As boas mesas italianas

O colunista Wanderley Nunes destaca restaurantes que oferecem o melhor da gastronomia da Itália

A tradicional Lasagna Ristorantino al Tartufo Nero
A tradicional Lasagna Ristorantino al Tartufo Nero (Divulgação)

No começo do século 20, São Paulo foi composta de uma mistura de nacionalidades, o que deixou heranças profundas em suas culinárias. Falando apenas dos italianos, calcula-se que em 1920 70% dos que entraram no Brasil fizeram da cidade o seu lar. Prova disso é como a gastronomia da Itália é presente até hoje na vida dos paulistanos, por meio de receitas e restaurantes – caso de dois entre os meus favoritos: Fame Osteria, do chef romano Marco Renzetti, e Ristorantino, atualmente no comando de Henrique Schoendorfer.  

 

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Escondido entre algumas lojas da Rua Oscar Freire, próximo à esquina da Rua Peixoto Gomide, em São Paulo, o Fame Osteria é discreto e intimista. Sem fachadas nem letreiros chamativos, ele é acessado por meio de uma porta com apenas o número 216 em destaque. O espaço interno segue o conceito de poucos lugares: apenas 16 cadeiras para receber uma única rodada de clientes por refeição – e aqui aviso que é necessário reservar com antecedência para conseguir apreciar os pratos de Renzetti.

 

O chef italiano de 46 anos morou, antes de se mudar para São Paulo, no Peru e na Bolívia, países que foram fundamentais na sua trajetória entre as panelas. Como em um show de criatividade, seu menu degustação de dez etapas é preparado na frente dos clientes e muda conforme os melhores e mais frescos ingredientes do dia. No entanto, clássicos do chef se repetem: o rigatoni com molho de carbonara clássico, um prato-assinatura, e, na ala das sobremesas, o sorbet de frutas amarelas e o tiramisù.  Na hora de ir embora, espere sentir saudades e já desejar a próxima visita.  

 

No Ristorantino, nos Jardins, é servida uma ótima cozinha italiana clássica, com pratos que carregam bastante memória afetiva e cultural, em um sobrado elegante e acolhedor, sob o comando de Ricardinho Trevisani, que recepciona os clientes-amigos com muito afeto e experiência de quem ficou anos no grupo Fasano e atualmente zela também pelos restaurantes Lassu e Ristô e o conceito de delivery Ristô Street Food. Já na cozinha está o chef Henrique Schoendorfer, que antes de assumir o restaurante passou uma temporada trabalhando no Noma, na Dinamarca, e também nos milaneses Al Pont de Ferr e Rebelot (atualmente ambos estão fechados).

 

Entre os pratos, carpaccio de peito de pato, abobrinhas e pinoli com laranja e mel silvestre, ravioli recheado com burrata ao molho de tomate fresco e ragu de camarão – e, claro, a inesquecível lasagna ristorantino al tartufo nero, todos executados com muita maestria, além de técnica impecável. Na hora de escolher o vinho – a carta tem mais de 120 rótulos –, conte com a ajuda da sommelière Juliana Carani.  

 

Duas ótimas formas de ir para a Itália sem sair de São Paulo. Buon viaggio! 

 

Por Wanderley Nunes, cabeleireiro e fotógrafo | Matéria publicada na edição 127 da Versatille

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