A força das palavras

O colunista Nelson Spritzer fala sobre a logoterapia, que é baseada no poder das palavras encorajadoras para a vida do ser humano

(Foto: Pexels/Moose Photos)

Um grupo de sapos estava passeando pela floresta quando dois deles caíram num buraco muito fundo. Todos os outros sapos ficaram em volta e, quando viram quão fundo era o buraco, disseram aos dois que desistissem de lutar. Poderiam se considerar mortos. Ambos ignoraram os comentários e tentaram saltar para fora do buraco com todas as suas forças. Os outros sapos continuaram a dizer-lhes que parassem, que aquilo era inútil, e poderiam se considerar mortos. Finalmente, um deles deu ouvidos ao que os outros diziam e parou de pular, e assim restou caído no fundo do buraco e eventualmente morreu. O outro continuou a pular com toda a força que podia. Novamente a multidão de sapos gritou para ele parar de sofrer e aceitar sua morte. Ele pulava cada vez mais forte, e finalmente conseguiu. Quando saiu do buraco, os outros disseram: “Você não nos escutou?”. O sapo então explicou que era surdo. Ele achou que eles o estavam encorajando o tempo todo. 

 

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Essa pequena história nos ensina pelo menos duas lições: a primeira é que há poder de vida e morte na palavra, pois uma palavra encorajadora para alguém que está deprimido pode ajudar a erguê-lo e seguir adiante. Já uma destrutiva para alguém que está deprimido pode levar essa pessoa à morte. Por isso, seja muito cuidadoso com o que diz. Fale positivamente com aqueles que cruzarem seu caminho, pois nunca se sabe ao certo suas histórias pessoais, os pesos que carregam e as cicatrizes emocionais de batalhas prévias. Às vezes é difícil entender que uma frase encorajadora pode levar a tanto. Qualquer um pode dizer palavras que fazem as pessoas perderem o espírito de continuar, especialmente em tempos difíceis, sejam eles coletivos, sejam individuais. É uma verdadeira bênção quando encontramos uma pessoa que gasta seu tempo para encorajar os outros, não importando o que está acontecendo com ela. 

 

Viktor Frankl, prisioneiro nos barracões de Auschwitz, resolveu criar alguma forma de ajudar seus companheiros. Trata-se da logoterapia, que é baseada em palavras encorajadoras sobre desejos e o futuro. Como ele, seja uma bênção para outros também. 

 

Por Nelson Spritzer, médico cardiologista

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