A casa de Louis Armstrong está preservada e pode ser visitada
Localizada no Queens, em Nova York, a casa onde o músico morou de 1943 até a sua morte, em 1971, está perfeitamente preservada
Considerado a “personificação do jazz”, Louis Armstrong foi um dos músicos mais importantes do XX. Mas pouco sabem que a lenda, apesar da origem humilde, tinha gosto bastante refinado. E que sua casa, onde viveu de 1943 até 1971, continua intacta por dentro e por fora, mesmo 50 anos após a sua morte, e é aberta para visitação.
O sobrado tem 278 metros quadrados fica em Corona, no Queens (NY) e foi planejado no meio das aventuras arquitetônicas modernistas, minimalistas e ao mesmo tempo rococó que se manifestavam na época. Foi ali que ele viveu com a sua quarta e última esposa, Lucille Wilson. Enquanto o músico estava em turnê pelos EUA, ela decidiu comprar a casa, que lhe custou US$ 8 mil (cerca de R$ 32 mil).
A revista do jornal New York Times revelou detalhes preciosos do interior da casa-museu, reproduzidos aqui. O banheiro do primeiro andar é o cômodo mais luxuoso da casa. Feito quase que todo de mármore, tem espelhos espalhados por todos os cantos, e as torneiras, tanto da pia quanto da banheira, têm formato de cisne e são banhadas a ouro.
A cozinha, no mesmo andar, é inspirada no futurismo dos anos 1960, que se verifica nos armários de portas azuis, um liquidificador fixo à bancada e um abridor de latas embutido na parede. Esse cômodo ainda tem um dos móveis mais interessantes da casa: o fogão, que leva gravado em ouro a frase: “feito por Crown para o Sr. e a Sra. Louis Armstrong”.
A suíte master é o cômodo mais emocionante da casa, pois era ali que o músico passava a maior parte do tempo. Lá se encontram o armário de bebidas (que ainda guarda a garrafa de Jack Daniel’s, da qual Armstrong deu sua última golada), sua mesa com telefone e máquina de escrever, uma importante coleção de discos e seu sistema de som, onde ele escutava a música de seus companheiros, mas também onde gravou seus maiores sucessos.
Quarto Principal
A casa-museu fica sob a responsabilidade da Universidade do Queens. A preservação cuidadosa e quase perfeita, no entanto, se deve a Lucille, que, depois da morte do marido, dedicou a vida para cuidar da herança e da casa.
Por Sofia Tremel
Fotos: Reprodução New York Times/ Chris Mottalini
