Home office dos sonhos: países criam vistos para atrair profissionais estrangeiros

Saiba como é possível dar ao seu escritório particular o cenário do mar do Caribe ou de arquiteturas europeias

Por Maria Alice Prado

 

O trabalho remoto ganha força mundo afora há alguns anos, seja permitindo que os colaboradores executem suas funções em casa em todos os dias úteis ou em dias alternados. Em 2020, o boom do home office veio quando o distanciamento se fez necessário devido à pandemia de Covid-19: 46% das empresas brasileiras adotaram a modalidade, segundo dados da Fundação Instituto de Administração (FIA). E a satisfação é percebida nas duas pontas das relações de trabalho.

 

Pelo lado das empresas, os relatos são de maior produtividade e resultados. Quanto aos funcionários, os benefícios mais citados costumam ser o conforto, a concentração, a proximidade da família e a não-perda de tempo no trânsito.

 

Especialistas apontam que a tendência pós-pandemia é haver cada vez mais colaboradores sem mesa, cadeira e um computador em um escritório. Assim, um estilo de vida que já vinha se tornando bastante popular veio à tona: os nômades digitais. São profissionais que trabalham online e entregam suas tarefas nos prazos acordados com gestores, sem precisar estar presentes em uma empresa, cidade ou país em particular. 

 

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O que é visto nômade digital

Com uma boa conexão de internet, é possível trabalhar em vários lugares do mundo – e ir se mudando quando quiser. De olho nestes profissionais, alguns países passaram a investir esforços para atrair estrangeiros que tenham emprego e liberdade para morar onde quiserem. Para este público, existe o visto nômade digital, que permite fixar residência pelo período desejado, desde que a renda seja comprovada.

 

Mais uma vez, trata-se de um esquema em que todos ganham: a economia local é movimentada sem que os nativos percam vagas de emprego e o profissional estrangeiro encontra a qualidade de vida desejada. 

 

Cada nação possui suas particularidades quanto a estilo de vida, infraestrutura e processo para conseguir o visto. Confira para onde você pode levar seu notebook e sua vida à medida em que as fronteiras forem abertas.

  

Estônia 

Reprodução

 

A Estônia, com pouco mais de 1 milhão de habitantes, é apontada como referência em transformação digital. Os cidadãos possuem um cartão de identificação inteligente com dados e serviços do mundo inteiro, podendo assinar documentos, registrar negócios, consultar o médico e até votar pela internet. 

 

A aprovação de uma emenda na Lei do Estrangeiro aprovou o visto, por até um ano, para trabalhadores à distância. É possível abrir uma empresa online, obter identidade, conta bancária e outros serviços que promovam o empreendedorismo de dentro do país.

 

Barbados

(Reprodução Instagram @visitbarbados)

 

O destino certo para quem sempre sonhou em trabalhar com o mar do caribe como paisagem nas janelas. O governo assegura que a ilha possui ótima infraestrutura, com internet veloz. 

 

O novo visto permite que os viajantes morem e trabalhem no país tropical por até 12 meses. O formulário para solicitar o visto exige que as pessoas enviem fotos de passaportes, certidões de nascimento e outras informações. Os candidatos aprovados têm que pagar US$ 2 mil (R$ 10.845*) por um visto individual ou US$ 3 mil (R$ 16.267*) por um “pacote familiar”.

 

* De acordo com a cotação do dólar em 14 de agosto de 2020

 

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Alemanha

(Unsplash/Stefan Widua)

 

A Alemanha disponibiliza programas voltados para freelancers e trabalhadores remotos. O país entende que as profissões proporcionam maior independência e menos burocracia em comparação com o tipo convencional, por isso o incentiva para estrangeiros. 

 

No site do governo, existe um passo a passo de como se inscrever para os vistos, assim como a descrição completa dos documentos e tipos de trabalho que se encaixam em cada modalidade de permissão para morar por lá.

 

República Tcheca

(Reprodução Instagram @tcheca sputnik_turista_cz)

 

A terra da cerveja clara, República Tcheca, oferece o “zivno”, um tipo de visto comercial de longo prazo para freelancers e outros trabalhadores autônomos ou remotos. 

 

Os candidatos interessados ​​precisam entrar em contato com o consulado do país e preencher um requerimento, que inclui comprovante de renda, seguro médico de viagem e acomodação.

 

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Geórgia 

(Unsplash/Denis Arslanbekov)

 

Diretamente da Eurásia, fazendo fronteira com Turquia, Armênia, Azerbaijão e Rússia, a Geórgia também decidiu atualizar sua política de visto para atrair freelancers e autônomos.

 

Os profissionais interessados poderão trabalhar remotamente no país por pelo menos seis meses. Os candidatos deverão preencher um formulário online, mas os detalhes dos requisitos e a plataforma online para se inscrever ainda estão por vir. 

 

Bermudas

Reprodução Government of Bermuda

 

As Bermudas são mais uma alternativa para o home office perto de águas cristalinas. Os nômades digitais poderão permanecer no país por até um ano – estudantes também estão inclusos no programa

 

Para se qualificar, o candidato deve ter mais de 18 anos, declarar fonte contínua de renda, possuir seguro saúde, comprovante de emprego ou inscrição em um programa educacional.

 

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Portugal

(Unsplash/Robenson Gassant)

 

Destaque para os brasileiros pela facilidade com o idioma, Portugal oferece um visto de residência temporária para freelancers, trabalhadores e empresários independentes. O programa permite estadia no país por até um ano – aqui você confere mais informações sobre os requisitos e tipos de visto.    

 

França

(Unsplash/Chris Karidis)

 

Em vigor desde março deste ano, um visto foi criado para jovens brasileiros entre 18 e 30 anos que queiram explorar a riqueza cultural do país. O programa “Férias-Trabalho” foi lançado após um acordo bilateral entre Brasil e França, e o visto permite um ano de moradia legal no país.

 

Não é necessário estar matriculado em algum curso nem ter uma proposta de trabalho. A única exigência é comprovar que você possui pelo menos 2.500 euros (R$ 16.050*) na conta bancária.

 

* De acordo com a cotação do dólar em 14 de agosto de 2020

 

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