Em forma de arte: Victorinox Swiss Army Watch
François Nuñez, diretor criativo da Victorinox Swiss Army Watch, tem ajudado a marca a trazer novo olhar para um novo nível de reconhecimento internacional Em 1884, Karl Elsener fundou, em uma cidade próxima dos Alpes Suíços,
François Nuñez, diretor criativo da Victorinox Swiss Army Watch, tem ajudado a marca a trazer novo olhar para um novo nível de reconhecimento internacional
Em 1884, Karl Elsener fundou, em uma cidade próxima dos Alpes Suíços, a Victorinox, oficina de cutelaria para produzir canivetes. O nome da nova empresa surgiu da junção do nome Victoria, mãe do fundador, e inox, referência ao aço inoxidável usado nas lâminas e nos acessórios dos canivetes, que foram criados inicialmente para uso exclusivo dos soldados do exército suíço. A ideia de oferecer um produto compacto e firme, com várias funções combinadas em uma única ferramenta, revolucionou o mercado e tornou-se uma lenda.
A partir dali, a marca destaca-se pela excelência em multifuncionalidade e a inovação de seus produtos. Hoje, a empresa é dirigida pela quarta geração da família, com Carl Elsener Jr. à frente dos negócios, e oferece aos consumidores seis linhas de produtos: canivetes, relógios, cutelaria, malas, perfumes e roupas. A Victorinox é conhecida por milhões de pessoas em todo o mundo, que associam a marca aos típicos valores suíços: qualidade, funcionalidade e design icônico.
Com mais de 20 anos de experiência, François Nuñez , diretor criativo da divisão de relógios da Victorinox, já teve passagem pela Calvin Klein Joias e Relógios, a Audemars Piguet, e a Rado e Georg Jensen. Na Victorinox Swiss Army Watch, François Nuñez, diretor criativo da Victorinox Swiss Army Watch, tem ajudado a marca a trazer novo olhar para um novo nível de reconhecimento internacional Nuñez vem ajudando a marca a trazer novo olhar para um novo nível de reconhecimento internacional. Concentrando-se em valores originais e na herança de design, Nuñez trabalha com uma equipe para desenvolver designs vencedores de relógios.
A coleção I.N.O.X., criada para trazer os relógios mais resistentes do mundo e que se tornou bestseller da Victorinox, chega ao Brasil em versão exclusiva de titânio, tornando-se ícone que vai revolucionar o mercado relojoeiro. A peça é perfeita para aventureiros que enfrentam desafios audaciosos tanto no dia a dia das metrópoles quanto na natureza selvagem.
O titânio foi o ponto de partida na desafiadora jornada de criação do acessório. Conhecido pela força, leveza e resistência à corrosão, provou ser mais que isso. O material, extremamente confortável e hipoalergênico, reforça o DNA do relógio em qualidade e funcionalidade. Outra novidade é que o novo modelo pode ser encontrado com pulseira de borracha nas cores laranja vibrante ou azul-luminoso, que contrastam bem com a cor do mostrador, além da opção cinza, que deixa o relógio mais clássico e sóbrio.
Robusto e esportivo, o relógio tem mostrador de 43 milímetros de titânio jateado e visor de cristal de safira resistente a riscos, com triplo tratamento antirreflexo e coroa rosqueada. São três ponteiros luminescentes e calendário, de movimento a quartzo Swiss Made Ronda 715, e é resistente à água até 200 metros.
Esse modelo, bem como os outros acessórios da linha I.N.O.X., foi submetido a quatro anos de pesquisas e análises — três anos para o desenvolvimento, seis meses de experimentações e 421 protótipos. E passou por 130 testes de resistência, 30 a mais do que exigem os padrões da indústria relojoeira suíça.
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VERSATILLE — Qual é o seu papel e como descreveria o que você e sua equipe fazem?
FRANÇOIS NUÑEZ — Eu sou o diretor de arte da divisão de relógios da Victorinox. Temos cinco categorias diferentes de produtos e a divisão de relógios é responsável por desenvolver relógios, e o meu papel é definir o design de cada nova coleção; estou trabalhando lá pelos últimos seis anos, comecei numa posição de produção apenas, e, no último ano, sou, também, responsável por todo o sistema de comunicação. Portanto, eu supervisiono todos os aspectos criativos.
VERSATILLE — Como você assumiu esse papel. Significava algo que sempre quis fazer?
NUÑEZ — Não (risos). Não. Eu sempre estive extremamente interessado em design, mas como um todo. Nasci no Vallée de Joux, Suíça, o vale dos relógios, onde estão 50% das empresas de relógios. Meus pais trabalhavam com relógios, e foi como tudo começou e se tornou uma paixão.
