Instituições da gastronomia paulistana
O colunista Wanderley Nunes fala sobre dois restaurantes tradicionais da cena paulistana: La Casserole e La Tambouille
Nos últimos anos, a gastronomia passou por mudanças estruturais importantes, com muitos restaurantes autorais e contemporâneos, novas técnicas, ingredientes e maneiras diversas de enxergar a vida na cozinha. Como tudo nesta vida, isso fez com que ótimos empreendimentos surgissem. Mas nem tudo precisa ser inovador para ser bom. Alguns lugares confirmam a premissa de que um bom clássico nunca sai de moda.
O La Casserole, por exemplo, é um estabelecimento que carrega muita história. Está localizado na região do Largo do Arouche, centro de São Paulo. No mesmo endereço desde 1954, o restaurante francês não realiza muitas mudanças em seu menu. Há décadas, seus pratos de maior sucesso são o cassoulet ou feijoada à francesa, feita de feijão-branco, pato e cordeiro. Preparado com maestria, ele é o grande responsável pelo sucesso duradouro do restaurante, mesmo com tanta concorrência na capital paulista.
LEIA MAIS
- Conheça os 50 melhores restaurantes da América Latina, segundo o 50 Best
- #50BestTalks: Por dentro do primeiro dia de programação do Latin America’s 50 Best Restaurants 2023
- Janaína Torres Rueda é eleita a melhor chef da América Latina
Já o La Tambouille, fundado em 1971 e gerenciado — atualmente — pela empresária Carla Bolla, possui uma gastronomia um pouco mais variada, embora seja considerado um restaurante clássico de cozinha mediterrânea. Com 50 anos de história, seu espaço sempre foi aconchegante, com uma decoração que homenageia vilas italianas e transporta os comensais para uma experiência imersiva em pleno Itaim.
Quando se trata de comida, o restaurante se destaca por pratos que fazem sucesso há bastante tempo, como a posta de robalo com palmito-pupunha e o mil-folhas, que tem massa crocante e dulçor na medida. Com simplicidade, visando sempre ao uso dos ingredientes mais frescos da estação, a casa proporciona uma gastronomia valiosa sem precisar de mudanças extravagantes. Em ambos os casos, fica a reflexão sobre como é bom poder voltar aos restaurantes que são clássicos e eternos.
Por Wanderley Nunes, cabeleireiro e fotógrafo | Matéria publicada na edição 132 da Versatille