Alimentação saudável em tempos de ready to cook
Com menos ou mais calorias, os supermercados oferecem um festival de comidas prontas a cada gôndola. Mas essa praticidade toda pode ter preço alto para quem quer se alimentar de maneira saudável

Já reparou que hoje em dia existe uma quantidade enorme (e que parece cada vez maior) de opções de alimentos prontos e semiprontos? De uma saladinha a um filé, de escondidinho de carne-seca a torta de legumes, não falta variedade para quem não tem tempo de cozinhar. E não vamos nem entrar na ciranda dos aplicativos que entregam em casa, para não perder o foco do texto!
Acontece que a praticidade desses produtos ready to cook pode ter impacto em nosso organismo. Muitos desses alimentos apresentam combinações ricas em carboidratos simples e gorduras (além de alto teor de sódio). Quando associado a um estilo de vida sedentário, isso contribui para o aumento de peso. Para contrabalançar, algumas pessoas começaram a aderir ao movimento slow food. Ou seja, a volta do comer devagar, cozinhando os alimentos em casa e saboreando cada garfada, o que é realmente muito prazeroso, não é mesmo?
Nesse cenário de várias possibilidades, nós nos vemos cada vez mais divididos, mas com opções interessantes nas diversas alternativas de se alimentar, pois com o avanço da ciência novos nomes passaram a fazer parte dos cardápios. É o caso dos alimentos com compostos bioativos, como a betaglucana (encontrada na aveia para auxiliar na redução do colesterol), os glicosinolatos (presentes no brócolis e na couve-flor, com papel específico na anticarcinogênese) e os carotenoides (contidos no mamão, na cenoura e na abóbora, atuam como antioxidantes). E não termina por aí: atualmente, contamos com os fitoterápicos – extratos retirados de plantas que auxiliam a equilibrar as funções fisiológicas, melhoram a imunidade e potencializam o detox.
Mas, afinal, o que devemos colocar em nosso prato? Com tanta opção, a palavra-chave é moderação, levando em consideração a importância do momento em que estamos, e então permitir essa sintonia de combinações de forma equilibrada. Em geral, dietas restritivas em carboidratos e/ou gorduras não são de grande permanência, pois o próprio corpo dá sinais de fraqueza ou de desgaste físico e mental.
É ideal tanto o equilíbrio quanto a escolha de fontes adequadas de cada um desses alimentos. A combinação de cereais integrais, proteínas com pouca gordura, vegetais frescos e frutas nas refeições traz nutrientes com muitos benefícios para a saúde e auxílio na manutenção do peso corporal. Destaco a importância da periodicidade no consumo de sementes e de peixes, principalmente os de água fria.
Eles, assim como a linhaça, são boas fontes de ômega 3, tipo de gordura que beneficia o funcionamento cerebral, contribuindo com a cognição e a memória. Todos esses alimentos, somados ao café da manhã e lanches com lácteos desnatados, frutas e oleaginosas, complementam a boa nutrição com oligoelementos como selênio, zinco e cobre – todos de grande importância na função antioxidante.
Os alimentos naturais são sempre ótimas opções por fornecer, além de vitaminas, minerais e compostos bioativos, principalmente porque estão vinculados com a longevidade. Pensando bem, o comer de forma equilibrada com escolhas inteligentes promove também uma boa saúde cerebral, pois, afinal, somos o que comemos, entre corpo, alma e mente!
SAÚDE E BEM-ESTAR por Cristiane Coelho – Nutróloga | Matéria publicada na edição 114 da Revista Versatille
Foto: Reprodução Instagram @bethkirby