“O designer é um influenciador nato”, diz Cecília Gromann
No quadro 3X4, a fashion designer e empreendedora discorre sobre a nova influência
Cecília Gromann é designer, cofundadora e diretora criativa da Anacê, marca de alfaiataria genderless que busca atender todos os públicos. Como influenciadora, tem em seu perfil do Instagram quase 34 mil seguidores, no qual compartilha o seu lifestyle e dia a dia. No quadro 3X4, da Versatille, Cecília discorre sobre a nova influência:
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Versatille: Em um universo tão vasto de redes sociais, como se diferenciar?
Cecília Gromann: Acho que o meu diferencial é compartilhar a veia do design. Ser uma designer que compartilha um cotidiano que não é, necessariamente, o de uma influenciadora. O conteúdo que eu entrego envolve a minha profissão, a minha marca e o backstage da cadeia produtiva em geral. Além disso, essa coisa de brincar com o próprio estilo e com o jeito de vestir, atrelando a minha imagem com a imagem da marca, é outro diferencial do meu perfil.
V: O que busca transmitir aos seus seguidores?
CG: Compartilhar a minha vida na internet sempre foi algo intuitivo para mim, e que fiz com prazer, porque gostava de mostrar o meu dia e olhar. O que eu busco passar para os meus seguidores é esse lado criativo. Um olhar criativo atrelado à moda e ao design, na realidade. O grande foco do meu perfil de influência na internet é esse.
V: Como foi o seu começo nas redes sociais?
CG: Na realidade, o processo foi um pouco inverso. As pessoas começaram a me acompanhar antes de eu abrir a marca. Eu já tinha o hábito de produzir conteúdo desde muito nova, logo no início da internet. Era um desejo genuíno de compartilhar o que eu gostava, então uma coisa foi levando à outra.
As pessoas comentam sobre influência e design como se eles estivessem campos diferentes da minha vida, mas eu acho que todo designer é um influenciador nato. Querendo ou não, o designer influencia as pessoas com suas criações e com a sua visão de mundo e de arte. A única diferença é que existem aqueles que escolhem seguir a influência como uma profissão e aqueles que não. Para mim, uma coisa levou a outra e hoje é uma unidade só. Não são profissões distintas.
V: Como é, para você, lidar com a opinião constante das pessoas nas redes?
CG: Na realidade, eu tento não pensar muito no que as pessoas estão achando e comentando sobre mim. Na internet, a gente cria uma falsa sensação de que todo mundo está sempre te dando muita atenção, o que não é verdade. As pessoas estão consumindo todo tipo de conteúdo o tempo todo. Por mais que elas pensem algo sobre o que você está postando, em 10 segundos elas já passam para o próximo stories ou para o próximo feed e começam a pensar sobre outra coisa. No fim, é uma falsa sensação de que estão sempre falando sobre você, então eu não penso muito nisso.
V: Para onde acredita que as redes estão “caminhando”?
CG: Não tem muito como prever qual será o próximo grande “boom” da mídia. Todo mundo está tentando entender o algoritmo, mas eu acho que o futuro é cada vez mais criar uma comunidade. Você se aproximar de quem te consome e mostrar que a sua vivência não é tão distante da vivência dela.