre trajetória da Princesa do Povo
Em homenagem ao dia que seria seu 59º aniversário, relembre os acontecimentos mais significativos da vida da mulher que enfrentou a Família Real britânica
Por Maria Alice Prado
O primeiro dia de julho marca o aniversário de uma das mulheres mais impactantes que o mundo contemporâneo conheceu: Princesa Diana, que em 2020 completaria 59 anos. Para celebrar o dia da personagem mais icônica da realeza britânica recente, trazemos aqui marcos inesquecíveis da trajetória de Diana Frances Spencer.
De professora de jardim de infância a princesa e uma das pessoas mais influentes do século XX, Lady Di quebrou paradigmas e se tornou um símbolo de poder feminino. O relacionamento (aos trancos e barrancos) com a família Windsor levou-a a uma vida repleta de atos libertários e revolucionários, que romperam com condutas históricas da realeza. Tudo em prol do mais nobre dos objetivos: poder ser ela mesma.
Não é à toa que, mais de duas décadas depois de sua morte, o nome de Diana Spencer é ainda motivo para inspiração, admiração e, é claro, teorias de conspiração.
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Sangue nobre: os títulos e apelidos de Lady Di
Diana nasceu em uma família da aristocracia inglesa, justamente o que abriu as portas para o contato desde a infância com a realeza britânica. Após a morte de seu avô paterno, Albert Spencer, em 1975, o pai de Diana tornou-se o oitavo Conde Spencer. Consequentemente, Diana e suas irmãs receberam o título de Lady – e assim surgiu o apelido carinhoso pelo qual ficou conhecida: Lady Di.
O casamento, em 29 de julho de 1981, com Príncipe Charles, primogênito da Rainha Elizabeth II e primeiro na linha de sucessão ao trono britânico, concedeu a Diana o título oficial de “Sua Alteza Real, a Princesa de Gales, Condessa de Chester, Duquesa de Rothesay, Condessa de Carrick, Baronesa de Renfrew, Senhora das Ilhas e Princesa da Escócia”. Para efeitos de menção em meios oficiais, usava-se apenas “Sua Alteza Real, a Princesa de Gales”.
Todo esse tratamento foi perdido em 1996, quando saiu o divórcio do casal – que já estava separado desde 1992. A partir de então, ela passou a ser apenas a “Princesa de Gales”.
O título que continuava ligando Diana à Família Real, no entanto, certamente não representava a parcela da sua personalidade que mais marcou sua vida. Os milhões de pessoas ao redor do mundo que a adoravam a apelidaram carinhosamente de “Princesa do Povo”, pela sua vocação filantrópica.
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A Princesa do Povo
Diana é até hoje lembrada como uma personalidade pública que fez questão de ampliar as relações de compaixão entre as pessoas. Prova disso é a assídua presença em arrecadação de fundos para instituições de caridade. A certa altura, após o divórcio, esteve ligada a mais de 100 organizações filantrópicas.
Entre os feitos inesquecíveis, há a vez em que a Princesa de Gales atravessou um campo de minas terrestres em Angola, em 1997, para alertar a sociedade sobre o perigo que os conflitos civis significavam para toda a população africana. A campanha foi tão significativa que rendeu à organização Campanha Internacional para a Proibição de Minas Antipessoais (CIPMA) o Prêmio Nobel da Paz daquele ano. A entrega do prêmio ocorreu alguns meses após a morte de Lady Di.
Ela também ajudou a quebrar o tabu sobre o HIV nos anos 1980, quando a doença era muito mais estigmatizada do que hoje. Como muitos tinham medo até de encostar em pessoas soropositivas, por medo de se infectar (o que não faz nenhum sentido, mas a falta de informação era enorme naquele começo de conhecimento sobre o vírus), Diana passou a se encontrar com grupos de portadores do HIV, abraçá-los, tratá-los com a humanidade que sempre mereceram. Também foi a fundadora da primeira clínica para tratamento de HIV/AIDS do Reino Unido e chegou a vir ao Brasil, em 1987, para visitar órfãos de pais soropositivos.
Outras causas que a mobilizaram foram a luta contra o câncer de mama e pelo tratamento acessível da paralisia cerebral.
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Lady Di e “o vestido da vingança”
Ainda Sua Alteza Real, embora já separada de Charles, no dia 29 de junho de 1994 Diana surpreendeu o mundo ao surgir em um evento beneficente em Londres usando um justíssimo tubinho preto, curto e com os ombros de fora. Sua escolha foi planejada: na noite anterior, Charles havia declarado publicamente que havia sido infiel durante todo o casamento e que nunca havia terminado o relacionamento com a ex-namorada Camilla Parker-Bowles – sua esposa desde 2005.
