Le Meurice renova 20 suítes e preserva hospitalidade única, atenta e discreta

O estabelecimento, membro da Dorchester Collection e fundado em 1835, faz jus ao seu título de "hotel dos reis"

Suite heritage do Le Meurice
Suite heritage (Divulgação)

Acordo, abro uma das janelas: o Jardin des Tuileries, inteiro em tons de laranja e amarelos, característicos do outono, está bem a minha frente. À esquerda, vejo o Arc du Triomphe du Carrousel, e, um pouco mais à frente, a pirâmide mais famosa do mundo fora do Egito e, claro, o Louvre. Volto meus olhos para o centro: ali está também a Tour Montparnasse, o contorno do Hôtel des Invalides, e, por último, mais uma vez, a Torre Eiffel. Eu me pergunto qual outra localização de Paris, além do Le Meurice, me permitiria tal privilégio. Provavelmente nenhuma.

 

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O hotel, membro da Dorchester Collection, até pode passar despercebido devido a sua entrada discreta, na calçada coberta por arcadas, mas recomendo prestar muita atenção à propriedade instalada no número 228. Basta olhar para o chão e será fácil identificar: o mosaico, que traz dois cachorros segurando uma coroa, com um M ao centro, é, além do emblema, uma homenagem aos dois cachorros que frequentavam as obras do hotel, inaugurado em 1835. O então dono, Charles Augustin-Meurice, construiu a propriedade com o propósito de oferecer uma estadia de alto padrão para os britânicos que visitassem a cidade, fato bem-sucedido, tendo até a rainha Vitória do Reino Unido como hóspede, em 1855, e recebido o título de “hotel dos reis”. 

 

Vsta da janela

Vsta da janela (Divulgação)

 

Apesar da distância temporal da fama adquirida no século 19, hospedar-se atualmente no Le Meurice não foge da experiência de um palácio, pelo cuidado com os detalhes, serviço impecável, a beleza dos ambientes e a sensação de que tudo está certo, o tempo inteiro. Toques artísticos e inesperados estão por todas as partes, graças à renovação executada por Philippe Starck e sua filha, Ara, já há alguns anos, que trouxe mobiliários exóticos e elementos como uma obra de arte gigante no teto do restaurante Le Dalí – batizado em homenagem ao artista, que morou na propriedade por anos, protagonista de fatos surreais que ocorreram por lá, como o memorável dia em que solicitou um enxame de moscas em seu quarto, que foram capturadas no Tuileries pelos funcionários.

 

E se no passado falava-se de Salvador Dalí e também de Picasso, que realizou seu casamento no belo salão de eventos, hoje, o hotel também tem uma estrela: o chef pâtissier Cédric Grolet, famoso por suas sobremesas hiper-realistas, como as de formato de frutas, que variam frequentemente. Imagine (ou assista, no instagram @cedricgrolet) doces em formatos de maçã verde, marrom-glacê, limão, mexerica que escondem camadas de cremosidade, acidez, pedaços de frutas e leve crocância. É possível experimentar suas criações no Le Dalí durante o dia inteiro e também no brunch dominical, uma experiência imperdível, na qual brilham as criações levissímas do chef executivo Amaury Bouhours. É servido no mesmo salão o Le Meurice Alain Ducasse, aberto apenas nas noites de segunda a sexta-feira. 

 

Novos quartos, a mesma sensação

 

Em 2021, o Le Meurice renovou 20 quartos e suítes, executados por Charles Jouffre, Margaux Lally e Luc Berger, equipe de designers que já havia trabalhado anteriormente com a propriedade. Para a reforma, a inspiração veio do jardim, algo intrínseco ao hotel, assim como de artistas e personas que marcaram sua história. Nomes como Tchaikovsky, Jean Cocteau e Blanche d’Antigny estão entre as fontes de inspiração. 

 

A sala da suite heritage

A sala da suite heritage (Divulgação)

 

Hospedar-se em um deles é lidar com a dualidade entre querer ficar em sua suíte, devido ao conforto e à sensação “de casa”, e também aproveitar a cidade. As cores claras e a iluminação que entra das janelas que correm até o chão, de onde se revelam pequenas varandas, aumentam a ideia de amplitude. O carpete traz a sensação de nuvens. Os banheiros são amplos e os armários, generosos em espaço. Todos os tecidos parecem combinar e seguem cartelas de cores distintas. Não é possível encontrar uma suíte igual à outra, mas, olhando a cena completa, a harmonia é nítida. 

 

Relaxamento à suíça

 

A La Maison Valmont abriu sua primeira vitrine parisiense na lateral da propriedade. A marca oferece excelentes cosméticos e perfumes, focados em tratamentos antienvelhecimento, um deleite para a pele. Dentro do Le Meurice, os hóspedes e visitantes podem experimentar as terapias em um spa discreto. 

 

Le Meurice 20 suítes e preserva hospitalidade única, atenta e discreta

Maison Valmont Flagship Store (Divulgação)

 

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Opte pelo tratamento completo facial, que compreende 12 passos, ou até mesmo o customizado, que avalia as necessidades de sua pele antes do começo e promete – e cumpre – melhorias imediatas. Para elencar algum dos atos: limpeza profunda, esfoliação, massagem e aplicação de creme ao fim. 

Na cobertura, a suíte mais especial de Paris

 

A reforma de 2019 da Belle Étoile Suite a transformou em um apartamento dúplex dos sonhos, com ares de moradia. A área, de mais de 600 metros quadrados, é dividida entre sala de estar, sala de jantar, uma suíte principal, três quartos no segundo andar, um closet, um banheiro de tirar o fôlego (inteiro de mármore) e um terraço que circunda toda a propriedade e oferece quase 360 graus de vista da cidade. 

 

Belle Étoile Suite do Leu Meurice

Belle Étoile Suite (Divulgação)

 

Por Giulianna Iodice | Matéria publicada na edição 123 da Versatille

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