Manual de sobrevivência para casais
Primeiro, registro: as pessoas são individuais e, portanto, qualquer generalização erra. Além das diferenças entre as pessoas, existem diferenças entre os gêneros (sexos). Assim, correndo estes riscos generalizantes sigo no tema. Os homens e as mulheres
Primeiro, registro: as pessoas são individuais e, portanto, qualquer generalização erra. Além das diferenças entre as pessoas, existem diferenças entre os gêneros (sexos). Assim, correndo estes riscos generalizantes sigo no tema.
Os homens e as mulheres teriam tudo para não se dar bem juntos. O homem é focado, prático, monotarefa, tem muitos neurônios, mas, nem tantas conexões, é competitivo, predador, arriscado e busca o prazer. As mulheres são intuitivas, emotivas, sensíveis, multitarefas, têm muitas conexões com menos neurônios do que os homens.
Os homens gostam de sexo, só o sexo, mesmo. O resto é meio chato. Para conversar preferem os amigos. As mulheres gostam de conversar, sexo é chato, vai como complemento. Os homens ficam mais bobos do que o normal quando sexo está em jogo e correm riscos absurdos. As mulheres ficam mais inteligentes, maquiavélicas e manipuladoras quando o sexo está em jogo.
Os homens gostam de sexo a qualquer hora, mas gostam mais ainda quando podem contar para outros homens. As mulheres gostam de namorar, eventualmente, entre compras, que é quando elas se arrumam a fim de se exibir para outras mulheres.
Os homens, quando perdem uma fonte de sexo, curtem uma breve dor e, logo após, vão à luta com mais furor e maior liberdade do que antes. As mulheres, quando perdem os companheiros sexuais, têm duas possibilidades: a) transam com o primeiro ser erétil que encontrar — “por vingança”; b) decidem se tornar celibatárias: “desisti do sexo”.
Com tantas diferenças, como é que ainda há tanta gente querendo se casar? Para mim, ocorrem duas possibilidades: a) as pessoas são tolas e não aprendem com os exemplos ao redor; b) o casamento esconde algum segredo que só quem casou e permaneceu casado conhece.
Desconfio que, quando diferentes se encontram, pode haver complementariedade. Cada um aprendendo um pouco com o outro para se tornarem pessoas melhores. O que exige muita flexibilidade e compreensão, mas, quem sabe, o prêmio pode valer a pena.
E o sexo? Bem, se só o sexo fosse a razão de o casamento existir, a maioria das pessoas se separaria após os 50-60 anos, quando os apetites se arrefecem. Não é o que acontece. Ao contrário, quem ultrapassa a barreira da longevidade conjugal fortalece os laços. Muito mais importante que o sexo (quantidade versus qualidade) são os laços de cumplicidade, amizade, amor, ternura, carinho e desejo de se fazer felizes juntos.
Carpediem por Nelson Spritzer, Diretor da consultoria Dolphin Tech e especialista em neurolinguística | Matéria publicada na edição 101 da Revista Versatille