Artista italiana transforma máscaras em peças beneficentes de colecionador

Sandrella Buhar se dedicou a ressignificar as agora indispensáveis máscaras de proteção

Em tempos de COVID-19, é impossível prever o que nos espera pós quarentena, seja na saúde, moda, economia, e muito menos no comportamento humano. No entanto, uma coisa é certa. Há um acessório que se tornou indispensável e fará parte do nosso novo normal: a máscara. Tal item vem dando o que falar na mídia e redes sociais, rendendo elogios e críticas das menores às maiores marcas de moda que se atreveram a produzir o novo objeto ou acessório vital (como você preferir chamar).

 

Historicamente, na moda e na arte, antes de qualquer coisa se tornar um objeto de desejo, expressão ou registro, acessórios, vestimentas e técnicas eram desenvolvidos apenas para atender à uma necessidade funcional. Uma vez suprida, aí sim abriam as possibilidades de olhares e abordagens mais criativas. Vemos isso hoje com a máscara de proteção do COVID-19, vendida nas mais diferentes formas, cores e razões.

 

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Com isso em mente, a artista italiana Sandrella Buhar, que vive em São Paulo, criou um projeto para por meio de sua arte ajudar às vítimas da pandemia. “A campanha reúne duas coisas que acredito profundamente: fazer o bem e espalhar a arte pelo mundo. Pintei 7 máscaras de tecido – uma para cada dia da semana -, com o objetivo de arrecadar verba para doar às instituições sociais e de saúde, que estão na linha de frente do combate a pandemia”, conta a artista, “acredito que a arte tem o poder de mudar o mundo através do seu olhar e trazer esperança”.

Sandrella Buhar

É claro, as máscaras de Sandrella não são para serem de fato usadas na rua. São obras de arte para registrar este momento de pandemia com um olhar um pouco mais leve, já que cada uma delas simboliza uma doação ao projeto Mães da Favela da CUFA (Central Única das Favelas). Cada máscara custa R$180 e o valor é depositado direto na conta da ONG.

 

As máscaras de Sandrella trazem o seu estilo com referências impressionistas, buscando expressar o contraste entre lado delicado e o imponente da feminilidade. Para ela, “a arte hoje tem o poder de transformar o isolamento imposto e a solidão causada pelo vírus em uma elevação e reconexão com a alma. Mesmo com tudo o que está acontecendo, nosso anseio é para se conectar”.

 

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Sandrella conta que a ideia surgiu ao comprar a sua primeira máscara: “Quando a coloquei e me olhei no espelho, tive uma sensação de medo e de choque. Era uma nova realidade imposta, a qual precisaria me acostumar. Resolvi então pintar ela para trazer alegria, cor e feminilidade”.

 

O resultado ficou tão interessante que ela resolveu montar este projeto para ter um impacto social mais positivo. Afinal, parte do papel da arte é registrar o mundo que vivemos de uma forma menos usual: “Sempre pensei que mesmo em momentos difíceis como esse, podemos e devemos reagir para trazer otimismo e esperança”.

 

Por Miriam Spritzer

Fotos: Instagram @sandrellabuhar

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