O capixaba Marcus Buaiz nasceu em uma família de empreendedores, mas nunca se deixou acomodar pela posição de sua família. No início da vida adulta, buscou se desprender dos negócios familiares para investir naquilo em que acreditava – entretenimento e comunicação, uma paixão que cultiva até hoje. A partir disso, investiu em festivais, casas noturnas, restaurantes, agências de esporte e entretenimento. Entre erros e acertos, criou o próprio conglomerado, comandando diversas empresas e investindo em outras dezenas, até chegar ao seu portfólio atual, que, entre empresas e investimentos, ultrapassa os 500 milhões de reais em faturamento.   

Ao longo do tempo, tornou-se mestre na arte da diversificação, o que explica a sua nova empreitada como sócio da empresa Vix Data Center, que faz parte do Grupo Conect, já cotado em mais de 150 milhões de reais e referência em serviços de internet e telefonia no Espírito Santo. Pela primeira vez imerso em um setor de tecnologia e dados, Buaiz assumiu um novo desafio. Em entrevista para a Versatille, ele fala sobre as estratégias por trás dos investimentos diversificados.  

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Versatille: O que fez você investir na Vix Data Center?  

Marcus Buaiz: Desde o início da minha trajetória, eu sempre invisto em projetos e negócios que possuam um propósito em que eu acredite. Nunca tinha trabalhado com tecnologia até então, mas nos últimos anos as discussões sobre informações de dados começaram a chegar até mim e gerar interesse. Precisamos falar sobre o assunto porque é algo que envolve a nossa vida e a da próxima geração. Quando surgiu a oportunidade de me unir a uma empresa já consolidada que cuida do assunto, a parceria acabou fazendo sentido para mim.  

V: Antes de investir, você já acompanhava o trabalho da Vix Data Center?  

MB: Eu vinha observando o crescimento da empresa, principalmente por ela ter sido criada no Espírito Santo, onde nasci, estado que possui um verdadeiro mercado de testes. O Espírito Santo tem uma posição geográfica muito feliz: está perto do Nordeste, mas também faz parte do Sudeste, o que faz com que muitas empresas testem os investimentos na região.  

V: Você investe em mercados bem diferentes. Como é o processo para agregar valor em todas as empresas?  

MB: Uma vez que você diversifica os negócios, torna-se humanamente impossível ser gestor de todos eles. Eu sempre defendo buscar pessoas que são do ramo para o comando do dia a dia, então há cerca de cinco anos eu migrei para os conselhos de todos os meus investimentos. É nessa posição, como conselheiro, que eu consigo contribuir na parte estratégica, discutindo planejamento, orçamento e conexão de novos clientes. Ninguém é bom em tudo, então eu acredito em uma sociedade complementar para o sucesso de uma empresa. 

V: Qual você acredita ser a característica que difere você como empreendedor?  

MB: Acredito que, após anos estudando o mercado, eu já tenha um feeling para entender se algum empreendimento tem potencial. Óbvio que os números não mentem e é preciso analisar isso também, mas o sentimento individual faz parte do processo. Além disso, eu já participei de muitas conversas com empreendedores que só contam vitórias. Eu não. Errei muito, e isso faz parte da minha bagagem de conhecimento hoje.  

V: Você se considera uma pessoa que não tem medo de errar?  

MB: Eu não tenho medo de errar quando acredito no negócio. Ninguém gosta de perder, mas às vezes faz parte. A maturidade me trouxe a diferença entre perfeccionismo e excelência. Se você for perfeccionista ao extremo, não vai conseguir superar adversidades e ter um time de confiança. Vai acabar tendo decepções o tempo todo. A diversificação me trouxe esse aprendizado.  

V: Quais são os seus projetos para um futuro próximo?  

MB: Sempre tive um tripé importante na minha vida: saúde, conhecimento e fé. Quando se fala de saúde, é por entender que o que nutre você é o que constrói você. Estou viajando bastante e estudando porque quero criar algo nesse setor. Recentemente, também comecei a trabalhar melhor o meu lado como comunicador, visto que sempre fui um profissional dos bastidores. Vou apresentar um programa da CNBC no Brasil e tenho investido em conteúdos nas minhas redes, gerando debate e conhecimento. Tudo o que eu ganho por lá vai direto para doações em diferentes causas. Uma forma de utilizar as mídias para contribuir. 

Por Beatriz Calais | Matéria publicada na edição 136 da Versatille