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Luxo emblemático: conheça a história de três produtos icônicos de grifes

O primeiro modelo da pulseira Love, de 1969

O primeiro modelo da pulseira Love, de 1969 (Arquivo histórico)

Nesta seção de clássicos de luxo, a Versatille elencou três ícones de diferentes grifes que se destacam pelo simbolismo que envolve os objetos. Conheça as trajetórias da pulseira Love, da Cartier, bolsa Baguette, da Fendi e Conhaque Louis XIII, da Rémy Martin.

 

Pulseira Love, da Cartier

 

Criada pelo designer da Cartier Aldo Cipullo, em Nova York, no ano de 1969, em meio à ascensão do movimento hippie, a pulseira Love é um ícone do design de joias. A peça unissex, repleta de significado, antecipou em 30 anos a joalheria dos anos 2000.

 

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Com seu formato oval composto de dois arcos rígidos parafusados, a peça apresenta a perfeição de linhas puras e proporções precisas. O design se destaca pela linha imponente, a qual cria a identidade do acessório, complementada pelas duas partes que formam a elipse e o topo plano. A beleza da joia também é acentuada pelo alinhamento dos parafusos, que seguem as linhas paralelas da estrutura da peça.

 

Com a pulseira Love, a Cartier tomou a decisão radical de deixar os parafusos funcionais e decorativos visíveis, os quais são fixados com a chave de fenda que acompanha a joia. Isso representa a estilística intuição de um joalheiro que vê a beleza onde quer que esteja e ousa mostrar o que geralmente é escondido. De todos os códigos da marca, os parafusos são os mais deslumbrantes e instantaneamente reconhecíveis, além de remeter ao relógio Santos de Cartier, que os apresenta em sua luneta desde 1904.

 

A cantora suíça Tina Turner usando a pulseira Love (Galerie Esther Woerdehoff and Michel Comte Estate)

 

A pulseira Love é um acessório que simboliza a materialização dos sentimentos. Ela une os apaixonados por meio de uma faixa de ouro, usada no pulso, e que é fechada com uma chave de fenda específica. A peça é como uma “algema”, pois são necessárias duas pessoas para prender os parafusos. Ao usá-la, cada membro do casal pode proclamar seu amor pelo outro e admirar a beleza dessa intensa conexão emocional.

 

O modelo inicial segue evoluindo com o passar dos anos. Em 1978, foi introduzido, pela primeira vez, o anel na linha Love. Em 1993, além do ouro dourado, a Cartier apresentou a versão da pulseira em branco e, em 2002, no rosé. Em 2008, a grife lançou uma edição especial e limitada, a Love Charity Bracelet, que tinha parte de seu valor revertida para instituições de caridade. No centenário da Cartier nos Estados Unidos, em 2009, foram apresentadas edições limitadas da pulseira, com a inserção de diversas pedras preciosas coloridas. Em 2016, a peça foi apresentada em tamanho míni. Por fim, há dois anos, a Cartier lançou o modelo mais recente, com uma estrutura maior e aberta, que desliza no pulso sem uma chave de fenda.

 

Bolsa Baguette, da Fendi

 

A Baguette é definitivamente um ícone da moda. Desenhada em 1997 por Silvia Venturini Fendi, neta da fundadora da Casa Fendi, Adele Casagrande, a bolsa rompeu com as regras do minimalismo dos anos 1990. O nome do modelo foi inspirado justamente no modo de usá-la debaixo do braço, o mesmo adotado pelos franceses para carregar o pão tipo baguette no país.

 

Por ter se tornado uma referência de elegância e um acessório de luxo indispensável para diversas gerações de mulheres, a produção da Baguette nunca foi interrompida. Com o passar do tempo, a grife produziu modelos que incorporaram uma grande variedade de tecidos, acabamentos, estampas e bordados. Entretanto, seu design simples retangular, com apenas uma alça de mão e o fecho de logo, perdurou, e isso é justamente o que a torna inconfundível.

