6 curiosidades sobre a Semana de Arte Moderna de 1922

Por trás do maior marco do movimento modernista no Brasil, há diversos fatos inusitados e relevantes

Projeção no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo
Projeção no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo (Divulgação)

Há 100 anos, no Theatro Municipal de São Paulo, acontecia o maior marco do movimento modernista brasileiro: a Semana de Arte Moderna. O propósito do evento de 1922 era o de renovar e recriar uma arte genuinamente brasileira sem deixar de lado as novas tendências que surgiam na Europa.

 

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A Semana de Arte Moderna revolucionou não só a arte, mas também diversos outros segmentos culturais como a música, literatura, escultura e pintura. Alguns dos nomes que marcaram presença foram Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Plínio Salgado, Anita Malfatti, Heitor Villa-Lobos, Di Cavalcanti, Agenor Fernandes Barbosa entre outros. Apesar de ter relevância indiscutível, em 1922, o evento foi alvo de críticas e polêmicas por promover mudanças radicais para a época.

 

Capa de um catálogo de exposição da Semana de Arte Moderna, 1922

Capa de um catálogo de exposição da Semana de Arte Moderna, 1922 (ilustração de Emiliano di Cavalcanti)

 

Para celebrar o centenário do marco modernista, foi feita uma homenagem aos artistas icônicos no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, intitulada de “100 anos de Modernismo – São Paulo celebra a Semana de 1922″. Uma vídeo arte, criada pelo Estúdio Bijari, tem sido projetada na fachada da construção com imagens de personalidades e obras emblemáticas do evento. São  oito projetores laser com 20.000 lumens. As projeções também são transmitidas pela plataforma CulturaEmCasa e seguirão até o dia 17 de fevereiro.

 

 Di Cavalcanti

Di Cavalcanti (Wiki Commons)

 

Veja, a seguir, seis curiosidades sobre a Semana de Arte Moderna.

 

 

Uma semana em três dias

 

 

Embora estivesse programado para ocorrer entre os dias 11 e 18 de fevereiro, as exposições aconteceram apenas em três dias alternados, com um tema definido para cada um. No dia 13, pintura e escultura; no dia 15, a literatura; e no dia 17, a música.

 

"Pierrette", de Di Cavalcanti

“Pierrette”, de Di Cavalcanti

 

Ícones ausentes  

 

Alguns dos nomes mais relevantes do Modernismo, não puderam comparecer ao evento histórico, como Tarsila do Amaral e Manuel Bandeira. A pintora mais conhecida do movimento estava estudando em Paris e o poeta havia contraído tuberculose. Em vista da condição de saúde de Bandeira, Ronald de Carvalho fez a leitura do poema “Os Sapos”.

 

"Abaporu" de Tarsila do Amaral

“Abaporu” de Tarsila do Amaral

 

Propulsora do Cubismo

 

O movimento Cubista só ganhou força no Brasil após a Semana de Arte Moderna de 1922. Apesar dos artistas brasileiros não terem exposto características exclusivamente cubistas, é possível perceber influências claras da vertente. Tarsila, Anita Malfatti, Vicente do Rego Monteiro e Di Cavalcanti foram alguns artistas que apresentaram trabalhos com traços cubistas.

 

"O Homem Amarelo", de Anita Malfatti

“O Homem Amarelo”, de Anita Malfatti (Reprodução)

 

Villa-Lobos de chinelo

 

No último dia do evento, o músico Heitor Villa-Lobos entrou para sua apresentação calçando sapato em um pé e chinelos no outro, o que foi completamente reprovado pela plateia. O maestro explicou, depois, que ele se apresentou daquela forma por estar com um calo no pé.

 

Anita Malfatti

Anita Malfatti (Wiki Commons)

 

 

Oposição de Monteiro Lobato

 

O famoso escritor foi um grande opositor do Modernismo. Em 1917, cinco anos antes da Semana de Arte Moderna, ele publicou no jornal O Estado de S. Paulo uma crítica ácida à primeira exposição modernista no Brasil, de Anita Malfatti. Após a reação negativa do público ao evento de 1922, o escritor retomou suas críticas ao movimento. O resultado foi um extenso embate entre defensores do modernismo e apoiadores da arte clássica.

 

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A arte gastronômica

 

Além da revolução nas telas, a Semana de Arte Moderna também foi responsável por dar início à exaltação da culinária nacional. As reuniões dos artistas em salões literários que antecederam o evento, contavam com doces e bebidas tipicamente brasileiros.

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