VERSATILLE — As ideias que tem para relógios simplesmente surgem para você ou há um processo estabelecido?
NUÑEZ — Não. Há um processo, porque eu acredito firmemente que é preciso deixar espaço para intuição, algo que não é necessariamente dominado com o cérebro, mas, sim, com a emoção. Posso dizer que a única maneira de abordar o design de relógios é absorver o mundo como um todo. Pode ser qualquer coisa. Assistir a um concerto, ir a uma exposição de arte, encontrar pessoas nas ruas, sentar-se num trem e observar o modo que as pessoas interagem umas com as outras…
VERSATILLE — Como você trabalha com a sua equipe?
NUÑEZ — Não sei! (risos). Eu confio neles. Confio neles e tento, simplesmente, apoiá-los, tanto quanto eles me apoiam. Há um jogo aqui, não um processo definido, e não há hierarquia. Quando se trata do produto, não sou eu tomando uma decisão, mas, sim, todos concordando com algo e concentrados no mesmo objetivo. É muito tranquilo.
VERSATILLE — Qual é a melhor parte do seu trabalho?
NUÑEZ — Precisamente essa ideia de um processo sem fim, que não termina nunca. Quando você acaba com um processo, já viu o seu máximo e sente que nunca responde completamente à questão, porque o meu trabalho é sobre tentar responder a uma questão específica, a um significado especial, do modo mais inteligente possível. Sinto que nunca é inteligente o bastante. Portanto, nunca termina.
VERSATILLE — De que maneira você descreveria a Victorinox como uma marca?
NUÑEZ — Fundamentada. Potente. Respeitada. Valores que, de alguma forma, no momento, talvez há uma década, eram antiquados e, para mim, não poderiam ser mais modernos.
VERSATILLE — Como a marca e seus produtos têm evoluído nos últimos anos?
NUÑEZ — Bem, na divisão de relógios aconteceu uma coisa muito importante. Há dois anos, lançamos um produto que tem sido considerado o relógio mais resistente do mundo e que se tornou bestseller da Victorinox. O nome é I.N.O.X. Provavelmente é um dos produtos mais duráveis e resistentes que já foi imaginado no mundo dos relógios. Tem como promessas a qualidade e a funcionalidade e tornou-se o mais bem-sucedido produto de moda ao ponto de, agora, ser nossa missão continuar pavimentando esse caminho que se torne um ícone, tanto quanto o canivete suíço.
VERSATILLE — O que você acha dos clientes da Victorinox e o que eles esperam dos relógios?
NUÑEZ — A Victorinox é uma marca muito democrática, do mesmo modo que não definimos quem é o nosso cliente, nossa obsessão é cultivar o respeito por eles, e ouvi-los. Nossos clientes vêm para a Victorinox porque nos repeitam. Pode ser o canivete suíço, pode ser um estojo de manicure, um equipamento de viagem, ou pode ser um relógio. Eles sabem que não serão enganados; vão receber o que prometemos. Portanto, acho que o ponto central é a confiança.
VERSATILLE — O que está envolvido no processo de fazer o design e desenvolver um relógio ou uma coleção nova?
NUÑEZ — Ao contrário de muitas outras marcas, não começamos com o aspecto criador do produto. Na Victorinox, a função manda no design, não o contrário. Primeiro, determinamos, por exemplo, se o relógio terá de ser resistente. Para isso, primeiro, estabelecemos os parâmetros e decidimos como o relógio poderá resistir. Quais as medidas, as proporções? Às vezes, pequenos detalhes fazem a diferença. Só então começamos o design. Design é um resultado, não um objetivo.
VERSATILLE — É excitante ver suas visões ganharem vida?
NUÑEZ — Sim. Você ficou meses, às vezes anos, como com o relógio I.N.O.X, imaginando um produto, um cliente, um estilo de vida, e nunca assume que está certo. Você nunca sabe se você, o produto de que você precisa, lhe conhece. E, então, um dia, completamente por acidente, você está sentado num ônibus indo para a cidade, em um restaurante, e perto de você está uma pessoa usando o produto pelo qual você tem estado tão apaixonado. Eu nunca digo: “Olá, sou o designer do relógio”. Isso não acontece, mas eu sei que há um vínculo especial entre eles e eu. É um segredo, um fio invisível, um vínculo. É maravilhoso saber que alguém — sem saber nada sobre você ou sua vida ou seus sonhos ou suas obsessões — foi seduzido de maneira tão emocional, que concordou em gastar dinheiro em um produto que você desenvolveu. Acho esta a forma mais bela de reconhecimento.
Design por Fran Oliveira | Matéria publicada na edição 94 da Revista Versatille