“Os criadores são engraçados: tudo o que vivenciamos acaba nos inspirando”, diz a estilista Cris Barros

Em entrevista para o quadro Persona, a empresária respondeu oito perguntas sobre sua vida e carreira

Foto: Divulgação

A conversa com a estilista e empresária Cris Barros aconteceu em um dia importante: em pleno lançamento de sua nova coleção de outono/inverno 2025, batizada como [UNTITLED]. Na ocasião, a Casa Cris Barros, sua casa-ateliê em São Paulo, estava repleta de araras com as novas peças – que a profissional, com muitos anos no mercado da moda, apresentava aos convidados de imprensa.

 

Mesmo com mais de 20 anos de lançamentos de coleções, cada experiência ainda é única. Apresentar ao mundo as ideias que um dia estiveram no papel nunca perde a graça. Pelo menos é assim que Cris enxerga a sua carreira. A moda é uma paixão de longa data, que lhe permitiu trabalhar pondo para fora toda a sua essência criativa e visão estética. Em entrevista para o quadro Persona, ela compartilhou um pouco de suas inspirações, seus segredos e opiniões (sobre a moda e a vida). Leia a seguir.

 

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Versatille: Qual a parte mais apaixonante do trabalho de uma estilista?

Cris Barros: A possibilidade de contar histórias, criar um universo lírico e transmitir essas ideias, que ganham vida quando alguém decide investir em uma peça sua.

 

V: Na sua visão, qual foi a mudança mais grandiosa do mercado da moda nos últimos anos?

CB: Acredito que a conexão que o Instagram e as redes sociais no geral nos trouxeram também fortaleceu o poder da individualidade. Antes, as pessoas almejavam apenas a tendência. Hoje, como temos muitas opções, elas buscam a marca autoral que mais conversa com a identidade delas. Temos mais marcas para nos conectarmos e valorizarmos a identidade das pessoas.

 

V: Tem algo no mercado da moda que você gostaria que mudasse ou evoluísse?

CB: Já faz um tempo que o mercado da moda acordou para a questão ambiental, mas a batalha continua. Pessoalmente, hoje buscamos fazer uma coleção que tenha o máximo de sustentabilidade possível.

 

V: O que inspira você e faz aflorar sua criatividade no dia a dia?

CB: Os criadores são engraçados: tudo o que vivenciamos acaba nos inspirando (risos). Um livro de arte, uma exposição, uma viagem ou uma simples troca com a minha equipe. Micromomentos básicos do dia a dia que me alimentam. Essa magia do cotidiano inspira.

 

V: Como você define o foco e a mensagem de uma nova coleção?

CB: Eu e minha equipe sempre mergulhamos fundo em uma narrativa. A [UNTITLED] tem esse nome porque a ideia é demonstrar que o público cocria junto com a gente. Eles fazem parte do processo criativo. A inspiração inicial surgiu a partir da exposição de arte When Forms Comes Alive [realizada em Londres], baseada num livro de mesmo nome que reúne vários artistas e explora o poder da forma, da textura e dos materiais. Isso nos colocou em uma pesquisa gigante antes de lançarmos a coleção.

 

V: O que é luxo para você?

CB: Luxo, hoje, é ter paz, muito amor envolvido e a liberdade de poder vivenciar o presente. Estar aqui, no momento, agora.

 

V: Além da moda, o que mais cativa você?

CB: Nos fins de semana procuro estar muito presente para a minha filha. Ela é meu principal hobby (risos). Mas eu também amo viajar. As viagens me alimentam criativamente, então sempre que tenho oportunidade eu programo alguma viagem. Neste ano fui para o Egito, também visitei a Índia recentemente. Estou sempre pensando em lugares que consigam me desconectar.

 

V: Qual é seu destino ou lugar preferido no mundo?

CB: Patmos, uma pequena ilha na Grécia que eu visito todo ano. É no meio do nada, me conecta muito com a natureza e com a vida saudável. Já no Brasil, o lugar em que eu mais lavo a minha alma é na Bahia.

 

Por Beatriz Calais | Matéria publicada na edição 138 da Versatille

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