Exclusiva: Chris Pratt fala sobre o novo filme da franquia Jurassic World
Em entrevista exclusiva, ator fala sobre longa Jurassic World: Domínio e o encontro com o elenco original de Jurassic Park
Chris Pratt é um dos atores mais queridos de Hollywood. Além do talento inconfundível e do carisma, que encanta seus fãs que o acompanham desde a adolescência na televisão, é também reconhecido dentro da indústria por ser extremamente gentil e ter um ótimo senso de humor. Seja em talk-shows, seja trends da Internet, ele entra em todas as brincadeiras e não perde a oportunidade de fazer campanha para a competição de o melhor “Chris” famoso.
Em entrevista exclusiva, Pratt discorre sobre seu novo projeto, Jurassic World: Domínio, o terceiro filme da franquia estrelado por ele e Bryce Dallas Howard, que entra em cartaz nos cinemas no dia 2 de junho.
Sob a direção de Colin Trevorrow, o grande destaque da produção é que ela traz de volta os atores principais de Jurassic Park dos anos 1990. Nostalgia forte tanto para quem vai assistir quanto para Pratt, que era fã da franquia original. Se apenas a ideia de ver Sam Neill, Laura Dern e Jeff Goldblum em seus papéis clássicos novamente já é por si só emocionante, fica difícil imaginar como deve ter sido para o ator contracenar com eles.
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Versatille: Apenas com base no elenco e no trailer, tudo indica que o filme une o passado e o presente do universo “jurássico”. Quão certa é a suspeita?
Chris Pratt: Exatamente, é um filme que tem 30 anos de pré-produção. Na verdade, são 65 milhões e 30 anos em construção. Este é diferente dos outros filmes da franquia, consegue ser ainda mais épico em escopo e escala, porque agora os dinossauros estão soltos no mundo inteiro, não apenas em uma pequena ilha. É o maior filme Jurassic já produzido. E a volta do elenco original, que tem uma história fantástica, que converge com os nossos personagens de Jurassic World, além de novos, que são surpreendentes e excepcionais.
V: Jurassic Park mudou a história do cinema. Como foi para você a experiência de contracenar com esses atores que marcaram uma geração?
CP: Depois de 20 anos atuando na indústria, há poucas coisas que ainda me deixam em choque ou totalmente sem palavras, e essa foi uma delas. Foi surreal. Só de estar no set com eles, eu tive de balançar a cabeça várias vezes, porque não acreditava que estava realmente acontecendo. Eu era muito fã dos filmes quando estava crescendo. Poder trabalhar com eles agora é um privilégio. Foi também o melhor aval que poderíamos receber. Para mim, não havia nenhuma opinião mais importante do que a deles sobre o que havíamos feito em Jurassic World. Ao se juntarem a nós para este filme, deixaram claro que nos apoiavam totalmente. Foi um passar da tocha. Estamos nisso juntos agora, é muito especial.
V: Na perspectiva de seu personagem, como foi trabalhar a relação de Owen, que dedicou sua carreira aos dinossauros na atualidade, ao estar ao lado dos primeiros cientistas que tiveram acesso a esses animais?
CP: Bem, acho que, para ele, o encontro não significou tanto quanto para mim (risos). Determinamos que Owen teria, sim, lido o trabalho de Alan Grant, personagem de Sam Neill, quando lhe ofereceram o emprego para trabalhar com os Velociraptors. Ele iria se preparar ao máximo, então fazia sentido que ele lesse o material de Grant, que era doutor no assunto e um dos principais pesquisadores no meio. É claro que ele o reconhece e acha legal. Mas não chega nem perto de mim, que enlouqueci por estar com esses atores sensacionais, pois amo o trabalho deles. Assisti-los no cinema, quando criança, foi algo que me tocou. Ou seja, acho que Owen estava animado para conhecer o grupo, porém não se compara ao meu entusiasmo.
V: Pelo que foi postado nas redes sociais, parece que as gravações foram divertidíssimas. Tem alguma lembrança ou algum momento que foi mais marcante para você?
CP: O mundo ainda estava lidando com as restrições da pandemia quando filmamos. Então a gente vivia praticamente em uma bolha, convivendo apenas entre nós. Fazíamos tudo juntos: trabalhar, comer e beber vinho. Até os dias de folga passávamos juntos, porque não era permitido encontrar ninguém além. Foi uma panela de pressão para criar essas relações autênticas, que espero que realmente transpareçam para os núcleos de personagens na tela. Sentar com eles, almoçar juntos, jantar, estar ali foi muito, mas muito legal. Um momento inesquecível foi ouvir Goldblum e Neill cantando no piano do hotel.
V: A produção teve de ser interrompida algumas vezes durante a gravação. Como foi para você essa situação de entrar e sair do ritmo das filmagens?
