Organizar seu guarda-roupa pode ser um processo de autoconhecimento
Personal stylist dá dicas de como ter um closet inteligente com roupas que refletem quem você é
Uma atividade comum nesse período de isolamento social é fazer aquela organização no closet. Já pensou em usar esse momento para se conhecer melhor? Há quem defenda que a forma como você se veste diz muito sobre quem você é.
Para auxiliar nessa atividade de autoconhecimento a VERSATILLE conversou com a personal stylist Fernanda Resende, que foca seu trabalho justamente na autoexpressão. Ela nos trouxe dicas de como fazer da organização do seu guarda-roupa um interessante processo de entendimento de personalidade.
Fernanda considera que toda escolha que fazemos a partir de quem somos, é uma forma de administrar nossa confusão interna – inclusive nas peças que escolhemos ter em nosso guarda-roupa.
No livro “Vista quem você é”, escrito pela personal stylist em parceria com Cris Zanetti, ela explica que fazer simples perguntas diariamente a si mesmo ajuda a mapear quais são essas expectativas. “O que eu vesti hoje e como me senti com essa roupa? E principalmente, como quero me sentir? Criativo(a), feminina, elegante ou bem-sucedido(a)?” A partir dessa compreensão, é possível buscar na prática o que representa essas sensações em forma de peças de roupa: nos tecidos, modelagens, acabamentos, caimentos, cores, texturas e estampas.
Traçar os sentimentos que desejamos ter é uma forma de entender outros objetivos para além do armário: “Por que quero ter essa imagem e qual o significado disso para mim? As respostas dessas perguntas são a direção certeira para conhecer a pessoa que você é ou que busca ser”, explica Fernanda.
A stylist afirma que a disposição do guarda-roupa deve contemplar experiência, observação e continuidade. Experimentar todas as peças diversas vezes e ajustá-las às diversas combinações por um tempo vai gerar cada vez mais intimidade com o estilo pessoal.
“Faz parte do processo se reinventar nas escolhas para consolidar o seu estilo, não no sentido de torná-lo monótono, mas pra que ele tenha capacidade de continuar evoluindo junto com nossa percepção de mundo ao lado da nossa percepção de nós mesmos”, explica.
A seleção das peças do guarda-roupa também relaciona consumo com criatividade. Uma menor quantidade de roupas que dura o maior tempo possível, possibilita um exercício de versatilidade: usar as peças de diferentes jeitos e assim, criar cada vez mais combinações. “Quanto mais resolvidos estamos com nós mesmos, menos consumismo exercemos. Compramos e consumimos com inteligência e esperteza, assim não caímos nos excessos do consumismo”, finaliza Fernanda.
Por Maria Alice Prado
Foto: Freepik