Cervejarias organizam envase e lançamento coletivo de artesanais brasileiras

As ciganas Dogma, JBeer, Perro Libre e Urbana se uniram à micro Cervejaria Dádiva para promover um envase coletivo de rótulos de cerveja em lata em lançamento simultâneo. A empresa será a responsável pelo envase

As ciganas Dogma, JBeer, Perro Libre e Urbana se uniram à micro Cervejaria Dádiva para promover um envase coletivo de rótulos de cerveja em lata em lançamento simultâneo. A empresa será a responsável pelo envase de cinco produções sucessivas que somam aproximadamente 8 mil litros de cerveja artesanal brasileira em latas de 350 ml e 473ml.

A Dogma lança sua Double India Pale Ale Rizoma, a JBeer uma India Pale Ale chamada De Bull, a Perro Libre revive o estilo Berliner Weisse com a Sorachi Berliner e a Urbana cria sua primeira Imperial Stout Cat in The Box, enquanto que a Cervejaria Dádiva envasa um novo lote da Session India Pale Ale de nome Venice Beach, uma cerveja de sabor leve, aromática e refrescante, lançada no último Verão como o primeiro envase da DaLata Brasil.

Por que na lata? Os cervejeiros levantam o debate sobre os benefícios deste processo de envase e suporte logístico ao segmento das cervejas artesanais.

“A tecnologia de envase é melhor, sendo a quantidade de oxigênio absorvido na cerveja reduzida, resultando em uma cerveja mais fresca por mais tempo. A lata é totalmente opaca, o que resulta em exposição nula aos raios UV, mantendo-se as propriedades sensoriais do lúpulo”, explica Thiago Galbeno, da Perro Libre.

Luiza Lugli Tolosa, sócia-fundadora da Cervejaria Dádiva, complementa a ideia do envase com o despertar crescente de novas demandas impostas pela cultural cervejeira no País, e sua relação com a necessidade de inovação do mercado. “Além da melhor qualidade de armazenamento do produto e acessibilidade das cervejas artesanais a locais típicos de lazer, precisamos pensar também em questões ambientais mais eficientes de descarte e reciclagem”.

O serviço de envase móvel da DaLata Brasil abriu uma alternativa para os micro e pequenos fabricantes de bebidas no Brasil, não só de cerveja, como também para café, vinho, energético, chá e aguardente, dentre outras. Segundo Alexandre Levorin, diretor da DaLata, a logística é simples e eficiente. “Levamos nosso equipamento e expertise até o espaço do cliente, montamos a linha de envase e prestamos o serviço diretamente do tanque aonde a bebida é armazenada”.

Os cinco rótulos foram envasados na fábrica da Cervejaria Dádiva, que fica em Várzea Paulista, na última semana de abril. O lançamento acontece no próximo dia 5 de maio, simultaneamente às 19h, em 15 bares do Estado de São Paulo, sendo Aconchego Carioca, Água Benta Lupulada, Ambar, Beer Rock Club, Capitão Barley, Cateto Pinheiros, Cerveja Artesanal São Paulo, Choperia São Paulo, Empório Alto dos Pinheiros, La Fraternité e Let’s Beer na capital paulista, The Beer Market, em Jundiaí, Cervejoteca, em Campinas, Biergarten, em Ribeirão Preto, e Cervejoteca, em Sorocaba.

As latas chegam ao mercado com preços diferenciados por marca, com valor sugerido a partir de R$ 20,00.

Sobre os lançamentos

O que é soltar a coleira? A Perro Libre entende que o espírito sem coleira é aquele que inspira a liberdade, paixão e inovação quando falamos de cerveja. Desde o lançamento dos seus três primeiros rótulos, até a concepção da 803 Black Rye IPA, melhor Black IPA do Brasil em Blumenau neste ano, ser sem coleira transcende a produção da cerveja, e sim busca trazer debates e ideias que conduzem o posicionamento da cervejaria no mercado.

Este ano a Perro Libre lança uma nova série de cervejas ao lado das já consolidadas Hop Bursted, intitulada Sour and Wild. A primeira a ser lançada será a Sorachi Berliner. À beira da extinção na Europa para o fervor no mercado cervejeiro americano, o estilo Berliner Weisse leva grande porcentagem de malte de trigo e bactérias láticas do gênero Lactobacillus, e se tornou uma espécie de porta de entrada para as sour ales.

Maturada com cascas de limão siciliano, a Sorachi Berliner utiliza o lúpulo japonês Sorachi Ace, que apresenta notas cítricas e herbáceas lembrando limão siciliano, coentro e chás, e possui 3,4% de teor alcóolico, 3,5 de pH e apenas 5 IBUs.

Já a leitura de João Belentani para o estilo American India Pale Ale, batizada como De Bull, se junta ao time da JBeer que conta com uma American Amber Ale, uma Wee Heavy e a Flame, uma American Amber Ale com pimenta dedo de moça. De coloração âmbar claro, a cerveja tem amargor elegante e carrega em sua essência aroma e sabor de lúpulos americanos, que trazem ao nariz notas cítricas e resinosas. Na boca, o amargor do “tempero da cerveja” é equilibrado pelas notas de cereais etoffee, provenientes do malte.

A De Bull alcança 50 IBUs e 6,5 % de teor alcoólico e é ótima companhia para regar refeições típicas mexicanas, hambúrgueres, carnes vermelhas assadas ou belas tábuas de queijos azuis, como o gorgonzola. Ilustram o novo rótulo que ressalta a imponência do Charging Bull, famosa escultura de bronze de Wall Street, traços que conversam com o folclore nacional dos bois cantados de cordel e traduzem em imagem a personalidade desta receita, intensa e bem executada.

A Rizoma, o lançamento da Dogma, é uma Double IPA com 8,3% de teor alcoólico e 80 IBUs. Como todos os rótulos da Dogma, nada é feito por acaso! Estamos diante de uma produção diferente, com lúpulos Citra e Mosaic que foram adicionados apenas no final da fervura, oferecendo assim um amargor muito mais limpo e de melhor qualidade. Com uma base leve de maltes, alaranjada e seca no final, essa cerveja sazonal será comercializada em um latão de 473ml, para preservar toda sua potência sensorial.

Com ela, a Dogma quer apresentar uma forma de organização, onde nossa sociedade se estruture, assim como o lúpulo, através de um rizoma, sem uma raiz central da qual se segue uma organização hierárquica, reconhecendo a multiplicidade e construindo uma unidade baseada na igualdade entre diferenças e sempre podendo ser mutável, desmontável, reversível e conectável. A um primeiro olhar, essa sociedade seria impossível de ser construída, assim como para muitos essa cerveja seria impossível de ser produzida.

O quarto lançamento deste projeto é a Cat in the box, um sonho antigo da Cervejaria Urbana. Fernando Bueno explica que a receita foi paixão à primeira brassagem, em 2008, ainda na panelinha de 20l. Desde então, a Cervejaria Urbana vem testando e aprimorando a receita dessa Imperial Stout em seu laboratório. O resultado de oito anos de testes não poderia ser outro: uma cerveja complexa, ousada e volumosa em todos os sentidos, atingindo um teor alcóolico de 11% e amargor de 100IBUs.

A Cervejaria Urbana não se ocupa apenas em fazer boas cervejas. Na verdade, o grande barato da cervejaria é associar ideias divertidas, ousadas e que poucos têm coragem de estampar no rótulo de suas cervejas, sempre com boas chances de despontar entre as melhores lançamentos do mercado. E é exatamente esse espírito que faz da Urbana uma das cervejarias mais inovadoras e premiadas do Brasil.

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