CP: Nós filmamos em Londres, então eu fiquei sem poder ir para casa. Quando fechamos por umas duas ou três semanas, eu fiquei lá esperando. Eu não podia pegar um avião, porque, se voasse, teria de cumprir quarentena quando chegasse em casa e quando voltasse. Foi difícil e um teste de paciência. Acho que o mundo todo se sentia assim. Mas a produção fez um trabalho fantástico de realmente inventar os protocolos para conseguir seguir com um filme desse porte… Acho que nós, atores, sofremos menos quando interrompemos as filmagens. Pelo menos, eu não senti muito. Mas imagino que para os produtores e executivos do estúdio deve ter sido um pesadelo de logística, porque tínhamos diversas locações planejadas. Iríamos viajar o mundo todo, fazer realmente uma produção global, que no fim não aconteceu. Tivemos algumas cenas gravadas em Malta, mas a locação foi recriada também em Londres. O que eu sei é que cheguei ao set um dia e do nada senti que estava em Malta, e pensei: “Que loucura”. Mas alguém teve de fazer isso acontecer.
V: Por falar em efeitos visuais, você já trabalhou em diversas produções que envolvem muita tecnologia, como os filmes da Marvel. Muito daquilo que está na tela é adicionado em pós-produção. Você ficou surpreso com o resultado de alguma das cenas de Jurassic World?
CP: Pelo menos nas minhas cenas, eu tinha uma boa noção do que iria ser. Colin Trevorrow (o diretor) faz um ótimo trabalho criando previs (termo no cinema para pré-visualização, um rascunho feito em 3D de como a cena vai ficar), o que nos dá um bom contexto da cena. Usamos também muitos animatrônicos, então se interage com algo bastante próximo ao que será o produto final. Claro, há elementos de CGI, e algumas vezes contracenava com o nada também, mas sempre há no set alguma versão muito parecida com a real, então consigo ter uma ideia do que esperar.
V: O que você estava mais curioso para a versão final?
CP: O mais interessante é ver no filme o resultado das coisas que foram gravadas quando não estava lá. Nos dias em que eles estavam filmando com Goldblum, Neill e Laura. Ver como eram esses dinossauros foi muito bom. Ver como ficou o cenário. Não quero dar spoiler, mas alguns efeitos visuais ficaram realmente impressionantes – foram criados para uma praga de novas criaturas que ameaçam este novo mundo. É bastante inesperado, não é um dinossauro que vai assombrar você, vai ser outra coisa, que se origina do resultado desse tipo de tecnologia se espalhando pelo mundo.
V: A indústria do entretenimento mudou muito nos últimos anos. Hoje em dia, o público acaba tendo muito mais input através das redes sociais, principalmente quando se trata de um grande filme como Jurassic World. Como você vê essa nova fase da indústria na qual há mais acesso, mas também muito mais barulho?
CP: Certamente é outro mercado. É complicado estimar quais são as várias formas que o ambiente de entretenimento mudou nesses anos todos em que trabalho nisso. E as redes sociais são uma grande parte. Eu acho ótimo, porque você consegue ouvir os fãs diretamente, do que gostam e do que não gostam. Um exemplo foi que um grupo de pessoas começou a reclamar que nos primeiros dois filmes não tinha dinossauros com penas. Eles queriam ver como ficaria. “Como que nenhum desses animais tem pena? Há dinossauros com pena”, eles comentavam. Então colocamos esses animais agora no Jurassic World: Domínio. Não teria acontecido se não fosse por esses fãs vocais e bravos. Sou totalmente a favor, acho legal ouvir. Sim, há muito barulho que você tem de superar um pouco e há pessoas a quem nunca vamos agradar. No entanto, é sobre perspectiva. O que você tira disso? Acho que existem aspectos realmente positivos em poder interagir diretamente com os fãs e saber logo de cara o que eles pensam.
V: Além de descobrir que dinossauros têm penas, depois de três filmes do Jurassic World, você deve ter aprendido muito sobre dinossauros. Alguma curiosidade favorita?
CP: Nossa, só de aprender todos os nomes diferentes dos dinossauros foi algo muito divertido. Já fui testado sobre isso e tive de me tornar muito bom em lembrar todas as variações dos nomes e como soletrar. Talvez o mais interessante foi descobrir que nem todos têm sangue frio. A gente parte do pressuposto que todos eram répteis gigantes, porque eles parecem com lagartos. Mas nem todos eram assim. Havia alguns que viviam no clima frio, tinham sangue quente. Achei isso fascinante.
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V: Você levou alguma lembrança do set?
CP: Eu sempre roubo coisas dos sets. As coisas mais legais que tenho em casa são essas. Katherine (Schwarzenegger, esposa) volta e meia acha algo aleatório e pergunta se pode jogar fora. E eu digo: “Não, isso é do set de tal filme. O que eu levei de Jurassic World: Dominion? Ah, as minhas botas. É um par maravilhoso com o qual eu corria para todos os lados, então fiquei com elas. E a minha faca. Meu personagem sempre tinha uma faca com ele, então levei ela também. Eu vou usar (brinca).
V: Só para fechar, sei que você não pode dar detalhes, mas veremos Owen novamente após esse filme?
CP: Não sei, talvez. Sempre respondo perguntas de sim e não com talvez. Então, talvez.
Jurassic World: Domínio teve a sua estreia nos cinemas no dia 2 de junho de 2022.
por miriam spritzer | Matéria publicada na edição 126 da Versatille