 

Modelo da coleção cápsula do verão 2021 da Fendi (Divulgação)

 

As proporções da peça icônica também foram reinventadas. Em 2015, surgiram as Baguettes mínis e, no ano seguinte, o modelo Double Micro Baguette, que surpreendeu os consumidores com a presença de duas bolsas acopladas. Já na coleção de primavera-verão 2019, idealizada por Silvia Venturini e Karl Lagerfeld, a bolsa foi apresentada em uma versão mais ousada, com tamanho maior.

 

Uma curiosidade é que a peça de luxo ganhou grande notoriedade com a personagem Carrie Bradshaw, interpretada por Sarah Jessica Parker em Sex and the City. Como já era conhecida por seus looks desejáveis, ao utilizar Baguettes de diferentes materiais e tamanhos, evidenciou ainda mais o acessório.

 

 

Sarah Jessica Parker segura uma Baguette no Met Gala de 2015 (Divulgação)

 

Ao longo de sua história, foram lançados modelos de couro, palha, crochê, com cristais incrustados, lantejoulas e inúmeras cores. Do jeans ao jacquard bordado, a Baguette continua a evoluir e se transformar, mas sem perder seu DNA. 

 

Conhaque Louis XIII, da Rémy Martin

 

Produzido pela destilaria Rémy Martin, Louis XIII é uma bebida histórica e incomparável. Ela consiste em um excepcional blend originado por 1.200 variedades de eaux-de-vie – expressão que significa “água da vida” e remete a destilados envelhecidos de vinho branco, os quais dão origem ao conhaque quando mesclados –, todas provenientes da sub-região de Cognac, Grande Champagne, na França.

 

Cada garrafa de Louis XIII carrega uma história de quatro gerações, além de uma riqueza aromática, textura e complexidade. Seu nome é uma homenagem ao rei homônimo que governou a França na época em que a primeira geração da família Rémy Martin habitava a região de Cognac.

 

O conhaque Louis XIII (Divulgação)

As 1.200 eaux-de-vie que são a base da fórmula do conhaque Louis XIII são destiladas duas vezes, sempre em contato com as borras das uvas, e somente o coração (fração que sai do alambique, considerada como a melhor parte da destilação) é utilizado. Depois, passam por um processo de envelhecimento de até 100 anos em barris do tipo tierçon (muito raros e antigos, com centenas de anos de idade), e somente mais tarde podem ou não fazer parte da composição da bebida.

 

De cada mil eaux-de-vie envelhecidas e avaliadas pelo cellar master – profissional que supervisiona a produção de vinho em uma vinícola –, somente 12 são escolhidas. O blend final é um momento sagrado: as 1.200 eaux-de-vie são cuidadosamente mescladas, dando origem ao icônico e precioso destilado conhaque Louis XIII.

 

Barris onde as eaux-de-vie são envelhecidas (Remy Martin)

 

A primeira impressão ao sentir o aroma dessa bebida é intensa e difícil de descrever. Notam-se os toques florais, apimentados, com presença de especiarias como noz-moscada e gengibre e, aos poucos, outros aromas são lentamente revelados. Doce de frutas, maracujá, rosas, figos, tâmaras e mel se destacam. Ao prová-la, a sensação é de intensidade, elegância, equilíbrio e persistência sem igual, uma vez que os aromas permanecem na boca por mais de uma hora.

 

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A marcante garrafa de cristal do Louis XIII é um luxo e uma verdadeira obra de arte: são necessários 11 artesãos para produzi-la e cada uma delas é manualmente assoprada, numerada, decorada e vedada com uma flor de lis, figura associada à monarquia francesa. O pescoço da embalagem, por sua vez, é adornado com um gargalo de ouro de 24 quilates, que coroa e exalta a grandeza de Louis XIII. Diz a história que o fundador francês, Paul-Emile Rémy Martin I, adquiriu a garrafa que veio a inspirar a atual por meio de um camponês, que a encontrou durante a guerra da comuna de Jarnac, em 1569. 

 

Por Laís Campos

 

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