Maior exposição de Adriana Varejão é inaugurada na Pinacoteca (SP)

“Suturas, fissuras, ruínas” segue até agosto e resgata mais de 60 trabalhos produzidos desde os anos 80 da artista carioca

A artista Adriana Varejão em frente a uma de suas obras
A artista Adriana Varejão (Vicente de Mello)

Mais de 60 obras da artista carioca Adriana Varejão fazem parte da exposição Suturas, fissuras, ruínas, inaugurada no último sábado (26), na Pinacoteca, na cidade de São Paulo. Com peças criadas entre 1985 e 2022, a mostra ocupa 7 salas, além do Octógono, e segue até o dia 1º de agosto.

 

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Varejão é considerada uma das artistas mais importantes de sua geração, com reconhecimento nacional e internacional. Essa é a maior retrospectiva de sua carreira. “São obras que raramente foram vistas ou nunca foram vistas pelo público”, disse Jochen Volz, curador da exposição e diretor-geral da Pinacoteca, em exibição para imprensa.

 

Logo na entrada, no Octógono, encontramos a série Ruínas de charque, com cinco esculturas ou, como diz Varejão, pinturas tridimensionais. Elas carregam aparência de azulejos partidos, que revelam suas tripas. As obras Moedor (2021) e Ruina 22 (2022) são inéditas, e a Ruína Brasilis (2021), já exposta em Nova York no ano passado, ficará para o acervo da Pinacoteca.

 

A obra "O iluminado", de Adriana Varejão

A obra “O iluminado”, 2009, em óleo sobre tela (Vicente de Mello)

 

Nas salas, é possível ver criações a partir da década de 80, quando a artista ainda estudava na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, como as pinturas A praia, O fundo do mar e O Universo, todas de 1985.

 

Também é possível acompanhar o desenvolvimento do que viria a se tornar uma das suas marcas, como as obras a partir de 1992, em que a superfície da tela se torna elemento da mensagem da pintura, seja com fissuras, cortes e rachaduras.

 

 de Adriana Varejão

A obra “Azulejos”, 1988, em óleo sobre tela (Vicente de Mello)

 

“Já anuncia tudo que a gente conhece da Adriana, está ali. Já nessas ela busca a ilusão, sair do plano e ir para o tridimensional”, explicou Volz.

 

Dentre as que exemplificam essa expansão física da obra para o espaço, são as da série das 3 grandes Línguas, produzidas em 1998, exibidas lado a lado pela primeira vez: Língua com padrão em X, Língua com padrão de flor e Língua com padrão sinuoso.

 

 de Adriana Varejão

A obra “Ruína Brasilis”, 2021, em óleo sobre tela e poliuretano com suporte de alumínio
(Vicente de Mello)

 

Há também, entre as obras de 1992 e 1997, o que pode ser chamado de série de ficções históricas, em que ela reproduz e altera, se manifesta sobre mapas, paisagens e interiores do passado colonial. Entre elas se destaca a pintura Autorretratos coloniais. “Ela é uma das [artistas] que mais questiona o nosso hábito de ver”, disse Volz.

 

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Serviço: Adriana Varejão: Suturas, fissuras, ruínas Período: Até 1.08.2022 Edifício Pinacoteca Luz Praça da Luz 2, São Paulo, SP, 1º andar e Octógono De quarta a segunda, das 10h às 18h. Ingressos no site da Pinacoteca R$20 (inteira), R$10 (meia entrada). Gratuito para crianças até 10 anos e pessoas acima de 60 anos. Sábado, gratuito para todas as pessoas.

 

Por Ana Luiza Cardoso

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