Diana não queria que tal humilhação fosse manchete nos tabloides, então cometeu a ousadia de figurino diurno para tentar tomar as manchetes para si. Deu certo: como naquele tempo não havia internet e a declaração feita pelo Príncipe na noite anterior só poderia ir para os jornais duas manhãs depois, deu tempo de os editores perderem o interesse pela infidelidade real e decidirem estampar as capas com fotos dela no que batizaram de “o vestido da vingança”
O casamento real: quebra de protocolos desde o começo
Escolhida para ser a esposa do futuro rei do Reino Unido – logo, a Rainha Consorte – pelo seu perfil aristocrata, virginal e discreto, Diana colocou as manguinhas de fora cedo, mostrando que não estava nessa história para seguir ordens 24 horas por dia, sete dias por semana.
Para começar, tradicionalmente a noiva de qualquer membro da Família Real deveria simplesmente ler votos de casamento escritos pelo escritório da realeza; ela discordou e escreveu o que falaria diante do pastor anglicano que a casaria com Charles. O motivo: ela se recusava a repetir, em transmissão para todo o planeta, que iria “obedecer” o marido.
Os anéis de noivado da realeza também seguiam uma tradição quebrada por Diana. Até então, eles eram feitos sob medida seguindo regras dos Windsor, mas Diana escolheu sua aliança em um catálogo que viu na época. Depois, revelou que nem era o modelo mais caro da loja. Este é o famoso anel de noivado que William deu a Kate Middleton quando eles anunciaram o casamento ao mundo.
A confecção de seu vestido de noiva também foi “independente”. Diana escolheu estilistas pouco conhecidos para fazer um modelo com seis tecidos diferentes e 10 mil pérolas. A cauda do vestido tinha 8 metros, a mais longa da história da Família Real britânica.
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Casamento fracassado desde o dia da cerimônia
Muito longe do que se imaginava na época de namoro, o casamento de Charles e Diana não foi nada parecido com um conto de fadas.
Quando resolveu começar a falar sobre o assunto, Lady Di desabafou que o dia do casamento foi “um dos piores da vida” e que chegou a considerar o suicídio para se livrar da Família Real. Ela aproveitava as aulas de oratória com Peter Settelen para falar livremente sobre sua vida – sob o pretexto de praticar o “discurso livre” – e também abriu o coração para o biógrafo Andrew Morton.
O que saiu de positivo deste casamento para Diana, claro, foram os filhos. William nasceu em 28 de julho de 1982 (um dia antes da “comemoração” de um ano de casamento) e Harry, em 15 de setembro de 1984. A princesa fazia de tudo para que eles tivessem uma infância normal, desde convidar os amiguinhos da escola para brincarem no castelo – deixando a segurança real de cabelos em pé – até escapar com eles para comer no McDonald’s no centro de Londres – deixando a segurança real apavorada.
Ao ter o título de Sua Alteza Real tirado, Diana ficou arrasada e, segundo relatos, chorava dia e noite sem parar. Ao ver a cena se repetindo, William, segundo na linha de sucessão ao trono, lhe prometeu: quando for coroado Rei, devolverá a ela o título. Ele garante que mantém a promessa, e devolverá o título postumamente.
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A morte de Diana e o luto sem fim
A psicologia estabelece cinco fases para o luto: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação – atualmente, é reconhecido que elas não precisam ocorrer exatamente nesta ordem. Bem, em relação a Diana, grande parte de seus admiradores parece ainda não ter superado todas as etapas e chegado à aceitação.
Na noite do 31 de agosto de 1997, Diana morreu em um grave acidente de carro. Ela estava em Paris com o namorado, o empresário Dodi Al-Fayed, e o carro do casal foi perseguido por paparazzi até uma batida fatal no túnel da Ponte de l’Alma. Nenhum dos dois resistiu aos ferimentos, assim como o motorista, Henri Paul. O único sobrevivente foi o segurança de Al-Fayed, Trevor Rees-Jones, que ficou meses em coma e diz não se lembrar de nada.
O corpo da Princesa foi sepultado em uma ilha, no meio do lago Oval, um lago artificial situado na região das terras de Althorp, conhecida também como “Os Jardins dos Prazeres”.
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Fotos: Reprodução/Divulgação