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Novo restaurante dentro do Allianz Park quer unir entretenimento e gastronomia de qualidade

Salão do Braza (Mário Rodrigues)

O fast food parece a comida ideal para muitos momentos da vida – quando a rotina está corrida demais ou quando se está em um evento em que o foco não é a alimentação, por exemplo. Em shows e jogos de futebol, o interesse costuma ser no que está acontecendo no campo e no palco. O perfil do brasileiro, nesse caso, é frequentar os espaços de evento apenas para assistir ao espetáculo em si, deixando de lado a importância de uma boa comida ou bebida para acompanhar o show.

 

Fora do Brasil, o comportamento é um pouco diferente. E foi exatamente isso que o empresário maltês Mark Zammit percebeu antes de decidir abrir o Braza, novo restaurante dentro do Allianz Park. Fundador da Gourmet Sports Hospitality – empresa especializada em operação de A&B para arenas multiuso e grandes espaços de eventos –, ele já atuou em diversos países e vivenciou culturas distintas em termos de entretenimento. “Temos restaurantes no Estádio do Benfica, em Portugal, e sabemos quanto o catering é importante para os portugueses. Eles chegam antes do evento e continuam lá após o fim. Realmente aproveitam o espaço além do espetáculo”, explica.

 

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Inaugurado no início de maio, o Braza tem um grande objetivo: criar uma nova cultura no Brasil, mostrando que é possível unir entretenimento e gastronomia de qualidade. “Nós cuidamos de todo o oferecimento de alimentos para o Allianz, então sempre proporcionamos o melhor possível aos visitantes, mesmo na área do fast food. Com o Braza, no entanto, o foco vai além. É uma experiência que anda de mãos dadas com os espetáculos a que as pessoas vão assistir”, reforça Zammit.

 

No cotidiano – sem eventos –, o Braza funciona normalmente, com um cardápio que abrange até um serviço executivo, em que o cliente escolhe um prato principal do à la carte e “ganha” uma salada e uma sobremesa do dia. O ineditismo fica reservado para os momentos de jogos ou concertos musicais, quando o restaurante se transforma num grande camarote. Sua localização, de frente para onde são montados os palcos, o torna o lugar perfeito para assistir aos espetáculos acompanhado de coquetéis e uma cozinha de primeira. Nesses dias, a casa abre somente para o evento, com pacote fechado que inclui comida, bebida e ingresso.

 

Mais do que uma visão privilegiada, o cardápio é personalizado para combinar com o evento em questão. O chef Giovanni Renê, à frente da cozinha do Braza, explica um pouco essa criação autoral. “Eu mudo o menu de acordo com o público do show ou do jogo. Show sertanejo pode ter comida caipira. Show do Coldplay, um menu mais inglês. Tento fazer com que a experiência do evento reflita na gastronomia”, destaca. “Também brincamos com isso no futebol. Os jogos do Santos possuem um menu mais voltado para os frutos do mar, por exemplo. É um processo criativo para que tudo converse.”

 

Arroz de picanha (Mário Rodrigues)

 

Em dias de pacote fechado, o valor pode chegar a R$ 3.500 – como é o caso do show do Coldplay – para open food, open bar e evento. É um preço elevado, mas Zammit reforça o objetivo de ser democrático com o cardápio dos dias comuns. De certa forma, é possível gastar menos e aproveitar a gastronomia e o ambiente do Braza sem que um grande evento esteja ocorrendo. Nesses dias, a decoração do restaurante busca reverenciar a biodiversidade brasileira, além de valorizar os insumos locais. Mais do que a vista para o campo, o espaço chama a atenção pela decoração com madeiras rústicas, plantas e detalhes de bambu.

 

“A inspiração foi a cultura do fogo. Como todos os pratos passam pela brasa, a ideia foi trazer referência de povos tradicionais, sobretudo indígenas, que são os precursores do uso do fogo no Brasil. Por isso os materiais naturais, a padronagem em homenagem às tribos do Xingu, a iluminação âmbar. É uma leitura cosmopolita e contemporânea da brasilidade”, conta Bárbara Bacchi, sócia da Ímã Brands, empresa responsável pelo projeto arquitetônico.

 

Já no cardápio, embora parte do foco seja o clássico churrasco, o chef – vencedor da última edição do reality Top Chef – tem espaço para a criação de pratos autorais marcantes. Entre as sugestões principais do cardápio comum estão as lulas na parrilla e a costela de ripa na brasa. “É um cardápio acolhedor e sofisticado ao mesmo tempo. Trago a cultura do churrasco em família, mas com pitadas de elegância”, explica.

 

Sobremesa de coco e abóbora (Mário Rodrigues)

 

Com pouco tempo de casa, mas bastante aceitação do público, Zammit enxerga com positividade a criação de um novo conceito de gastronomia dentro das arenas do Brasil. “As expectativas estão sendo superadas”, conclui.

 

Por Beatriz Calais

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