Austin Butler incorpora o rei do rock em Elvis
O filme dirigido e roteirizado por Baz Luhrmann faz um recorte da ascensão, queda e imortalização de Elvis Presley
Seria impossível contar a história inteira de Elvis Presley em apenas 159 minutos quando todos nós sabemos que a vida do artista foi repleta de altos e baixos. Baz Luhrmann não segue a fórmula das cinebiografias, e em vez disso, cria uma narrativa pop perfeita para mostrar o porquê o nome do rei do rock será lembrado para sempre.
Muito criticado pelos fãs por não ser fisicamente parecido com o artista, Austin Butler está impecável como Elvis. Desde os movimentos das apresentações ao jeito de falar, Butler prende a atenção do espectador em todos os momentos, fazendo você se esquecer que está assistindo a um ator representando um papel e não ao verdadeiro cantor. Tom Hanks também convence muito em seu papel como Coronel Tom Parker, o empresário mítico de Elvis.
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O figurino é um espetáculo a parte. As roupas das grandes apresentações foram muito bem replicadas, assim como o trabalho de maquiagem, impecável, principalmente quando o artista já está acima do peso e com vários problemas de saúde. Há uma cena que mescla o filme com uma verdadeira gravação de Elvis e só é perceptível que não estamos mais assistindo Austin por conta do corte do vídeo.
Não se assuste ao ouvir músicas que não fazem parte do repertório de Elvis ou um remix de um de seus clássicos com alguma música atual. Luhrmann introduziu no longa trilhas atuais e faixas exclusivas, como Vegas, de Doja Cat. CeeLo Green, Eminem e Maneskin também estão presentes na trilha.
O filme não busca se aprofundar nos aspectos pessoais da vida de E.P., mas sim na construção da sua fama. Contado pelo ponto de vista do Coronel Parker, a trama começa no dia em que eles se conhecem e vai até a morte de Elvis, passando pelos principais acontecimentos da carreira do artista.
Com flashbacks, a história mostra alguns momentos importantes de sua infância, desvendando seu amor pelo blues e soul – parte da cultura negra dos Estados Unidos, que não eram bem vista por conta da segregação racial no país. O diretor conta de forma sutil como músicas cantadas por negros fizeram sucesso na voz de Elvis e como essas influências, principalmente o famoso rebolado, o ajudaram a se tornar inesquecível.
A genialidade do Coronel Parker em promover o artista e sua importância para a construção da lenda também não fica de lado, assim como as tramas e os problemas que o empresário causou na vida do Elvis.
E.P tinha um talento nato e o dom da música e da dança, como sua própria mãe falava, e Baz Luhrmann conseguiu retratar e respeitar muito bem isso sem deixar de mostrar como as ajudas externas o auxiliaram a se tornar uma lenda. Elvis, até hoje, é o artista solo que mais vendeu discos de todos os tempos.
O filme é ótimo para quem deseja conhecer mais sobre o artista e um deleite para os fãs, que poderão sentir que estão vendo a vida de Elvis Presley através de Austin Butler.
Elvis chega aos cinemas brasileiros no dia 14 de julho.
Por Marcella Fonseca