A Fazenda Santa Vitória, no interior de São Paulo, respira história. Construída no Vale do Paraíba em 1850, durante o ciclo do café, ela possui uma rica trajetória que se mantém memorável por meio da arquitetura rural que apresenta. Por mais que tenha evoluído com o tempo, os traços históricos estão lá, deixando tudo ainda mais especial e charmoso.  

(Foto: Divulgação)

Até 1923, o local era chamado de Fazenda Prosperidade. Foi apenas a partir dessa data que o nome mudou para Fazenda Vitória e os cultivos de cana e café começaram. Hoje, além de contribuir para a preservação do patrimônio histórico da região e se portar como uma ótima opção de hospedagem — com 29 acomodações —, a fazenda também está consolidada na produção de leite, honrando suas origens.  

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Para a cidade de Queluz, que abriga o atual refúgio, é importantíssimo o seu papel para a movimentação do turismo da região. Com apenas 12 mil habitantes, a cidade é uma antiga aldeia de índios Puris. Suas primeiras vilas foram fundadas apenas em meados de 1800 e ainda é possível visitar o casario antigo e a igreja Matriz construída em 1830. O município é um capítulo aberto da história do Brasil, e é isso que os moradores querem contar aos turistas que chegam à região.  

Além da forte presença da cultura caipira nos entornos, com pequenos sítios e casas espalhadas por vales e montanhas, a Região do Vale Histórico, fortemente marcada pelo ciclo cafeeiro, ainda possui outras inúmeras fazendas centenárias com sedes e jardins imponentes. Na própria biblioteca da Fazenda Santa Vitória, o hóspede tem acesso a livros e documentos históricos da região, assim como títulos do escritor Malba Tahan, que registrou sua memória de infância em Queluz. 

No entanto, a fazenda não se resume apenas a história. Em meio a Mantiqueira, o espaço possui diversas belezas naturais de fácil acesso, como riachos de água cristalina, pastos e florestas. Essa experiência de contato intenso com a natureza é ideal para quem busca o turismo rural. Entre as atividades e experiências, há opções de passeios de bicicleta, cavalo, almoços servidos ao pé da cachoeira e degustações de queijos de fabricação própria, além da cachaça premiada da região.  

A estrutura conta, ainda, com quadra de tênis, heliponto e salão de jogos para adultos. Quando se trata de acomodações, 19 delas estão na Vila Santa Vitória, enquanto 10 ficam na recém-inaugurada Vila da Cascata. No espaço de bem-estar, o hóspede ainda encontra salas de terapia corporal, saunas, piscina aquecida e sala de ginástica.  

(Foto: Divulgação)

A gastronomia é um espetáculo à parte. Destacam-se os pratos de inspiração caipira e regional que recebem legumes e verduras da horta local. Já no café da manhã, vale provar o waffle de pão de queijo, as geleias artesanais, o bolo caseiro e desfrutar do aroma de café coado, enquanto se aprecia a vista para o riacho. 

Embora cada quarto ou suíte possua características próprias — algumas isoladas no alto de um vale com vista para a Serra da Mantiqueira e outras instaladas ao lado das plantações —, todas as acomodações buscam proporcionar uma única coisa: um momento de reconexão com a natureza e a história do local. Um verdadeiro refúgio no interior de São Paulo.  

Por Beatriz Calais