Carnaval e glitter até parecem sinônimos. De fato, o brilho nas roupas, no rosto e no corpo não é apenas um enfeite, mas sim um verdadeiro símbolo da celebração carnavalesca. Apesar de ser tentador adquirir um glitter assim que sua cor e seu brilho atraem os olhos, é fundamental atentar-se à sua composição. Geralmente, a primeira opção que vem à mente é aquele vendido na papelaria, e é justamente esse tipo que deve ser evitado.

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“Ele não pode ser usado de jeito nenhum na pele. Para dar cor, é utilizado em sua produção o óxido de ferro, que é bem irritativo para a pele”, explica o Dr. Rafael Pessanha, dermatologista que falou com a Versatille sobre o uso correto do glitter no Carnaval. O glitter não biodegradável também é composto por mini partículas cintilantes de plástico PET (polietileno tereftalato), alumínio, entre outros elementos.

 

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Já outra médica da área, a dermatologista Thais Akemi, por sua vez, ressalta que os riscos apresentados pelo produto vendido em papelaria afetam não apenas a derme, mas também o meio-ambiente. “As suas partículas podem machucar a pele e gerar alergias e sensibilizações. Além disso, os microplásticos são um dos principais poluentes dos oceanos. Eles têm a capacidade de absorver produtos tóxicos como pesticidas, metais pesados e outros tipos de poluentes orgânicos persistentes (POPs), que são altamente nocivos para todo ecossistema”, completa a especialista.

A partir do momento em que esse glitter nocivo é levado, por meio de vento e chuva, até o oceano, os prejuízos se tornam inúmeros. Eles ficam durante muito tempo no meio ambiente e, uma vez ingeridos, podem se fixar em tecidos de animais e humanos, podendo gerar disfunções hormonais, imunológicas, neurológicas e reprodutivas. Mais do que uma questão dermatológica, o uso do glitter envolve muitos impactos ambientais e de saúde pública.

 

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Há, no entanto, uma saída muito simples para aqueles que adoram usar brilho na maquiagem e buscam opções cintilantes para o Carnaval: o glitter biodegradável. “Atualmente, temos opções com uma matéria prima mais natural, como celulose, extratos minerais e vegetais. A grande vantagem é que eles são menos agressivos para a pele e para o meio ambiente. Existe uma infinidade de produtos ecofriendly e veganos que se encaixam nesse perfil” relata a dermatologista. Segundo o Dr. Rafael Pessanha, alguns dos elementos comuns usados neste tipo não nocivo são farinha de arroz, alga, gelatina, bem como corante vegetal.

Além do uso de produtos biodegradáveis, os especialistas deram recomendações para quem pretende fazer uma maquiagem lotada de glitter.

Confira a seguir:

1 – “Sempre que possível, realize o teste de produtos como tintas faciais, glitter e colas na face interna do braço antes de aplicar no rosto”, indica a Dra. Thais. “Caso apresente ardor, vermelhidão ou pinicação, lave a área imediatamente e não utilize o produto.”

2 – “As maquiagens e produtos para a pele que têm liberação da Anvisa, utilizam esse glitter ecológico. Por isso, é mais seguro usar algum cosmético que contenha o brilho”, explica o Dr. Rafael Pessanha.

3 – O preparo da pele antes da maquiagem é fundamental. “Lave o rosto com um gel de limpeza suave, passe hidratante e filtro solar. Uma opção simples e que não vai estragar a sua produção é apostar em filtros solares em pó ou em spray”, indica a dermatologista.

4 – “É preciso evitar sempre a aplicação em regiões muito próximas dos olhos, do nariz, e que tenham algum corte ou lesão na pele porque além de inflamar, pode infectar”, diz Pessanha.

5 – “Atenção também para a retirada. Sempre a realize com movimentos suaves, sem esfregar para não agredir a pele”, completa Thais. Além do cleansing oil e do demaquilante, ela ainda indica as fitas adesivas para auxiliar com o excesso de glitter na pele. “Por fim, higienize a pele com um gel de limpeza suave e hidrate a pele novamente.”

6 – “Ao chegar em casa, é preciso tirar toda a maquiagem, glitter, brilho… independente do que for, não deixe nada em contato com a pele”, alerta Pessanha.

7 – “Vale ressaltar o básico, que é o filtro solar. Ele deve ser reaplicado a cada três horas. De preferência, indico levar um sachê, ou uma amostra no bolso para lembrar de fazer a aplicação novamente”, diz o Dr.

8 – “É necessário beber muita água. Nessa época, como a gente ingere álcool, se expõe ao sol, acaba tendo uma perda maior da água transepidérmica, o que piora a pele. Por isso, a hidratação constante do corpo com uma ingesta boa de água, ajuda bastante a pele”, conclui Pessanha.