“Conteúdo é importante, mas sem comunidade não tem negócio”, diz Ana Paula Passarelli, COO da agência de influência digital Brunch

Em entrevista para a Versatille, a especialista fala sobre o mercado de marketing digital

Foto: Karine Britto

Em entrevista para a Versatille, Ana Paula Passarelli, COO e cofundadora da Brunch, agência de influência digital, fala sobre o mercado de marketing digital e os segredos por trás de impactar efetivamente as pessoas.

 

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Versatille: Quais são os primeiros pontos que as marcas precisam considerar ao trabalhar com marketing de influência? 

 

Ana Paula Passarelli: Quando falamos sobre isso, temos que pensar em um Brasil muito diverso e complexo em nível de maturidade sobre o que é marketing de influência. Há marcas muito jovens nesse mercado e outras que já estão maduras. Empresas que ainda estão começando nessa área olham, principalmente, número de seguidores e views. Já as mais maduras entendem que os influenciadores podem agregar valores além desses números. Quando uma marca quer alguém para falar sobre as características técnicas de um produto, por exemplo, ela precisa de um influenciador capaz de fazer os seus seguidores se aprofundarem no assunto. 

 

V: Nesse caso, como a marca avalia o potencial de influência de um criador de conteúdo? 

 

AP: Em um cenário ideal, essa marca analisa quanto esse influenciador conseguiu construir uma comunidade capaz de engajar em assuntos relevantes para a marca. Se estamos falando de moda, esse influenciador tem uma comunidade preocupada e atenta às demandas desse mercado? Quais são os capitais sociais que podem surgir da troca entre marca e criador de conteúdo? Apenas novos seguidores? Reputação no mercado? Venda expressiva? A escolha do influenciador também depende do que a marca quer alcançar. Uma estratégia de Black Friday é diferente de uma campanha para falar sobre a cultura da empresa. Em todo caso, ter uma comunidade forte é um ponto essencial. 

 

V: Essa questão de comunidade é o segredo para o marketing de influência atual? 

 

AP: É o principal elemento para que o trabalho de um influenciador pare de pé. Conteúdo é importante, mas sem comunidade não tem negócio. Existem diversos sites onde se pode comprar seguidores e pessoas para assistir a seus vídeos. Se esse número é tão fácil de ser manipulado, por que ainda acreditamos que quantidade de seguidores significa influência? Isso faz parte da lógica do século 20, que pensava em uma comunicação de massa, para todo mundo. Hoje, temos públicos nichados e segmentados em diversas plataformas que acessamos todos os dias. A comunicação mudou, e as marcas mais maduras já entenderam isso. 

 

Por Beatriz Calais | Matéria publicada na edição 132 da Versatille