Qual mundo queremos?

A empresária Emar Batalha fala sobre os crescentes desafios sociais e ambientais do mundo e o papel da filantropia nesse combate

(Foto: Pexels/Marcus Aurelius)

Quando falamos em filantropia, muitas vezes pensamos em ações de caridade ou doações de cestas básicas, cobertores e marmitas. Entretanto, o termo formado pelas palavras gregas “filos”, que significa amor, e “antropo”, que se refere aos homens, carrega o emocionante significado “amor pela humanidade”.

 

Vivemos em um mundo beneficiado por avanços tecnológicos inegáveis. Entretanto, cerca de 828 milhões de pessoas passam fome, sem acesso a uma alimentação suficiente para suprir suas necessidades diárias. No Brasil, 14 milhões passaram a fazer parte desse quadro em apenas um ano, chegando ao número trágico de 33,1 milhões de indivíduos subnutridos.

 

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Diante disso, eu me pergunto: como podemos avançar na filantropia, abrindo discussões e buscando soluções permanentes para praticar, com profundidade, nosso amor pela humanidade? É cada vez mais evidente que os crescentes desafios sociais e ambientais com que atualmente nos deparamos não são responsabilidade apenas do Estado. As empresas devem reexaminar seu papel na sociedade.

 

Acredito que precisamos criar uma comunidade mais ativa, com um olhar amoroso para essas grandes populações em vulnerabilidade social que nos cercam. Dessa forma, poderemos pautar investimentos massivos em educação, criar novas fontes de geração de renda e desenvolver a consciência para que o lucro sirva à coletividade, a favor da humanidade, acompanhando a sigla ESG (responsabilidade ambiental, social e de governança), prática empresarial do momento.

 

Nós, do setor privado, não vamos dar conta de todos os problemas, mas temos o desafio de trazer recursos técnicos e financeiros, organização, responsabilidade e espírito empreendedor para encará-los. Com direcionamento e investimento, indivíduos que hoje são vitimas podem se tornar empreendedores criativos e consumidores conscientes de valor, protagonizando o próprio futuro e o futuro do país.

 

Compartilho com vocês algo que li outro dia e que concordo plenamente:  “A dignidade começa com o direito de escolha, e o mundo só mudará quando realmente começarmos a ver as pessoas de baixa renda como participantes plenos de suas economias e comunidades locais, como produtores e consumidores, e não como meros receptores passivos de atos de caridade”.

 

Hoje, com amor, tento fazer minha parte através do Instituto Alimentando o Bem. 

 

Por Emar Batalha, entrepreneur

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