Não é novidade que a Diesel ocupa um lugar entre as marcas mais desejadas de jeans no mundo, mas o desfile na temporada de Outono/Inverno na Semana de Moda de Milão, realizado no final de fevereiro, reforçou seu prestígio. O maior destaque da linha elaborada por Glenn Martens, atual diretor criativo, foi a variedade do trabalho do denim, que apareceu desfiado, reciclado e até em texturas completamente novas e que simulam peles coloridas.

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A inspiração mesclou o início dos anos 2000, exibido na forma de jeans de cintura baixa e um macacão trompe-l’œil – estampa de ilusão de ótica -, o qual se assemelha a jeggings (combinações de jeans e leggings), e o glamour do estrelato pop.

Além do sucesso do desfile mais recente, a trajetória da marca é repleta de fatos inusitados, que foram essenciais para a consolidação da grife no mercado. Confira, a seguir, curiosidades sobre a história da marca e seus famosos jeans.

Nome inteligente

A Diesel foi criada em 1978, em Milão, pelos italianos Renzo Rosso e Adriano Goldschmied, que já possuíam uma confecção. A escolha do nome se deu por ele poder ser pronunciado da mesma forma em diversos idiomas. Além disso, naquela época, o diesel já era considerado uma “energia alternativa”, então a palavra também remetia a uma “pegada alternativa” na moda.

(Reprodução)

Precursor disruptivo

Renzo Rosso nasceu em Brugine, uma vila na região de Veneto, no nordeste da Itália. Em 1970 ele começou a estudar manufatura têxtil no Marconi Technical Institute, em Pádua. Aos 15 anos, pegou emprestada a máquina de costura de sua mãe e produziu sua primeira peça de roupa: um par de jeans de cintura baixa e boca de sino, que contrariava intencionalmente os padrões e proporções ensinados no instituto.

Máquina de costura Singer de 1964 (Getty Images)

O aspecto vintage

Em 1979, a Diesel foi lançada oficialmente no mercado por meio de uma coleção masculina. Como as calças pareciam usadas, os varejistas foram resistentes à proposta da marca uma vez que os preços eram acima da média. No entanto, o estilo vintage foi justamente o que atraiu o público e alavancou a Diesel para o mercado internacional.

(Reprodução)

Ousadia certeira

Em 1985, Renzo Rosso comprou a parcela da Diesel pertencente a Goldschmied e cinco anos mais tarde iniciou o processo de expansão para o mercado internacional com o slogan “For Successful Living” (“para se viver de forma bem-sucedida”, em tradução livre), inspirado nos anúncios da década de 1950. Estrategicamente, em 1996, o italiano alugou um espaço em Nova York, na Lexignton Avenue, bem em frente a sua concorrente Levi’s, que possuía na época a maior loja da cidade. O resultado foi um sucesso absoluto, de modo a tornar o mercado norte-americano o mais amplo da marca.

Lexignton Avenue, em Nova York (Getty Images)

Campanhas históricas

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As campanhas da Diesel influenciaram gerações e fizeram história. Um dos exemplos mais bizarros e marcantes foi a publicidade “Save Yourself”, de 2001, que visava zombar da obsessão da sociedade com a juventude. Os anúncios apresentavam modelos usando máscaras faciais semelhantes a bonecas de porcelana que pareciam personagens de um filme de terror. Em um deles, uma mulher segurava uma taça com um líquido que parecia ser urina. O nome dela era Helen Pickering e havia nascido em 1899. Em um quadro de texto, estava escrito: “Eu tenho desfrutado da fonte da juventude por mais de um século. É cheia de vitaminas, eu mesma posso fazer e há um suprimento inesgotável. Posso ter mau hálito, mas estou fantástica”.

Campanha “Save Yourself”, de 2001, da Diesel (Divulgação)