Nossos Medos
É muito mais fácil vencermos medos de barata, aranha, escuro, trovão, fantasmas e é tão difícil superar a timidez, a vergonha em público Os cientistas dizem que as pessoas só têm dois medos de verdade, o
É muito mais fácil vencermos medos de barata, aranha, escuro, trovão, fantasmas e é tão difícil superar a timidez, a vergonha em público
Os cientistas dizem que as pessoas só têm dois medos de verdade, o da queda e o de falar em público. Esses, de tão importantes, estão ligados à nossa bagagem genética. Os demais são culturais, adquiridos, aprendidos e modificados ao longo da vida.
Quando alguém diz ter medo de ficar pobre, ou de mariposa, ou do escuro, ou de lagartixa…, tudo isso é decorrente das fantasias que essa pessoa faz dentro da sua cabeça. Coisas aprendidas e distorcidas. E quando diz que tem medo de altura — queda — ou de se expor em público aí a coisa é de outro padrão. É uma resposta que herdamos dos nossos ancestrais. É sobrevivência. Medo de falar em público igual a ser rejeitado pelo grupo ou clã, portanto, sobrevivência.
Por isso é muito mais fácil vencermos medos de barata, aranha, escuro, trovão, fantasmas e é tão difícil superar a timidez, a vergonha em público, o medo de escuro (significa queda) e de altura (inclui avião, elevador, sacadas, etc.).
A sugestão que a psicologia comportamental dá é de fazermos estimulação incremental. Em outras palavras, a ideia é expor o medroso ao estímulo, de forma gradual. Por exemplo, se você tem medo de altura (queda), irão colocá-lo em lugares não muito altos e ir crescendo a exposição até colocá-lo num salto de paraquedas!
Se o sujeito não morrer de infarto antes se cura do problema com altura. Método um tanto chocante. Nesse aspecto a Programação Neurolinguística (PNL) oferece uma alternativa bem mais elegante. Trata-se da chamada dupla dissociação. Parte-se do princípio que, para alguém ter medo de algo, é preciso que, em sua mente, essa pessoa faça uma ideia do estímulo de forma muito intensa, como se estivesse vivendo a ameaça em tempo real, ao vivo e em cores.
O que a PNL propõe, e demonstra eficácia, é ensinar a mente da pessoa medrosa a verificar a situação como se estivesse fora dessa realidade. Ver a si, dissociar-se, tem efeitos fantásticos nesse aspecto. Quando a pessoa ver a si, a sensação de urgência associada ao medo diminui sensivelmente e o cérebro é capaz de avaliar de forma racional o que se passa, quais informações disponíveis, o que é “real” e o que é “imaginado” e quais os reais riscos.
A partir daí, podemos perceber as escolhas disponíveis e eleger as melhores. Em geral, nossos medos se dissipam por falta de razões objetivas que os mantenham. Portanto, vai aqui uma sugestão: tudo o que você teme, teme porque não consegue avaliar de forma equilibrada. Dissocie-se e suas escolhas melhorarão, e pode ser que até o medo diminua ou suma de vez.
Carpediem por Nelson Spritzer diretor da consultoria Dolphin Tech e especialista em neurolinguística | Matéria publicada na edição 97 da Revista Versatille