“Hoje em dia, vejo a felicidade no simples”, diz Patrícia Poeta

No quadro Persona Versatille, a jornalista responde sete perguntas sobre sua vida pessoal

Foto: Divulgação

Formada em jornalismo pela PUC-RS, Patrícia Poeta iniciou sua carreira na TV Bandeirantes de Porto Alegre, e, em 2000, entrou na Globo. Ela começou à frente da previsão do tempo e, posteriormente, atuou em jornais como o SPTV e o Jornal Hoje. Em 2003, mudou-se para Nova York a fim de assumir o cargo de correspondente em telejornais da Rede Globo e em programas da Globo Internacional. Na volta ao Brasil, em 2007, tornou-se repórter do Fantástico e, em 2008, assumiu como apresentadora titular do programa, ao lado de Zeca Camargo e Tadeu Schmidt. Já em 2011, passou a apresentar o Jornal Nacional, ao lado de William Bonner, onde permaneceu por três anos. Migrou, então, para o entretenimento ao integrar o elenco de apresentadores do É de Casa nas manhãs de sábado, até julho de 2022. Hoje, a jornalista comanda o programa matinal Encontro com Patrícia Poeta, exibido de segunda à sexta, e detém a marca de moda PPOETA.

 

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Versatille:  Qual é seu destino ou lugar favorito no mundo? 

Patrícia Poeta: Amo viajar! Conhecer o mundo, culturas diferentes, mas, no fim, o melhor lugar é a minha casa, o meu cantinho. Eu adoro viver a experiência do lugar em que estou, então, quando estou viajando para algum destino, busco viver e conhecer a cultura, absorvendo tudo, tanto a culinária quanto os costumes locais, mas chega um período em que eu não vejo a hora de voltar para minha casa. Ela é meu porto seguro, o lugar onde posso reunir tudo e todos os que amo.

 

V: O melhor livro que já leu?

PP: Crime e Castigo, de Dostoievski.

 

V: O que inspira você?

PP: Fui criada numa casa cheia de mulheres, uma sempre incentivando a outra, e tive pais que nos encorajaram a sermos independentes e seguirmos nossos sonhos. Ver mulheres que fazem acontecer, seja no lar, seja profissionalmente, me inspira muito. As pessoas se acostumaram a elogiar somente a mulher que sai para o mercado de trabalho, mas vocês sabem quão difícil é criar um filho, cuidar de uma casa, as obrigações da mulher? Muito. Admiro a mulher que sai para trabalhar, assim como a do lar. Agora existem as supermulheres, que fazem as coisas da casa, trabalham fora e ainda sabem lidar com uma sociedade machista que acha que ela está fazendo só sua obrigação numa jornada dupla que muitos homens nem cogitam.

 

V: O que é felicidade para você?

PP: Felicidade para mim é estar com quem amo, jogando conversa fora. Hoje em dia, vejo a felicidade no simples, no acompanhar o crescimento e desenvolvimento do meu filho. A felicidade é poder chegar ao Rio e encontrar meus pais em casa, caminhar na praia e tomar uma água de coco. Poder comer meu doce favorito sem culpas, trabalhar com o que gosto, mesmo que se para isso tenha que acordar às 4 da manhã.

 

V: Qual foi o maior desafio que já enfrentou?

PP: A maternidade. Ser responsável pela criação e educação de outro serzinho é uma viagem muito alucinante e cheia de responsabilidades. Pensar que você tem que apresentar o mundo para aquela pessoa, ensinar a lidar com as coisas boas e ruins da vida, fora o básico, que é ensinar a ler e escrever, dar um direcionamento e princípios. E não é algo passageiro, porque os filhos, enquanto você viver, terá que zelar por eles, ensiná-los. É um desafio para a vida toda, mesmo quando eles saem para o mundo para viver a própria vida.

 

V: Se não fosse jornalista, qual profissão escolheria?

PP: Desde minha adolescência eu nunca pensei em outra opção a não ser o jornalismo. Quando era criança, também considerei ser arquiteta, porque gostava muito de desenhar, mas o jornalismo sempre teve um lugar no meu coração. Eu estudei muito, fui atrás e deixei o jornalismo como meu foco. Acho que por isso, atualmente, sou muito feliz com o que faço. Posso dizer que sou uma pessoa realizada, ainda mais pelo carinho e retorno do público que tenho. Quando estive à frente do Jornal Nacional e do Fantástico, foi por meio de pesquisas que fizeram, e o público pediu por mim. Isso mostra que fui pelo caminho certo. Além disso, sempre gostei de ouvir e contar histórias humanas. Desde o início, sabia que essa era minha missão.

 

V: Um sonho que ainda quer realizar?

PP: Pode parecer clichê, mas meu sonho é poder viver cada dia, valorizando o momento. Explico o motivo. Tive uma experiência muito impactante na minha vida, quando quase morri, e aquilo me fez mudar a percepção da vida, principalmente porque sempre vivia imaginando o futuro, querendo o futuro ou lamentando não ter feito algo no passado. Não me permitia comemorar, vivenciar as conquistas de momento, que são as mais importantes. A gente fica almejando coisas e, quando consegue, imediatamente já passamos a querer outras, sem valorizar aquela conquista. Por isso digo: meu sonho, desejo e meta é sempre valorizar e viver o hoje, o agora. 

 

Por Laís Campos | Matéria publicada na edição 132 da Versatille