Em 2019, o espaço do Gaarden, em Pinheiros, foi inaugurado como a casa oficial da cervejaria belga Hoegaarden e, por mais que fosse um empreendimento com grande potencial de sucesso, a Ambev desejava passar para frente o controle da operação local, o que brilhou aos olhos dos sócios do restaurante Ama.zo, de comida peruana.

Eles já tinham vontade de investir em um bar, e aquele parecia o espaço perfeito para tirar o sonho do papel. Assim, no segundo semestre de 2022, o local ganhou novos donos e foi rebatizado como Gaarden Bar. A ambientação precisou apenas de retoques, visto que já havia muitas plantas e luz natural que enriqueciam a parte interna.

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O cardápio, no entanto, passou por reformulação completa pelas mãos do chef Enrique Paredes, conhecido por colocar o Ama.zo na rota da boa mesa paulistana. “Propus uma releitura de alguns petiscos tradicionais do Brasil, como o bolinho, o bolovo e o pastel, só que feitos ao meu estilo”, adianta o chef. “Imprimi nas receitas ligeiros toques orientais e também alguns ingredientes peruanos, com foco em uma cozinha mais informal, confortável e para compartilhar. São pedidas que eu gostaria de encontrar em um bar.”

A partir dessa premissa, nasceram receitas como o pollito pachikay (R$ 60), um galeto crocante marinado em temperos chineses que é servido com molho pachikay e tsukemono de nabo, e também o bolovo (R$ 38 com duas unidades), cujo preparo leva um autêntico aji de gallina.

Para quem procura uma refeição mais substanciosa, há pratos como o arroz caldoso de porco (R$ 72), que acompanha ovo pochê e vinagrete de banana da terra, e a clássica picanha na churrasqueira (R$ 95), guarnecida de purê de mandioca e agrião. As sobremesas também não escaparam do mix cultural proposto pelo chef. O Amazonian Tiramisú (R$ 32), por exemplo, traz em sua composição bolachas de cumaru, creme de mascarpone com cupuaçu, café espresso e cacau 100%.

“Foram algumas semanas desenvolvendo o conceito do novo cardápio”, explica o chef. “Além de mim, esse trabalho envolveu toda minha equipe e até um fotógrafo gastronômico”. No dia a dia, a execução das receitas fica a cargo do chef Wilmer Arends, mas não sem a supervisão de Paredes, que se divide entre todas as casas do grupo.

Além do menu, vale relembrar que o Gaarden nasceu com sua essência ligada ao universo da cervejaria. Sendo assim, a nova fase conta com uma cara de drinques totalmente reformulado pelo chef de bar Wendell Feitosa. “Trabalhamos juntos na criação dessa nova carta, tanto na escolha dos ingredientes como no visual das bebidas. Tudo está sendo pensado para harmonizar essas duas áreas: cozinha e bar”, diz Paredes.

É diretamente do balcão, onde ainda brilham as cinco chopeiras da belga Hoegaarden, que uma das principais receitas da casa ganha vida: uma witbier feita de trigo, coentro e casca de laranja — caso seja do desejo do cliente, o drinque também pode ganhar um toque cítrico extra de pomelo ao passar por uma torre de infusão.

Inspirado nos biergartens, os tradicionais “jardins de cerveja” alemães nos quais as pessoas se reúnem para comer e beber, o Gaarden tem salão de pé-direito que privilegia luz natural

e um belo jardim dotado de teto retrátil. Em ambos os espaços, espalham-se mais de 250 plantas de 38 espécies. “Acreditamos que São Paulo tem grande carência desses espaços e somos especializados em projetos de sucesso”, conclui o sócio André Pires.

Por Redação