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Documenta Pantanal promoverá leilão beneficente de obras de arte em prol do ecossistema

Onça pintada deiata em um tronco no Pantanal

Onça pintada no Pantanal (Araquém Alcântara)

O Documenta Pantanal, iniciativa que atua em documentação, desenvolvimento e preservação do ecossistema por meio de diferentes ações promoverá um leilão beneficente que acontecerá no dia 26 de maio às 20h na plataforma Arremate. O projeto é concebido junto a um grupo de sete mulheres reconhecidas em seus respectivos nichos de atuação tanto na contínua defesa do ecossistema, quanto no âmbito cultural e, particularmente, no mercado das artes plásticas. Fernanda Feitosa, Mari Stockler, Mônica Guimarães, Paula Azevedo, Susana Steinbruch, Teresa Bracher e Monica Tinoco têm trabalhando na captação de doações de obras de artistas e colecionadores que serão oferecidas a lance pelo leiloeiro Aloísio Cravo.

 

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Com criações expressivas (em diversas linguagens) de artistas contemporâneos renomados e atuantes, o evento visa arrecadar R$ 1 milhão, que será utilizado em brigadas rurais anti-incêndio. De acordo com o cronograma, o processo de coleta das obras ocorrerá até 31 de março e, em seguida, um catálogo será lançado virtualmente no dia 1º de maio. O montante arrecadado permitirá ao SOS Pantanal investir em equipamento, formação e manutenção de brigadas voluntárias anti-incêndios na região pelo período de três anos.

 

A destruição de grandes áreas do Pantanal por incêndios ganhou cobertura da mídia nacional e internacional principalmente em 2020, quando a região teve mais de 30% de seu território completa ou parcialmente destruído pelas chamas. Com o projeto, a instituição articulará a conexão de uma rede de dez brigadas rurais voluntárias que já atuam em diferentes localidades do bioma, compondo a Brigadas Pantaneiras. Além desses grupos (cada um deles com uma média de 12 pessoas), o SOS Pantanal apoiará outras duas equipes, uma em Miranda e outra em Aquidauana.

 

Segundo o diretor de Relações Institucionais da entidade, Leonardo Pereira Gomes, estes times encontram-se em áreas que apresentam um risco elevado de queimadas tendo em vista dados dos últimos 30 anos. “O que aprendemos em 2020 é que as brigadas rurais de incêndios florestais são uma estratégia muito importante. Com a seca que se intensifica no bioma será cada vez mais relevante termos pessoas bem treinadas, equipadas, assessoradas e com um bom planejamento para agir em seus territórios. Precisamos aumentar a capacidade e a velocidade na resposta, além de facilitar a atuação do poder público nos locais mais suscetíveis a incêndios florestais”, diz.

 

Para Teresa Bracher, idealizadora e uma das organizadoras do Documenta Pantanal, a concepção e a promoção do leilão têm extrema relevância porque, além de gerar recursos para a prevenção e controle dos incêndios, divulga as belezas e as ameaças pantaneiras. “Os brasileiros precisam prestar atenção ao Pantanal. Sem este conhecimento não virá a consciência e o desejo de preservá-lo e protegê-lo”.

 

Em relação à adesão de artistas, Teresa afirma que o projeto deixa muito claro como a população foi impactada pelos incêndios do ano passado. “Estamos tendo um retorno incrível dos artistas. A imensa maioria das pessoas que contatamos quer participar, pois viram a dimensão da tragédia de 2020 e se sensibilizaram”. Para a coordenadora do Documenta Pantanal, a produtora Mônica Guimarães, os artistas são, por natureza, pessoas antenadas na realidade. “As cabeças voam e criam, mas a percepção do real sempre os acompanha e isso é a beleza do ser artista – essa dualidade. Todos estavam a par dos acontecimentos no Pantanal e suas respostas foram imediatas e muito positivas”, avalia.

 

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Entre aqueles que já doaram trabalhos para o leilão, estão a artista visual Leda Catunda, o pintor Daniel Senise, os artistas plásticos Alex Ceverny e Jac Leirner e Santídio Pereira, especializado em xilogravuras.

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