O Brown’s, uma das hospedagens mais antigas de Londres, inaugurada em 1837 e propriedade do grupo Rocco Forte Hotels, está situado no coração de Mayfair e abriga dois spots gastronômicos que oferecem mais do que um agrado ao paladar: uma imersão na essência criativa e magnética da capital do Reino Unido – o bar The Donovan e o restaurante Charlie’s. Uma entrada discreta por fora do hotel, que até parece secreta, revela um espaço aconchegante e descolado, criado em homenagem a Terence Donovan, renomado fotógrafo de moda e retratos, e eleito em 2020 o 63º melhor bar do mundo pelo 50 Best.

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Por mais de quatro décadas, suas lentes captaram políticos, princesas e personalidades punks. Sua arte irreverente, sensual e de espírito livre foi transportada das capas de todas as grandes revistas que estampou para o The Donovan. Não só a atmosfera do local traz à tona o trabalho do artista, mas também grandes quadros com alguns de seus retratos decoram o espaço. As mesas e poltronas baixas, bem como a iluminação suave, complementada por abajures, criam um ambiente ideal para um happy hour, uma reunião entre amigos ou até um momento para curtir a própria companhia no belo balcão iluminado.

O coquetel Flower Power (Laís Campos)

O menu de coquetéis foi criado por ninguém menos do que Salvatore Calabrese, um dos principais bartenders do mundo e ex-presidente da associação Bartender’s Guild, do Reino Unido. O mestre mixologista já preparou coquetéis para estrelas de cinema, realeza e presidentes e aprimorou sua experiência durante mais de 40 anos nos melhores hotéis, clubes privados e bares de coquetéis do mundo. Os drinques celebram figuras icônicas conectadas que fizeram parte da história do hotel.

O coquetel Sparkling Side of the Moon (Divulgação)

Alguns destaques de sabor e apresentação no menu são o Flower Power e o Sparkling Side of the Moon. O primeiro, composto da fusão suave de gim de Hendrick com xarope de mel de lavanda e suco de limão, tem seu preparo finalizado quando chega à mesa: o chá de ervilha borboleta é adicionado e transforma o tom azulado da primeira mistura em roxo. Já o segundo, em homenagem ao Pink Floyd, é tão popular e inesperado quanto a música da banda. O drinque contém bourbon Bulleit, conhaque, licor Grand Marnier, Fernet-Branca, maracujá, zimbro, coentro, hortelã, camomila e champanhe Ruinart Brut. No copo, o grande charme: um detalhe com as cores do arco-íris, assim como a capa do álbum Dark Side of the Moon, do Pink Floyd.

O salão do Charlie’s (Divulgação)

Depois de saborear essas delícias criativas, um jantar no restaurante Charlie’s é uma boa escolha para vivenciar uma verdadeira noite londrina. O estabelecimento, nomeado em homenagem ao lorde Charles Forte, celebra a história do hotel e se posiciona como um dos responsáveis pela evolução da cozinha britânica.

Adam Byatt é o chef estrelado e diretor do restaurante; já a cozinha é comandada pelo chef Matt Starling, acompanhado de Owain Atkinson, e Chez Bruce, que supervisiona a oferta de alimentos mais ampla para o hotel como chef executivo. Toda a equipe desenvolve pratos sazonais com ingredientes da mais alta qualidade e técnicas de culinária clássicas.

Além do menu à la carte, são servidos “especiais do dia”, como o delicioso salmão em crosta – macio e crocante na medida certa –, com molho beurre blanc e cebolinha, batatas novas e vagem. Algumas opções de entrada são o popular steak tartare, que tem uma gema mole no topo, que confere cremosidade ao prato, e uma sopa de espinafre muito leve, com ovo poché no ponto perfeito, que proporciona um contraste e uma mistura de sabores. A melhor pedida para a sobremesa sem dúvida é o Baked Alaska, feito de uma base de pão de ló, centro de sorvete e cobertura de merengue, todos frescos e com doçura balanceada. A textura é tão suave que parece uma nuvem na boca.

O Baked Alaska (Divulgação)

Desenhados por Olga Polizzi, diretora de design do Rocco Forte Group, os interiores do restaurante apresentam o trabalho artístico da islandesa Kristjana S Williams, que tem um estilo único que incorpora aquarela, fotografias, papel estêncil cortado à mão, técnica de grafite vitoriano e colagem. Os visitantes do restaurante são rodeados de elementos botânicos, painéis de madeira originais e papéis de parede feitos sob medida pelo artista Adam Ellis.