NYFW: Semana de Moda de Nova York retorna presencialmente em setembro
O evento, que também terá apresentações digitais, seguirá protocolos de segurança definidos pelo estado de NY
Por Maria Alice Prado
A lista dos impactos negativos causados pela pandemia de Covid-19 na indústria da moda mundial é grande – assim como o receio de que ela continue a crescer. Por isso, as investidas para reanimar esse mercado, sempre tão dinâmico, estão a todo vapor. Seguindo os passos das semanas de Londres, Milão e Paris, a New York Fashion Week volta a movimentar o calendário da moda presencialmente ainda neste mês de setembro.
É claro que, assim como nas demais cidades que abrigam esse tipo de evento, primeiras filas cheias de celebridades, after-parties e centenas de fotógrafos nos pits dos desfiles ainda não vão voltar a fazer parte da realidade da Semana de Moda de Nova York. Mas a programação está grandiosa: seu início, em 13 de setembro, será com a apresentação de Jason Wu e o encerramento ficará por conta de Tom Ford, no dia 16 de setembro.
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Eventos ao ar livre – com limite de convidados – na NYFW
As coleções dos designers participantes serão reveladas sem fãs, exceto por alguns eventos ao ar livre com limite de 50 convidados. Esta foi a condição dada por Andrew Cuomo, governador do estado de Nova York, para a realização dos desfiles. Além disso, todas as pessoas terão suas temperaturas avaliadas, deverão usar máscaras e permanecer em distanciamento social.
Vale explicar que o presencial não volta para deixar o online de fora. O Council of Fashion Designers of America (CFDA) divulgou, junto ao calendário oficial da NYFW, o lançamento da Runway360, uma plataforma digital que permitirá que as marcas apresentem suas coleções também virtualmente e em diferentes formatos. A ideia possibilita que os desfiles englobem imprensa, consumidores e varejistas internacionais.
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Grandes grifes que optaram por ficar de fora da NYFW
No calendário estão grifes como Carolina Herrera, Dennis Basso, Marchesa, Badgley Mischka, LaQuan Smith e Eckhaus Latta. Já as marcas estreantes na programação incluem Anne Klein, Theophilio, Imitation of Christ e Wolk Morais.
Alguns nomes que tradicionalmente participam do evento, como Ralph Lauren, Tommy Hilfiger, Michael Kors e Proenza Schouler, optaram por não integrar a lista das apresentações — as grifes devem fazer desfiles próprios separadamente.
A volta do evento, com destaque para os desfiles em formato presencial, revela preocupações das organizações do mercado fashion devido à pandemia.
“Os últimos seis meses têm sido extremamente difíceis para a indústria da moda, e temos o orgulho de oferecer um meio para designers, modelos, estilistas, cabeleireiros e maquiadores, fotógrafos, equipes de produção voltarem com segurança ao trabalho em setembro”, declarou Leslie Russo, vice-presidente executiva do Fashion Events Group da IMG, empresa que faz parte da organização do evento.
Pandemia derrubou resultados da indústria da moda
A NYFW é uma operação lucrativa de grande porte. O evento gera quase US$ 900 milhões por ano para a cidade de Nova York, de acordo com a CNBC, publicação norte-americana de negócios.
A indústria da moda viu seus números despencarem com a chegada da pandemia. No mês de julho deste ano, por exemplo, a Kering anunciou queda de 58% no lucro, um dia após a LVMH reportar uma queda de 68%, com os faturamentos da Prada em baixa de 32%.
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Segundo a agência de rastreamento Tribe Dynamics, os resultados de engajamento e audiência dos desfiles digitais de Londres, Paris e Milão, realizados entre junho e julho de 2020, foram decepcionantes. Apenas a apresentação da Alta Costura da Valentino fugiu à regra e chegou a atingir 57% de sua meta de audiência.
Para as demais marcas, a repercussão das apresentações digitais foi quase silenciosa nas redes sociais se comparada ao mesmo período do ano passado, quando os últimos desfiles tradicionais aconteceram.