“Criei o meu DNA transformando passarelas em shows reais e grandiosos”, destaca Philipp Plein

Conhecido por seus desfiles extravagantes e cinematográficos, o designer alemão Philipp Plein faz de sua singularidade seu maior trunfo

Philipp Plein (Foto: Divulgação)

Modelos saindo de naves espaciais. Perseguições de carro em plena passarela. Shows de cantores famosos como Snoop Dogg e Rita Ora. Em ocasiões diferentes, todos esses eventos ocorreram em desfiles extravagantes de Philipp Plein. O designer alemão não nega a fama: “A nossa essência é disruptiva, provocativa e opulenta”, destaca.

 

Hoje, o grupo Philipp Plein consiste em três marcas – Billionaire, Plein Sport e Philipp Plein – e possui mais de 150 lojas ao redor do mundo. Entre os produtos, há roupas, relógios e até perfumes. 

 

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“Manter-se fiel ao seu DNA.” Esse é o lema. Algo que Plein aprendeu ainda jovem, quando estudou em um colégio interno rígido e que exigia muita disciplina. Foi difícil igualar-se aos demais alunos por imposição, e ficou claro para ele que não dava para viver assim, mas, na época, Plein não fazia ideia de que tal desconforto estava ligado a sua identificação com o universo da moda. Seu senso estético o levou para a graduação de design de interiores, e foi durante o curso, aos 22 anos, que passou a vender camas de luxo para cães, que fizeram sucesso e o incentivaram a criar outros mobiliários.

 

Sua vocação foi descoberta numa feira de design, para a qual projetou um cabideiro e decidiu estilizar algumas peças de roupa para decorar o espaço do mostruário. Foi uma jaqueta militar que chamou a atenção das pessoas que passavam, e assim sua carreira tomou novo rumo. 

 

Recentemente, a marca chegou ao Brasil, com uma loja física no VillageMall da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Agora, o plano é abrir mais pontos físicos até 2024 e apresentar a coleção Couture, que será lançada em julho no país. 

 

Em entrevista para a Versatille, Philipp Plein falou sobre sua trajetória e visão da indústria da moda. Confira a seguir.

 

Versatille: Como foi seu início de vida adulta? 

 

Philipp Plein: Em 1998, me formei em design de interiores pela Schule Schloss Salem, na Alemanha, e logo comecei a estudar direito na Friedrich Alexander University, também no país, curso que não levei até o fim. Em meio aos estudos, a minha paixão por design de interiores me levou a desenvolver camas para cães. Aliás, graças a esse primeiro passo pude explorar caminhos diferentes.

 

Desfile da couture collection em Bel-Air, Los Angeles (Divulgação)

 

V: Em que momento sua vida realmente se voltou para a moda? 

 

PP: Em 2008, a marca Philipp Plein nasceu. E no ano seguinte a primeira loja independente abriu no Principado de Mônaco, Montecarlo. Depois, abrimos a Billionaire, em 2016; a Pleinsport, em 2017; e a Plein Golf, em 2021.

 

V: Seus desfiles são famosos por explorar o extraordinário e o extravagante. De onde surgiu a ideia e o desejo de trabalhar dessa forma? 

 

PP: Sou uma pessoa do marketing, então tenho um entendimento muito forte de como envolver comunidades em torno de uma experiência. Criei o meu DNA transformando passarelas em shows reais e grandiosos. A partir disso, as pessoas começaram a seguir a marca porque se sentiam parte do meu estilo de vida e da minha forma de interpretar a moda. 

 

V: O julgamento é uma reação comum quando se quebra o “molde”. Como você lida com isso? 

 

PP: Eu me considero um disruptor da indústria. Agindo dessa forma, acabo criando uma linha muito tênue entre apaixonados pelo meu trabalho e haters. É assim que acontece, e por mim tudo bem. O importante é sempre permanecer fiel ao meu DNA.

 

V: Já são mais de 100 lojas pelo mundo e diversos lançamentos que vão de perfumes a relógios. Como se organizar para criar o tempo todo?  

 

PP: Em 2020, o Plein Group anunciou novas parcerias para ajudar na expansão da nossa rede de distribuição global. Desenvolvemos novas categorias e produtos aproveitando a experiência dos nossos parceiros, que são empresas responsáveis pela fabricação e distribuição dos produtos por meio de sua rede de varejo. Na parte criativa, as nossas coleções buscam explorar os símbolos e padrões mais icônicos da marca, para que todos os produtos reflitam a nossa essência e as inspirações sazonais. 

 

V: De que você mais gosta na indústria da moda? 

 

PP: Com certeza a liberdade de criar tendências e dar às pessoas a oportunidade de se sentirem parte de um estilo de vida. 

 

V: O que você ainda busca conquistar ou criar neste universo? Quais são os próximos planos? 

 

PP: O próximo plano é abrir o primeiro hotel da marca em Milão, ainda em 2023. Este será um dos maiores projetos do ano, e simboliza a entrada em um novo ramo de negócios.

 

V: Qual é sua dica para os futuros profissionais que querem trabalhar com moda? 

 

PP: Mantenha-se fiel ao seu DNA e sonhe grande. 

 

Por Beatriz Calais | Matéria publicada na edição 131 da Versatille

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