“Tudo melhorou quando eu entendi que ser uma mulher nordestina era a minha grande força”, diz Ju Ferraz
Nascida e criada em Salvador, a empresária e criadora de conteúdo transmite um verdadeiro sopro de autenticidade mesmo em um rápido bate-papo
Nascida e criada em Salvador, na Bahia, Juliana Ferraz transmite um verdadeiro sopro de autenticidade mesmo em um rápido bate-papo. Hoje, ela é sócia da Holding Clube, empresa focada em experiências, e idealizadora do B.O.D.Y., um evento de autoaceitação, que se prepara para a sua terceira edição. Em meio a tantas funções, também utiliza as redes sociais para falar de sua trajetória e inspirar outras mulheres. Em entrevista para a Versatille, ela compartilhou um pouco de seus conhecimentos.
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Versatille: Sua carreira começou em Salvador, no Carnaval. Como foi esse início?
Juliana Ferraz: O Carnaval é um dos momentos mais importantes do calendário da Bahia, então eu comecei a minha carreira nessa área, como assessora e colunista social. Aos 23 anos, descobri que estava grávida e vi a minha vida mudar. Fiquei desesperada porque eu ainda não tinha a minha liberdade financeira. Na época, o pai do meu filho recebeu uma proposta de trabalho em São Paulo, e eu entendi que essa seria uma boa oportunidade para mudar e tentar crescer profissionalmente em outro lugar.
V: Como foi essa sua transição para São Paulo?
JF: Foi difícil, tanto pelo preconceito quanto pela insegurança da gravidez. Sobre isso, acho importante dizer para as mães que os meus sonhos não deixaram de existir. Todos eles se realizaram porque eu acabei sendo impulsionada pela necessidade de conseguir criá-los. Já sobre o preconceito, tudo melhorou quando eu entendi que ser uma mulher nordestina era a minha grande força.
V: Quais aprendizados do início de sua carreira impactam até hoje no seu dia a dia?
JF: O que me acompanha desde o início da carreira até aqui? O jeito que eu trato, me importo e me relaciono com as pessoas. Isso é inegociável e meu maior diferencial. Oitenta por cento da minha capacidade profissional vem dos relacionamentos que construo e vinte por cento, das técnicas. Não tenho vergonha nenhuma de dizer isso. E eu sempre fui a mesma pessoa, do início da carreira até o momento.
V: Como surgiu a ideia do B.O.D.Y.? Qual a importância desse projeto para você?
JF: Esse projeto surgiu de muitos traumas, medos e inseguranças. Sou uma mulher fora do padrão. Ouvi a vida inteira que não iria conseguir alcançar sucesso profissional ou realização pessoal. Mas, quando consegui me libertar, percebi que, quando eu me amo, sou a melhor versão de mim. Neste ano a terceira edição acontece em outubro, e 30% dos convites serão destinados a mulheres em situação de vulnerabilidade. O meu maior propósito de vida é a transformação social.
V: Para você, o que está por trás de um bom marketing?
JF: A regra número 1 de um bom marketeiro é entender o seu público. Não adianta fazer marketing sem entender de pessoas e do que elas querem consumir. O marketeiro precisa ser especialista em gente.
Por Beatriz Calais | Matéria publicada na edição 135 da Versatille