A arte brasileira e sua presença marcante em NY

A colunista Bianca Boeckel fala sobre o sucesso da arte nacional em território americano, especialmente em Nova York

"Atlântico", obra de Adriana Varejão (Foto:Divulgação)

Não é novidade (e não é de hoje) o fato de que o Brasil faz sucesso em território americano, especialmente em Nova York – onde a arte aproxima as duas culturas. Artistas brasileiros emergentes chamam a atenção em feiras de arte pelo mundo e, consequentemente, passam a ser representados por galerias fora do Brasil. É natural também que galerias nacionais apostem em filiais nova-iorquinas, geralmente no Chelsea, bairro que abriga os principais nomes. A Galeria Nara Rosler, após a bem-sucedida exposição de Raul Mourão, atualmente mostra em seu espaço a retrospectiva da obra de Carlito Carvalhosa. A galeria tem como vizinhos Gagosian e Luhring Augustine – que representam os gigantes brasileiros Adriana Varejão e Tunga, respectivamente – e torna a visita ao bairro imprescindível para os amantes da arte.   

 

Em maio deste ano aconteceu a 10ª edição da Frieze Art Fair, novamente no The Shed. Em uma edição menos concorrida do que nos anos anteriores (os corredores não estavam cheios e a visita ocorreu de forma tranquila), estavam presentes seis galerias brasileiras. Entre elas, destacaram-se a Galeria Luisa Strina, com uma pintura enorme de Panmela Castro, artista que vem firmando cada vez mais sua carreira internacional; e a Sé Galeria, com um belíssimo projeto-solo de Rebecca Sharp, que teve suas pinturas adquiridas para relevantes coleções particulares.   

 

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Aproveitando o sucesso da Frieze e lançando mão de sua experiência internacional, Camilla Barella, uma das responsáveis pelo setor VIP da feira americana, encara o desafio de inaugurar o próprio projeto: a feira de arte ArPa, no complexo do Pacaembu. A feira, organizada pela VIVA Projetcs, uma agência que tem clientes como a galeria David Zwirner e a Marian Goodman Gallery, conta com a presença de 47 galerias nacionais e estrangeiras, além de editoras. A grande aposta são as distintas abordagens e perspectivas sobre a arte, e para isso foram convidados quatro curadores responsáveis pelos diferentes setores e programas do evento, entre eles Ana Beatriz Almeida e Carollina Lauriano. Essa escolha levou em conta a experiência de cada profissional e uma preocupação com um olhar descentralizado. Para Camilla, “a ArPa procura se diferenciar de outras feiras ao prezar por uma experiência mais contemplativa da arte  criando uma atmosfera mais íntima com o público colecionador”.   

 

A união da expertise brasileira à força e velocidade ilimitadas de NY sempre gerou frutos interessantíssimos, e na arte não poderia ser diferente. 

 

Por Bianca Boeckel, curadora e consultora de arte 

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